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Vamos resolver? A sonda lambda da moto está com defeito e agora, como resolver com a certeza que é a sonda

Esta pode ser a dúvida do mecânico ao receber uma motocicleta que não está funcionando bem. Lembrando que uma falha indicando que é na sonda lambda, pode induzir o mecânico a trocar e não resolver o problema

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Por Paulo José de Souza


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Parte final

Na edição anterior avaliamos o sensor de lambda da Yamaha Fazer 250, explicamos como proceder com os diagnósticos e seus respectivos códigos de piscadas. Nesta edição continuaremos com o tema sensor lambda, mas agora o nosso papo será sobre o sistema de injeção eletrônica PGM-FI que equipa a motocicleta Honda CB 300. Essa motocicleta não é produzida atualmente, mas no mercado há inúmeras, e quem sabe um dia ela pode estar em sua oficina, todas as dicas servirão para o modelo XRE 300. 

Assim como na edição anterior, o objetivo desta matéria é ajudar o reparador em três bases do serviço:

⦁ Entender o funcionamento do sensor; 

⦁ Conhecer os possíveis sintomas de mau funcionamento na motocicleta causados por falhas no sensor;

⦁ Saber diagnosticar e eliminar as causas dos possíveis defeitos no sensor lambda.

Para complementar nosso conhecimento, no final da matéria apresentaremos uma sequência de imagens que servirão de referência para diagnósticos em sensores e também uma tabela com códigos de peças de reposição.  As imagens e a tabela foram elaborados pela MTE THOMSON que é fabricante de componentes para injeção eletrônica de motocicletas. 

Na CB 300 o Sensor Lambda possui 4 fios, sendo que dois deles correspondem à resistência de aquecimento e os demais ao próprio sensor. A peça tem como principal função auxiliar o ECM – Eletronic Control Module, conhecida como “módulo de controle do motor”, a reconhecer qual a condição da mistura ar/combustível através da concentração de oxigênio no escapamento, a fim de proporcionar o ajuste ideal na quantidade de combustível injetado no motor, contribuindo para emissões mais limpas decorrentes da queima da mistura, atingindo índices em conformidade aos estabelecidos na lei que a cada dia estão mais exigentes. Nas motocicletas versão flex o sensor identifica qual combustível ou o percentual de mistura álcool e gasolina está sendo queimado na câmara do motor. 

Como na Fazer 250, a vantagem do sensor pré-aquecido é que sua operação torna-se mais rápida e não depende da temperatura do motor para o seu funcionamento, pois a resistência elétrica se encarrega de acelerar o aquecimento da sonda lambda.

O sistema PGM-FI é equipado com a função ‘autodiagnose’, assim, quando alguma anormalidade for detectada no sistema de injeção eletrônica o usuário da motocicleta será alertado por meio de piscadas de uma luz de advertência localizada no painel da motocicleta. 

São vários nomes para a luz de advertência da injeção eletrônica, pode ser luz da injeção ou “MIL” luz indicadora de mau funcionamento (Malfunction Indicator Lamp). Fique esperto, quando a MIL piscar indicando problemas relacionados ao sensor de oxigênio, ele pode ter sido afetado, mas necessariamente não ser a “causa do problema".

Apenas trocar o componente não é a solução. O reparador deve buscar a origem do problema, que pode estar em outro componente da motocicleta ou em uma regulagem mal feita.

Diagnósticos do sensor lambda

Em geral o mau funcionamento do sensor ou o aquecedor pode ter como causa os seguintes itens:

⦁ Mau contato nas conexões do sensor; 

⦁ Circuito aberto;

⦁ Falha no ECM; 

⦁ Falha de contato na pinagem do ECM;

⦁ Falha no sensor;

⦁ Combustível de baixa qualidade.

Antes de iniciar qualquer diagnóstico certifique-se que a bateria está em boas condições, pois o funcionamento do sistema de injeção eletrônica depende da bateria.

Como verificar se há defeito presente no sistema de injeção eletrônica da CB 300

Se o sistema estiver funcionando corretamente, sempre que a chave de ignição for ligada, a luz da injeção (MIL) permanecerá acesa durante alguns segundos e apagará posteriormente sem emitir nenhuma piscada. Portanto não há defeito presente no sistema.

