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Ford Maverick 2022 desperta a curiosidade dos reparadores por ser a nova picape

Para conhecedores e saudosistas, o nome Maverick remete ao modelo da década de 70, que marcou sua época e agora chega uma picape com o mesmo nome e os nossos reparadores vão falar sobre este carro.

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Por Antônio Gaspar de Oliveira


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A picape Ford Maverick foi desenvolvida com a mesma plataforma do Ford Bronco que também está no mercado brasileiro e a Ford teve a ideia de utilizar a versatilidade e robustez das picapes, mas com a dirigibilidade de um sedã e o conforto de um SUV. 

Para conseguir vencer este desafio, a picape Maverick foi equipada com motor 2.0 EcoBoost de 253 cv, transmissão automática de oito velocidades, tração integral e cinco modos de direção, para ser utilizada no asfalto e nas trilhas. 

O Brasil foi um dos primeiros países a receber a nova picape depois da América do Norte. O modelo é fabricado no México, além da flexibilidade, conforto, espaço interno e capacidade de carga, surpreende pela esportividade e acelera de 0 a 100 km/h em torno de 7 segundos. 

A capacidade de carga de 617 kg e a caçamba com 943 litros não deixam dúvida de que se trata de uma picape de verdade. O seu lado SUV começa a ser revelado quando se entra na cabine, que é mais baixa, confortável, permitindo entrar sem nenhum esforço. Com um comprimento situado entre as picapes médias e intermediárias (5.073 mm), ela também é fácil de manobrar na cidade e surpreende pelo espaço generoso para cinco passageiros e bagagem. 

A cabine combina tons escuros, cinza e ocre e tem detalhes cobreados nas saídas de ar, no console e nas portas para sinalizar os pontos de contato com o veículo. Os painéis de portas são esculpidos em formato de pedra, com descansa-braço dividido para acomodar uma garrafa de água. 

O console central tem porta-objetos e descansa braço integrados. Além do seletor rotativo de câmbio, ele reúne os comandos eletrônicos do veículo: controle de tração, freio de mão elétrico, modos de direção, start-stop, controle automático de descida e auto hold. 

O que chama a atenção são os parafusos expostos no painel e nas portas, que remetem aos carros mais antigos, mas sem perder a elegância do acabamento interno.

 

Um detalhe no capô desta picape foi identificado por um dos reparadores, ele é feito de alumínio e a descoberta foi simplesmente usando um imã que não ficou preso na lataria, isso alivia o peso, permitindo uma maior destruição, melhorando o equilíbrio do carro.  

Um detalhe importante de segurança que pode passar despercebido pela maioria das pessoas está no vinco na parte interna do capô, que é o ponto de dobra quando ocorre uma colisão frontal, evitando que esta parte do veículo seja direcionada contra o habitáculo onde estão os ocupantes do veículo. 

Os bancos trazem acabamento de padrão elevado com ajuste elétrico em oito posições para o motorista. Para o passageiro, o ajuste é manual em seis posições. O volante revestido em couro conta com regulagem de altura e profundidade. Entre os vários porta-objetos, o destaque é um compartimento de 73 litros sob o banco traseiro, totalmente vedado, que permite transportar até itens molhados. 

A picape Maverick tem um teclado para abertura da porta instalado na coluna B, que permite sair do carro e trancar sem levar a chave. Falando em chave, o sistema de conectividade FordPass permite dar partida remota e agendada, de qualquer lugar, para deixar a cabine na temperatura ideal na hora de sair.  

É possível também travar e destravar portas, checar o combustível e a pressão dos pneus, localizar o veículo, receber alertas de alarme e funcionamento, acessar o manual do proprietário e agendar serviços nas concessionárias pelo celular.

 

Oficinas 

Na oficina Revise Car Bosch Car Service fomos recebidos pelo Mauro e sua equipe, que não resistiram à curiosidade de ter um Ford Maverick 2022 parado na porta. 

O Mauro não ia perder a oportunidade de mostrar outro Ford Maverick, só que um pouco mais antigo, exatamente da década de 60 e nós também aproveitamos para fazer um registro raro, os dois Mavericks, cada um representando sua época, sendo um totalmente mecânico e o outro totalmente tecnológico. 

