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Troca de evaporadores do ar condicionado com a utilização de peças do mercado paralelo

Nesta matéria, mostraremos os detalhes sobre os evaporadores que, em alguns veículos são até fáceis de encontrar no mercado, porém, aqueles que não possuem essa condição, o que podemos fazer? Acompanhe!

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Por Mario Meier Ishiguro


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Um dos componentes que podem apresentar vazamentos no sistema de ar condicionado é o evaporador. O evaporador é o trocador de calor que fica dentro da caixa de ventilação, muito próximo aos difusores, onde o fluido refrigerante que circula dentro de seus tubos, absorve o calor do ar que passa através de suas aletas para o interior do carro. Neste processo o fluido que está na forma de spray (gotículas de líquido) absorve o calor e muda para o estado de vapor, a uma temperatura próxima de zero grau ºC.

A maioria dos vazamentos nos evaporadores pode ser por efeitos de corrosão externa, com o acumulo de sujeira, salinidade, consequências da solda por brasagem, etc., ou corrosão interna que pode ser proveniente de acidez no óleo causada por umidade no interior de seus tubos.

Nestes casos é necessária a sua substituição.

Foto 1Ao trocar um evaporador, devemos considerar que o evaporador que foi retirado levou com ele uma quantidade de óleo, preso em suas paredes internas, por este motivo, para não faltar óleo no sistema, se recomenda adicionar cerca de 90 ml de óleo P.A.G. ao sistema (em um carro).

Se o vazamento for causado por corrosão (Foto 1) não é recomendado soldar a peça, pois ela pode apresentar vazamentos em outros pontos. Causando problemas para o proprietário e o reparador.

Foto 2Para a troca desses evaporadores muitas vezes é necessária uma grande mão de obra, na maioria dos modelos de carros, os evaporadores são instalados no interior da caixa de ventilação dentro do painel do carro (Foto 2).

Existem modelos de carros com maior incidência de vazamentos que outros, os vendedores das distribuidoras e oficinas de ar condicionado costumam ter estoque desses componentes. (exemplo: Gol G5, Logan, BMW E46 E87 E90, Uno, Triton, Civic, etc.)

Mas infelizmente nem sempre é fácil conseguir uma peça original, por isso a maioria das oficinas reparadoras opta por adquirir peças novas paralelas “importadas”, mas neste caso o problema passa ser a qualidade, o preço e a variedade.

Vamos fazer comentários sobre alguns dos principais problemas que envolvem esses evaporadores novos (paralelos importados):

Eventualmente no transporte da peça, a embalagem pode sofrer colisões, amassando a peça, causando até vazamentos que nem sempre são possíveis de reparos, ou seja, peças novas que já podem vir danificadas. Confira sempre no recebimento da peça! (Foto 3)

A sugestão é de sempre testar a peça com pressão de nitrogênio antes da remontagem de todo o painel. 

Há também aquelas peças que vêm com dimensões menores (muito comum) e para montar na caixa evaporadora é necessário fazer verdadeiros “enxertos” para esta peça não ficar solta na caixa evaporadora, o que causaria além do ruído, baixa eficiência, pois o ar passaria pelas laterais do evaporador e não por suas aletas (Fotos 4, 5 e 6).



Quando o evaporador vem com dimensões maiores o problema é ainda maior, pois não é possível recortar ou reduzir o evaporador e ás vezes é necessário retrabalhar a caixa evaporadora (Fotos 7 e 8).

Outro problema bastante comum é a tubulação vir “absurdamente” bem diferente da original, sendo necessário “refazer” as curvas de tubulações, o que é bastante trabalhoso. (Dá vontade de chamar o importador da peça para montá-la).

Às vezes tentando endireitar (corrigir) a tubulação, o evaporador pode apresentar vazamentos nas soldas, cuidado! (Fotos 9, 10 e 11).

A maioria dos modelos de carros utiliza os evaporadores de fluxo paralelo (MF- multi flow), feitos pelo processo de brasagem em um forno. Nesses modelos o fluxo, o fluido refrigerante passa pelo interior dos dutos de forma progressiva, auxiliando no processo de expansão, com melhor desempenho. Porém, por falta de conhecimento ou falta de opções, o modelo é eventualmente substituído por um sistema “tubo aleta” ou um sistema “serpentina”, que possuem um desempenho inferior, o que pode resultar em falta de eficiência. (Carga de gás normal, pressões normais, bastante condensação no evaporador, mas baixa eficiência) (Fotos 12 e 13).

No mercado há falta de opções e disponibilidade de peças de alguns modelos de veículos, principalmente alguns modelos de carros importados, neste caso, existe a opção de adaptação de evaporadores de outros modelos.

Assim como nos condensadores de fluxo paralelo, nos evaporadores de fluxo paralelo, há o lado correto para a entrada e para a saída do fluido refrigerante, caso isso seja ignorado o desempenho poderá ficar comprometido.

A habilidade de solda por brasagem auxilia muito quando é necessário fazer alterações nas tubulações (Fotos 14, 15, 16, 17 e 18).

Há casos ainda em que o evaporador possui as mesmas dimensões do original, mas por detalhes internos de fabricação ou defeitos internos, pode apresentar desempenho inferior e até mesmo ruídos internos (chiados) com a passagem do fluido refrigerante.

Se for feita uma reclamação para o fornecedor do evaporador, deve ser considerada a mão de obra de troca do evaporador.

Hoje, com a facilidade da utilização de máquinas fotográficas digitais, uma boa opção é sempre registrar os problemas encontrados durante a troca desses componentes.

Lembramos que a retirada do painel do veículo para troca do evaporador requer conhecimento e procedimentos adequados.

Observando todos esses problemas, muitas vezes o serviço de troca do evaporador envolve também uma série de ajustes e atenção do reparador, para não comprometer o resultado final do trabalho, além de aumentar muito a mão de obra e o tempo de serviço.

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