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Carro voador, da ficção à realidade, as montadoras estão investindo em modelos de produção

O Grupo Stellantis, que reúne 14 marcas entre francesas, italianas e americanas, se prepara para mais uma fase revolucionária no setor automotivo / aéreo, utilizando toda tecnologia aplicada nos veículos elétricos

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Por Antonio Gaspar de Oliveira


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Apenas para reforçar, o grupo Stellantis é o quinto maior fabricante de veículos do mundo, envolvendo as marcas: Abarth, Alfa Romeo, Chrisler, Citroen, Dodge, DS, Fiat, Jeep, Lancia, Maserati, Opel, Peugeot, RAM e Vauxhall. (Fig.1)

Não vamos já imaginar um carro normal com capacidade de voar, mas é um veículo que está entre um helicóptero e um drone e que recebe a denominação técnica de eVTOL - electric vertical take-off and landing, traduzindo, aeronaves elétricas de decolagem e pouso vertical.

O que estamos presenciando é apenas o início de uma nova fase da mobilidade urbana, pois pela superfície o trânsito não permite velocidade, pelo subterrâneo não há conforto e as distâncias são limitadas e assim resta explorar o espaço aéreo.

Algumas empresas gigantes da aviação como a Airbus, Boeing e até a Embraer, estão se mobilizando e investindo muito neste novo segmento do transporte. (Fig.2 a 4)

Aqui no Brasil, a GOL, a maior empresa aérea, anunciou seu compromisso de iniciar as operações com 250 veículos voadores eVTOL em uma malha aérea em meados de 2025. (Fig.5)

O grupo Stellantis, que já explora a mobilidade de superfície (ruas e estradas), passa para a mobilidade aérea denominando seus veículos como carros aéreos apenas para justificar que uma empresa de automóveis também é capaz de produzir veículos voadores.

A aparência destes veículos não lembra os carros tradicionais com os quais já convivemos há muito tempo, mais de 100 anos, e como o modelo mais indicado para voos curtos é o eVTOL, certamente haverá uma migração da tecnologia aplicada aos automóveis elétricos para os veículos voadores.

Será que o setor da reparação automotiva está preparado para realizar manutenções nos carros voadores? 

É provável que as empresas de reparação de aeronaves assumirão esta atividade pela complexidade, rastreabilidade e responsabilidade na execução de qualquer reparo previsto no plano de manutenção destes veículos voadores.

O grupo Stellantis, em parceria com a startup de táxi aéreo Archer, pretende começar a produzir o modelo Midnight em 2024. 

Mesmo sendo chamado de carro voador e não tendo aparência de carro, eles são movidos a eletricidade, capazes de transportar apenas alguns passageiros e destinados a voos curtos dentro de uma cidade ou região. 

Usando rotores de inclinação, o Midnight foi projetado para decolar e pousar verticalmente como um helicóptero e, em seguida, fazer a transição para o voo de avanço como um avião, atingindo uma autonomia de 160 km. (Fig.6)

Como estamos tratando de um veículo com capacidade de voar, as regulamentações devem seguir as regras do setor aéreo para efetuar as homologações e obter todas as aprovações. São necessárias quatro certificações separadas da FAA (Federal

Aviation Administration - EUA): tipo, Produção, aeronavegabilidade e operacional. Aqui no Brasil quem tomará a frente deverá ser a ANAC- Agencia Nacional de Aviação Civil.

Por enquanto estamos falando apenas das naves voadoras, mas os pilotos e não mais os motoristas, passarão pelo mesmo critério severo de aprovação para obter a licença de voo. É uma mudança para a qual nada está pronto, tudo deverá ser construído iniciando pelos veículos voadores, pontos de pousos e decolagens, aplicativos de solicitação de voos, além das pessoas envolvidas nos controles operacionais e principalmente na pilotagem dos veículos voadores. (Fig.7 e 8)

O que se prevê nesta nova fase da mobilidade é um início das atividades como táxi aéreo compartilhado com outras pessoas, isso diminui o custo das passagens para estimular e ampliar sua utilização e viabiliza o início das atividades para as empresas envolvidas no projeto.

O que está ocorrendo nesta nova fase da mobilidade é a fusão de empresas de atividades diferentes, mas com o mesmo objetivo de garantir a participação no segmento do transporte, por isso passa a ser até normal ter a presença da Stellantis junto com startups e as gigantes do setor da aviação.

O modelo Midnight foi projetado para ser seguro, sustentável, silencioso e, com capacidade de carga útil de mais de 500kg, pode transportar quatro passageiros mais um piloto, com um alcance de 100 milhas. O Midnight é otimizado para viagens consecutivas de curta distância de cerca de 30Km, com um tempo de carregamento de aproximadamente 10 minutos entre elas.

Um dos primeiros clientes é a United Airlines, que encomendou 200 aeronaves elétricas com o objetivo de usá-las para transportar seus passageiros entre os aeroportos dos Estados Unidos e os centros das cidades.

Nesta dinâmica da mobilidade, empresas como a Toyota, Porsche e Hyundai também estão realizando grandes investimentos no desenvolvimento do eVTOL.

A fabricante de aviões europeia Airbus está fazendo parcerias com empresas do setor automotivo para o desenvolvimento de uma nova geração de baterias elétricas e tecnologia híbrida para carros e aviões. (Fig.9 a 11)

À medida que os veículos autônomos começam a ser comercializados, o interesse no desenvolvimento da tecnologia de veículos voadores aumenta. A indústria automobilística está passando por mudanças rápidas ao combinar a tecnologia da inteligência artificial com a tecnologia automotiva. 

O centro dessa mudança é a tecnologia relacionada ao carro voador que será integrada ao carro do futuro. A tecnologia de veículos voadores será combinada com a tecnologia de veículos autônomos para se tornar uma ferramenta para uma vida humana mais conveniente.

A era dos carros autônomos criará o futuro com o qual todos estaremos familiarizados. E agora, um novo meio de transporte que vai além dos carros autônomos está despertando a atenção e interesse de grandes corporações. Depois que empresas como Google e Uber assumiram a liderança e mostraram interesse em carros voadores, o interesse neste tipo de veículo está crescendo, especialmente nos Estados Unidos. Fora do mundo da ficção, o carro voador é um conceito que surgiu recentemente e ainda não há uma definição totalmente consensual. 

Em breve vai ficar difícil a decisão por um tipo de carro quando for comprar, alugar ou utilizar aplicativos de mobilidade, pois as opções serão variadas: 
• Carro com motor de combustão interna (diesel, gasolina, etanol);
• Carro híbrido;
• Carro elétrico; 
• Semiautônomo nível 2;
• Semiautônomo nível 3;
• Semiautônomo nível 4;
• Carro autônomo (nível 5);
• Carro voador (veículo voador).

Assim como iniciamos esta matéria com a ficção, finalizamos com fatos que nos surpreendem e na verdade devemos nos preparar para esta nova realidade de avanços tecnológicos e novas opções de mobilidade. 

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