Para algumas montadoras ainda estaríamos dirigindo carros carburados, mas o que faz os carros evoluírem é a exigência para o controle de emissões que afetam diretamente o meio ambiente e para quem ainda não percebeu, os seres humanos são parte deste meio, logo o que afeta o ambiente também nos afeta.
Apenas para relembrar que a Honda está produzindo o New City na versão sedan e hatch para substituir o Fit, com novas tecnologias, começando pelo motor 1.5 litro de quatro cilindros, 16 válvulas, DI DOHC i-VTEC, todo em alumínio, aspirado e com injeção direta de combustível e dois comandos de válvulas no cabeçote.
O carro é idêntico ao modelo do ano passado com a mesma mecânica e tecnologia, sendo o destaque que diferencia este modelo novo é o controle de emissões evaporativas durante o período de abastecimento, também chamada de emissões fugitivas ou COV - compostos orgânicos voláteis - que afeta o nosso planeta alimentando e aumentando o efeito estufa com o aquecimento global.
Esta tecnologia de controle de emissões evaporativas atende à nova fase do Proconve – Programa de Controle da Poluição do Ar por Veículos Automotores, que está na fase L7.
A regulamentação desta fase L7 é determinada pelo Conama – Conselho Nacional do Meio Ambiente, que publicou em 2018 as Resoluções 490 e 492, que trazem as novas fases do Proconve L7 e P8, que vigoram desde 2022, sendo a fase L7 dedicada à redução significativa dos vapores de combustíveis que se perdem na atmosfera, incluindo o período de abastecimento de combustível. (Fig.1 e 2)
Relatos de clientes Honda que compraram o novo City apontam dificuldades para abastecer o carro, porque em muitos casos o combustível não entra e a bomba interrompe o abastecimento.
A orientação da Honda é para manter o motor ligado ou apenas a chave de ignição, isso facilita a entrada do combustível e ativa o sistema que captura os gases evaporados do combustível durante este período de abastecimento.
Iniciando as visitas às oficinas, fomos até a cidade de Jundiaí, interior do estado de São Paulo, na oficina Revisa, que conhecia o modelo City 2022, onde fomos recebidos pelo Silvio e pelo Sergio.
O Silvio dedicou a sua carreira profissional ao setor automotivo, passando por concessionárias até realizar o sonho de ter a sua própria oficina. Para o Silvio, receber a visita do Jornal uma vez já é motivo de grande alegria, mas receber pela segunda vez e com o mesmo modelo de carro já se torna especial.
O motivo de retornar à Revisa é que o Silvio lembra bem como era o carro anterior e ao colocar no elevador e olhar por baixo, logo percebemos que tinha diferenças para este modelo atual.
No modelo anterior, o tanque de combustível estava na direção do eixo traseiro e neste modelo 2023/4 o tanque voltou para o local sob os bancos dianteiros e lá, na traseira sob o assoalho do estepe, está o sistema de coleta e tratamentos de emissões evaporativas, também podemos chamar de cânister, só que o tamanho é muitas vezes maior.
No modelo 2022, o cânister estava no assoalho na direção dos bancos dianteiros, onde era o lugar do tanque de combustível.
O Sergio, que não tinha observado este detalhe no modelo anterior, ficou surpreso com o nível de controle de emissões dos veículos novos como este da Honda. (Fig.3)
No mesmo bairro, fomos na oficina TRIUNE e já justificando o nome, são três profissionais com formação Senai, que resolveram deixar a carteira assinada e enfrentar o desafio de ser empreendedor no setor da reparação automotiva.
A união do Danilo, o Carlos e o Henrique resultou na TRIUNE, que mesmo recente no mercado, eles estão felizes com o fluxo constante de serviços na oficina, que é a maior preocupação de quem está iniciando e também daqueles que tem oficina estruturada com muitos funcionários.
A TRIUNE executa todos os serviços automotivos, mas está focada em transmissão automática, que mesmo sendo um serviço muito especializado, tem a seu favor a maioria dos carros saindo de fábrica com este tipo de transmissão.
De Jundiaí para Sorocaba, também no interior paulista, chegamos na oficina Sakoda Serviços Automotivos e o Beto, que é o proprietário, nos recepcionou com toda a atenção e até chamou a equipe para conhecer o carro da Honda que faz curvas sem colocar as mãos no volante.