Os dois têm o mesmo nome, mas são dois mundos ou épocas distintas e cada um com o seu glamour e quem conhece sabe valorizar cada um deles.

Na Cartech Elétrica, o Ney além de ficar muito feliz em receber um carro novo para conhecer,  também quis saber como chegamos até à oficina dele.

 

A resposta mais adequada estava na parede da oficina, uma placa da ZF Pro Tech, que é através do cadastro destas oficinas que identificamos aquelas a serem visitadas e têm a oportunidade de conhecer alguns carros que estão chegando no mercado e que logo estarão precisando de manutenção. O Ney se orgulha da sua oficina que conseguiu montar com muita luta e os serviços executados partem desde o reparo de um sistema de ar-condicionado até a eletrônica mais complexa dos veículos, incluindo os importados.

 

Indo para outra oficina, chegamos à Speed Velocímetros e o Rogério já foi dizendo que queria conhecer o novo Maverick, porque o antigo ele já é admirador. 

Na Speed Velocímetros os serviços são mais direcionados a parte eletrônica dos veículos, que envolve desde painéis de instrumentos até os módulos de controles, principalmente dos carros importados. A maioria dos serviços que chegam são de outras oficinas e buscam na Speed Velocímetros as soluções que não conseguem por falta de equipamentos e conhecimentos mais avançados. 

Primeiras impressões 

O nome Maverick fez o pessoal das três oficinas visitadas relembrar o saudoso 302 V8, o verdadeiro “muscle car” brasileiro, mas o novo Maverick tem outra vocação, que está mais para uma picape média e com muito conforto. 

O Mauro e sua equipe da Revise Car ficaram interessados em saber como era a mecânica do Maverick moderno e logo perceberam que o motor parecia ser do Fusion, eles estavam certos, mas este motor foi melhorado e falaremos mais sobre ele a seguir. 

O Ney da Cartech ficou empolgado com o visual interno da picape, que além de ser alto nível, ainda preserva a rusticidade dos parafusos à vista no painel e nas portas. O que chama a atenção é altura do carro quando comparado com os outros da mesma categoria, mas sem perder a vocação de picape, que tem um público muito grande no nosso país. 

Para o Rogério da Speed Velocímetros, o carro provoca curiosidade só de ver chegando na oficina e logo todos querem saber qual é o modelo, pois só é possível ver o nome na tampa traseira da caçamba. 

A reação não foi diferente dos demais que já tinham conhecido a picape e a primeira frase que o Rogério disse foi: esse não é o Maverick que eu conheço. 

Podemos afirmar que o carro chama a atenção pelo estilo diferente e juntamente com o nome Maverick, completa o interesse em saber mais sobre o modelo. 

Ao volante 

Para os privilegiados que tiveram a oportunidade de conhecer a picape Ford Maverick, chegou o momento mais desejado, que é dirigir um Maverick 2022. 

A alegria do Mauro da Revise Car ao dirigir a picape ficou evidente pelo sorriso, mas ele conseguiu resumir o que ele estava achando do carro em uma pequena frase: eu não estou dirigindo uma picape, parece um carro de passeio de luxo. 

É provável que o Mauro não soubesse que é justamente isso que os engenheiros da Ford queriam quando desenvolveram o projeto da picape Maverick, que compartilha a mesma plataforma do Ford Bronco, que é uma tradição nos Estados Unidos e pelas novas condições da Ford no Brasil, a maioria dos carros da marca está sendo importada do México, que tem um acordo especial com o Brasil por meio do qual a tributação é menor, inclusive o Bronco e a picape Maverick estão vindo deste país. 

Ao olhar para o Ney da Cartech dirigindo a picape Maverick é praticamente impossível dizer que ele não está gostando de estar ao volante de uma picape que tem o comportamento de um sedan de luxo. 

Ele disse que dá vontade de ficar dirigindo por muito tempo sem se cansar porque o carro pede para acelerar e o conforto é o maior atrativo deste modelo. A estabilidade e as reações do motor não deixam dúvidas que a Ford acertou no projeto, mesmo usando o nome de um carro que marcou época aqui no Brasil, o novo Maverick só merece elogios pelo conjunto que envolve a carroceria, o motor turbo e a transmissão integral que garante toda estabilidade, mesmo exigindo mais velocidade em curvas.