Como obter os códigos de falhas quando há defeito presente no sistema de injeção eletrônica

Para obter o código de defeitos registrado na memória do ECM pela quantidade de piscadas na MIL, basta deixar o contato da ignição ligado ou deixar a moto em marcha lenta do motor. Se houver algum defeito será apresentado em forma de piscadas. 

Códigos de falhas (piscadas) correspondentes ao sensor lambda

Caso haja defeito no sensor lambda ou aquecedor do sensor o sistema PGM-FI irá identificar rapidamente e converter o sinal em piscadas da luz de anomalia (MIL), sendo “21” piscadas para mau funcionamento do sensor e “23” piscadas para falhas no aquecedor do sensor. Lembrando que uma piscada longa equivale a “10” e uma rápida é igual a “1”.

Neste caso devem ser inspecionadas todas as conexões do sistema para que seja eliminada a possibilidade de uma substituição de peça sem a devida necessidade. 

Leitura de código de defeito registrado no histórico de falhas  

Remova o assento, e com a chave de ignição desligada remova a tampa (normalmente é vermelha) que protege o DLC (data link connector) que é o conector de dados, localizado na traseira da motocicleta. (Fig.4) (Fig.5)

Faça um curto-circuito entre os terminais do conector utilizando um conector apropriado (SCS) ou um pedaço de fio. 

Atenção para não jampear os fios errados, pois a conexão deve ser feita entre os fios Azul e o Verde (referência ano 2009).

Ligue o interruptor de ignição, observe e registre o número de piscadas e veja se corresponde ao sensor.

Se houver algum código de defeito armazenado no histórico do ECM, a luz da injeção começará a piscar.

Inspeção do sensor de oxigênio

Faça um teste de rodagem com a motocicleta para aquecer o motor até que atinja a temperatura normal de uso, ao conduzir a motocicleta veja se há indicação de defeito no Mil. Se houver proceda análise do sensor.

Teste do aquecedor do sensor utilizando um multímetro

Antes de iniciar os testes veja se o conector está perfeitamente instalado e seu conector bem encaixado. Verifique também se há indicação de piscadas do MIL. Repita os procedimentos descritos anteriormente de aquecimento da motocicleta e observe se o Mil pisca “23” vezes (duas piscadas longas e três curtas). Cuidado, falha intermitente não será indicada,

 Inspeção de tensão (V) de entrada do aquecedor do sensor

Com a chave de ignição desligada desacople o plug do sensor, ligue a chave e meça a voltagem no lado da fiação e terra da motocicleta.

Conexões: Preto/azul (+) Terra (-)   

A tensão (V) verificada deve ser igual à da bateria. 

Inspeção da resistência elétrica do aquecedor do sensor

Desligue o contato da ignição e com o motor frio (20°C) meça a resistência do aquecedor do sensor entre os fios brancos, que deve ser entre 5 a 20 Ohms (a 20ºC). Valores diferentes do padrão sugerem que a peça seja substituída. (Fig.6)

Outras análises são propostas pelo fabricante da motocicleta, o teste de tensão (V) de saída do sensor segue o mesmo procedimento elaborado na matéria da edição anterior. (Fig.7)

Análise do sensor lambda pela imagem

O aspecto da sonda lambda servirá de parâmetro para análise, nos casos abaixo os motores podem apresentar como sintoma o mau funcionamento e a inatividade do sensor.  

Os depósitos de resíduos contaminantes na extremidade do sensor são os agentes indicadores de causas de defeitos. 

Somente efetue a troca do sensor após identificar e eliminar a(s) causa(s) do problema. 

Limpeza do código de defeito memorizado no ECM

Sempre que substituir um sensor cujo defeito ficou memorizado é necessário remover o código registrado na memoria do ECM da motocicleta.

Para a realização do processo de limpeza não é necessário nenhum scanner ou ferramenta especial.

Com o conector DLC aberto faça um curto-circuito entre os fios Azul e Verde, ligue a ignição e remova o curto (jamper). 

A luz da injeção permanecerá acesa cerca de 5 segundos. Aproveite este intervalo enquanto o Mil está aceso e faça novamente o curto-circuito nos fios Azul e Verde do DLC. A memória será apagada se o Mil começar a piscar. Não desligue a ignição.

Caso não obtenha sucesso em sua tarefa execute novamente o trabalho ou certifique-se de que não há problema remanescente na motocicleta.

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