Na oficina do Beto são executados todos os tipos serviços automotivos, mas desde o início da oficina, que não foi fácil, está mais centrada na parte elétrica e com o domínio da eletrônica nos carros, ele e sua equipe se prepararam para atender este novo segmento de serviços automotivos.
Primeiras impressões
Na Revisa, o Silvio e o Sergio logo notaram que o carro não teve alterações externas em comparação com o modelo do ano 2022, mas como já estão acostumados a atender veículos da Honda, entendem que o fabricante é conservador e mantém os carros por muitas gerações.
Para quem trabalha na oficina é mais fácil ter carros com sistemas que não mudam frequentemente, assim toda equipe aprende e aplica os conhecimentos nos carros da marca. (Fig.4)
Para o time da TRIUNE, o carro revela que a Honda investe em tecnologia e também no visual moderno, mantendo a tradição de uma marca confiável e consolidada no mercado, que está cada vez mais concorrido com tantas opções de marcas e modelos.
A primeira coisa que deixou o Danilo contente foi confirmar que no console central do novo Honda City tinha uma alavanca de câmbio automático, isso é bom para o conforto de quem estiver dirigindo e também é mais um carro no mercado que vai precisar de cuidados e manutenções na transmissão automática, é isso que a TRIUNE mais quer para manter a oficina sempre com serviços para serem executados. (Fig.5)
Mesmo sendo um carro compacto, a gente fica surpreso com o espaço interno e o conforto para os ocupantes dos bancos da frente e para os passageiros do banco traseiro.
A Honda tem a tradição de fabricar carros confiáveis e o novo Honda City comprova isso e vai atrair mais compradores deste modelo. Isso é bom para as oficinas que vão atender os clientes sem a preocupação de enfrentar um carro com dificuldades de executar os serviços, na opinião do Beto, a Honda tem tudo para transformar o novo City em mais um sucesso no mercado (Fig.6)
Ao volante
Na oficina Revisa, o Silvio já conhecia o novo Honda City e lembra que a tecnologia e a manutenção estão sendo aproximadas cada vez mais para manter os sistemas mecânicos e eletrônicos em perfeita sincronia. Isso garante que os sistemas eletrônicos, ao serem solicitados, enviarão comandos para estes componentes mecânicos e a atuação será efetiva.
Para o Silvio, dirigir este carro ficou mais fácil e seguro porque a tecnologia auxilia o motorista com avisos e correções como manter o carro dentro das faixas demarcadas nas estradas e nas ruas, se estiverem em boas condições, porque o sistema de leitura não tem condições de identificar as marcas desgastadas no asfalto. (Fig.7)
O Danilo da TRIUNE tem uma pista de teste especial, a rodovia SP300 (Marechal Rondon), que ele escolheu para acelerar o novo Honda City com todos os recursos tecnológicos que o carro disponibiliza.
Para o Danilo, a Honda tem a seu favor a tradição de marca com mecânica confiável e agora com a chegada das novas tecnologias, que auxiliam na condução dos veículos, reforça ainda mais o prazer de dirigir um carro com avanços importantes para a segurança e conforto. (Fig.8)
Na Sakoda Serviços Automotivos, o Beto também tem uma pista de teste muito boa, que fica entre a cidade de Sorocaba e a Rodovia Castelo Branco, conhecida como Castelinho. Foi neste momento que o medo de dirigir sem as mãos deixou o Beto bem desconfiado até ter a certeza que o carro faz curvas melhor do que ele com as duas mãos no volante.
A desconfiança do Beto foi natural porque todo motorista quer ter o domínio do carro, mas a tecnologia está mudando a nossa forma de utilizar o carro e aceitar que o carro segue as faixas nas estradas, faz curvas sozinho, freia quando tem um carro mais lento à frente e acelera quando o trânsito fica livre, isso obriga o nosso cérebro a enfrentar os desafios das novas tecnologias.