O Rogério da Speed Velocímetros foi mais prático e logo foi entrando no carro, deu uma boa olhada no acabamento interno e perguntou: posso dirigir? 

Sem perder tempo, ligou o carro e saiu pelas ruas próximas da oficina e comentou sobre o comportamento da suspensão, mesmo com as irregularidades das ruas, não parece ser uma picape e está mais para um “tapete voador”, como dizem alguns especialistas em carros. 

Nas palavras do Rogério, não é só o conforto, mas o desempenho da picape surpreende com a reação do motor turbo, que permite uma condução segura e certamente vai agradar os futuros proprietários deste modelo. 

Motor e transmissão 

Ao acelerar a picape Maverick, nossos reparadores que testaram o carro não se deram conta que estavam em um veículo com quase duas toneladas (1.744 kg e que atinge 100 km/h em 7,2 segundos. Isso se deve ao motor EcoBoost 2.0 GTDi de última geração, com bloco, cabeçote e pistões de alumínio, que desenvolve 253 cv (@ 5.500 rpm) e torque de 38,7 kgfm (@ 3.000 rpm). 

A transmissão automática de oito marchas tem trocas diretas e suaves e dispõe do modo reduzido Low para freio-motor. A tração AWD distribui automaticamente o torque entre os eixos de acordo com a necessidade e contribui para o equilíbrio do carro, independente do tipo de piso que estiver trafegando. 

Os cinco modos de condução – Normal, Lama/Terra, Areia, Escorregadio e Rebocar/Transporte – ajustam automaticamente o mapa de aceleração, torque, rotação na troca de marchas e sensibilidade do controle de tração e estabilidade para cada tipo de piso. 

Outra vantagem da Maverick é a economia de combustível: faz 8,8 km/l na cidade e 11,1 km/l na estrada. O sistema start-stop e a grade dianteira ativa, que abre ou fecha,  contribuem para a sua eficiência categoria A do Inmetro. 

Suspensão, freios e direção 

Foi unanime a opinião dos três reparadores que puderam andar com a picape Maverick e comprovar que o conforto, a dirigibilidade e o sistema de freios estão perfeitamente ajustados para este tipo de veículo, mas o destaque fica para suspensão que agradou e surpreendeu a todos.  

Na dianteira a suspensão é independente tipo McPherson com molas helicoidais, amortecedores hidráulicos pressurizados a gás de tubo duplo, barras estabilizadoras, braço de controle inferior de alumínio e subestrutura de aço. 

Na traseira a suspensão também é independente com braço/ bandeja multilink com amortecedores hidráulicos pressurizados a gás de tubo duplo, molas helicoidais, barra estabilizadora, subestrutura de aço. 

A Ford é referência global em dinâmica veicular e a suspensão da Maverick foi muito bem trabalhada para oferecer um excelente desempenho na absorção de impactos, tanto com ou sem carga. As válvulas nos amortecedores servem para evitar a chamada queda de roda em lombadas e pistas irregulares. 

Na Revise Car, que faz serviços gerais, o Mauro comentou sobre a facilidade de acesso aos componentes da suspensão, dos freios e da direção. Como estas peças precisam de manutenção com mais frequência, as oficinas não terão problemas para executar os serviços. A direção com assistência eletrônica deixa o carro mais leve para dirigir e nas manobras mais fechadas a picape precisa de um espaço de giro é de 11,4 metros para completar a circunferência. 

 

Elétrica, eletrônica e conectividade. 

Para falar desses três itens nós temos dois especialistas, O Ney e o Rogério que trabalham mais nestes sistemas. 

O Rogério até tentou usar seus equipamentos para analisar o Ford Maverick, mas logo descobriu que é preciso ter uma versão mais atualizada e equipamento da montadora para ter acesso aos sistemas e fazer leituras e ajustes que forem necessários. 