O Beto disse que é mais tranquilo desmontar o chicote elétrico inteiro de um carro do que andar em um carro sem as mãos no volante, mas é possível se acostumar e a confiança no sistema vai deixar o trânsito mais seguro. (Fig.9)
MOTOR E TRANSMISSÃO
Alterações importantes no cabeçote, que agora tem comando duplo, foram motivadas para atender aos padrões de emissão mais rigorosos. Essa configuração de duplo came oferece melhor controle sobre o sincronismo e elevação das válvulas. Isso facilita o cumprimento das normas de emissão atuais, que estão mais rigorosos, mas o desempenho e a economia são mantidos.
O sistema de injeção direta é a grande novidade neste novo motor e as três oficinas que conheceram o New City concordaram que a manutenção neste carro deverá ser mais cuidadosa, principalmente no sistema de direção semiautônoma.
Para o Danilo da TRIUNE, o sistema de transmissão automática CVT instalado no New City tem o claro propósito de proporcionar conforto. Com a simulação de sete marchas, que podem ser controladas pelos comandos no volante (paddle shifts), tem duas novidades: o Step-shift e o EDDB (Early Down-shift During Braking).
O primeiro atua sob condução esportiva. Com o acelerador pisado a fundo (kick-down), a central de gerenciamento eletrônico do CVT coordena as trocas nos pontos fixos das marchas, acentuando exatamente a sensação da mudança e, consequentemente, de esportividade.
Já o EDDB se apresenta em situações de descida, quando o motorista está pisando no freio para controlar a velocidade devido à inclinação, o câmbio CVT assume uma relação que resulta em maior aplicação de freio-motor. A ação do EDDB é automática e amplia a segurança sem afetar o consumo.
Para a alegria do Danilo, a Honda colocou uma informação muito importante no manual alertando que a transmissão automática CVT precisa de manutenção e a quilometragem de troca do óleo está no plano de manutenção no manual do carro, isso não é comum, mas a Honda recomenda a substituição do óleo a cada 40.000 Km. Para o Beto e o Silvio, essa informação vai facilitar muito a venda de serviços porque é o fabricante que está informando o período de troca.
Suspensão, direção e freios
A qualidade da suspensão fez os nossos três reparadores perceberem uma sensação de bem-estar enquanto dirigiam, isso é o resultado de um intenso trabalho de redução de atrito que foi aplicado principalmente nos elementos elásticos e junções para deixar a percepção entre o carro e o motorista mais rápida e direta, mantendo o conforto.
Os novos amortecedores têm stop hidráulico, um sistema composto por uma câmara de desaceleração da haste do amortecedor, que evita o som de pancada seca, quando o carro passa por um buraco, por exemplo.
Eles também observaram que a troca dos amortecedores vai dar um pouco mais de trabalho. Na dianteira a torre do amortecedor fica escondida debaixo da grade e para retirar esta, tem que retirar os braços dos limpadores e como o plástico domina quase tudo, a sugestão é remover com cuidado.
A direção é elétrica e para completar um giro inteiro, o New City precisa de 10,6m, isso facilita muito nas manobras em ruas mais apertadas e até dentro das oficinas.
Na opinião dos três reparadores que avaliaram o New City, a direção elétrica desse carro tem tudo a ver com o sistema semiautônomo, pois ele é capaz de fazer curvas sem o auxílio do motorista e a precisão de cada movimento vai determinar se a curva será bem-feita ou não. Caso haja alguma falha ou folga nos componentes da direção, a curva pode ficar perigosa quando estiver usando o sistema autônomo.
Os freios são bem equilibrados com discos ventilados na dianteira e tambores na traseira, mas com a eletrônica participando do sistema de freios, o carro oferece segurança com o ABS, assistência em rampa, frenagem de emergência e frenagem autônoma.
Peças de reposição
O New City é um carro novo, motor novo e muita eletrônica que está chegando agora neste carro, logo, o que deve ser feito é orientar o cliente sobre as condições do modelo que é novo no mercado e praticamente só as concessionárias poderão fornecer as peças. É natural que ao passar alguns anos, haverá fornecimento de peças de reposição, assim como acontece com os demais modelos Honda.
Ter uma abordagem bem clara com os clientes informando que o serviço de manutenção depende de fornecedores de componentes, mas a oficina garante a sua competência para executar os serviços, esta é a opinião dos nossos três reparadores, Danilo, Beto e o Silvio.