O Ney possui muita informação de cada montadora, além de equipamentos específicos para cada uma e ele disse que o Maverick é um carro muito novo no mercado, então é comum não ter acesso quando o modelo é recém-chegado e as oficinas ainda não estão preparadas para oferecer serviços mais aprofundados como algumas configurações e ajustes de parâmetros. 

  A picape Maverick está equipada com muitos itens de segurança como o assistente de frenagem automática com detecção de pedestres e ciclistas, que pode parar totalmente a picape até 50 km/h se o motorista estiver distraído. O freio de mão elétrico conta com sistema auto hold, acionado automaticamente após 2 segundos de parada. 

A picape vem com sete Airbags, assistente de frenagem pré-colisão, controle automático em descidas (ajustável a até 32 km/h), assistente de partida em rampa, farol alto automático e câmera de ré. A estrutura reforçada da carroceria, o radiador robusto e o protetor metálico sob o veículo são outros itens que trazem confiança na sua condução. 

A Maverick também é o primeiro modelo, depois da Transit, a contar com o acompanhamento preventivo inteligente, usando a conectividade. Se um alerta de falha do veículo for emitido, dependendo da gravidade o cliente poderá ser contatado proativamente por um atendente com recomendações para a sua solução. 

Esse trabalho foi complementado pela engenharia brasileira, que adaptou e certificou a Maverick para atender às exigências do nosso mercado. Na validação dinâmica e de todos os sistemas embarcados, ela rodou mais de 500.000 km no campo de provas da Ford na cidade de Tatuí, no interior do estado de São Paulo. 

Peças de reposição 

Na opinião dos três reparadores visitados, a picape Ford Maverick chegou no mercado recentemente e os reparadores sabem que as peças necessárias para os reparos só serão encontradas nas concessionárias e talvez tenha até que esperar chegar de fora. 

Este é o momento de explicar para o proprietário de uma picape Maverick que as condições de fazer o reparo dependem da disponibilidade de peças, que neste caso a concessionária é a melhor opção, ou para quem desejar, pode fazer importação de componentes, mesmo com alguns riscos durante o processo de importação. 

Recomendações 

As oficinas sempre estão dispostas a executar os serviços, mas para a Picape Maverick que é novata no mercado, é preciso orientar cada cliente que tenha adquirido este carro para possíveis esperas de peças e deixar bem claro que não é uma deficiência da oficina e sim de uma condição de um carro novo que chegou no mercado e nem sempre terá disponibilidade de peças. 

Na opinião do Rogério, do Ney e do Mauro, isso é comum acontecer quando o carro chega ao mercado e muitas vezes até a rede de concessionárias ainda não recebeu treinamento técnico para executar serviços. 

Com o passar do tempo e com as vendas aumentando, a picape Maverick terá peças disponíveis para as oficinas trabalharem sem ter que ficar com o carro parado na oficina por um mês, esperando a peça chegar. 

Ficha técnica 

Motor: gasolina., dianteiro, transversal, 4 cil., 16V, turbo, 1.999 cm³, 253 cv a 5.500 rpm, 38,7 kgfm a 3.000 rpm 

Câmbio: automático, Ford 8F35, 8 marchas, tração 4×4 

Suspensão: independente  McPherson (diant.), multilink (tras.) 

Freios: disco ventilado (diant.) e sólido (tras.) 

Direção: elétrica, 11,4 (diâmetro de giro) 

Pneus: 225/65 R17  

Dimensões: comprimento, 507,3 cm; largura, 184,4 cm; altura, 173,3 cm; entre-eixos, 307,6 cm; caçamba, 943 l e 617 kg de capacidade; tanque de combustível, 67 litros. 

Vão-livre do solo: 13,5 cm (até o defletor dianteiro); 21,8 cm (central) 

Capacidade fora de estrada. 

Ângulo de ataque: 20,6º 

Ângulo de saída: 21,2º 

Ângulo de transposição: 18,1º 

Capacidade de imersão (mm): 450 

Segurança: Airbag motorista, Alarme, Freios ABS, Airbag passageiro, Airbag lateral, Controle de tração, Distribuição eletrônica de frenagem. 

Conforto: Ar-condicionado, Travas elétricas, Ar-quente, Piloto automático, Volante com regulagem de altura, Computador de bordo, Sensor de farol. 

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