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Indústria de lubrificante é aliada na busca da melhor eficiência energética

A indústria de lubrificantes enfrenta um dos seus maiores desafios com o programa Inovar Auto e deve contribuir em muito com o segmento automotivo na busca por eficiência energética

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Por Da Redação


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“A indústria de lubrificantes enfrenta um dos seus maiores desafios com o programa Inovar Auto e deve contribuir em muito com o segmento automotivo na busca por eficiência energética," disse Nilton Monteiro, diretor executivo da Associação Brasileira de Engenharia Automotiva (AEA), na quinta-feira, 24, durante o VI Simpósio Internacional de Lubrificantes, Aditivos e Fluidos 2013 - A Tecnologia dos Lubrificantes e a Eficiência Energética, no Espaço Vila Noah, em São Paulo (SP).

"O Inovar Auto é uma grande oportunidade para o setor e, em sua sexta edição, o simpósio da AEA continua com foco neste tema, trazendo palestras nacionais e internacionais com alto nível técnico e mais conscientização por parte dos produtores de lubrificantes quando o assunto é economia de combustível", afirmou Simone Hashizume, diretora da Lubrificantes da AEA em cerimônia de abertura.

O simpósio, um dos mais importantes eventos promovidos pela AEA, teve como objetivo ressaltar a importância do setor no desenvolvimento do país, em que moderna tecnologia de motores e leis ambientais mais restritivas exigem produtos cada vez mais sofisticados. Levou aos mais de 280 participantes presentes o que há de mais recente em desenvolvimento tecnológico sobre lubrificantes automotivos, ampliando as discussões técnicas entre especialistas e o público presente.

A apresentação de abertura - "Mercado Mundial de Óleos Básicos", por Stephen Ames, diretor da SBA Consulting LLC - foi marcada por meio de um panorama do mercado global de lubrificantes, com destaque para o baixo crescimento registrado principalmente em 2008, devido à crise mundial. "Trata-se de um mercado que nunca sofreu um crescimento significativo e que movimenta hoje cerca de 38 milhões de toneladas de lubrificantes por ano no mundo", afirmou Ames.

O diretor da unidade de Lubrificantes da Ipiranga, Miguel Lacerda de Almeida, em palestra "Mercado Brasileiro de Lubrificantes - Visão de um Produtor" mostrou um panorama do mercado brasileiro de lubrificantes.

Um programa desenvolvido no Japão denominado "Auto Oil" foi apresentado por Edson Orikassa, gerente da Divisão de Engenharia de Produto da Toyota. Tema da palestra, o trabalho mostrou os resultados das emissões de componentes usados em lubrificantes e como afetam os sistemas de pós de tratamento.

"A nossa projeção é que no prazo de cinco anos o Inovar Auto registre 12% de melhoria energética", afirmou Leandro Benvenutti, especialista Técnico de Combustíveis e Lubrificantes da Ford  em palestra "Tecnologia de Motores e Lubrificantes". Na oportunidade, o especialista apresentou novidades da marca para atender aos requisitos do Inovar, como o sistema EcoBoost da versão brasileira 2.0 litros. "Trata-se de um motor com injetores de combustível de alta precisão, turbocompressor e duplo comando variável de válvulas, que geram em todo o conjunto 10% da redução do consumo de combustível, 15% na redução de emissão e elevou o desempenho em 20%", segundo Benvenutti. Outras tecnologias da Ford que Benvenutti destacou: motor flex com injeção direta, alta taxa de compressão e ausência do pequeno tanque de gasolina, oferecendo partida direta com o etanol, e o sistema híbrido, que tem evoluído na performance e na autonomia da bateria lithium.

A tendência downsizing do segmento automotivo, ou seja, motores menores, mais potentes, econômicos e limpos foi citada em apresentação "Novas tecnologias para economia de combustíveis guiam para a próxima geração de óleos para motores", ministrada por Doug Hakala, da ExxonMobil. "Esta demanda vai impactar diretamente na indústria de lubrificantes e, sem óleos de qualidade, muitas tecnologias não serão possíveis. O lubrificante precisa de desempenho em elevadas temperaturas", afirmou Hakala.

Para Andy Ogley, da Petronas, a durabilidade do óleo é a chave da questão. Em apresentação "Das pistas de Fórmula 1 para as Nossas Ruas - Uma abordagem Sobre o Desenvolvimento de Lubrificantes para os Motores dos Carros de Passeio", o palestrante enfatizou que há desafios enormes pela frente, com a chegada de motores mais evoluídos e mais potentes, principalmente na demanda por lubrificantes com maior durabilidade.

O palestrante Bob Salgueiro, da Infineum, em "Lubrificantes para Economia de Combustível nos Motores Diesel e a Futura Especificação Relacionadas" apresentou um teste realizado pela empresa, denominado Um Milhão de Milhas, na qual caminhões com diversos tipos de lubrificantes a serem inseridos no mercado foram testados operando em condições normais de utilização. "Notou-se um aumento significativo na extensão da troca do óleo e constatamos ainda limpeza nos pistões, maior desempenho e os requerimentos de emissões atendidos. Esses produtos chegam ao mercado em 2016", afirma Salgueiro.

Melhorias quanto à viscosidade do óleo para redução do atrito foram abordadas por Edilson Guaratto, gerente de vendas da Croda do Brasil em palestra "Estratégias para Melhorias da Economia de Combustível: Novos Modificadores de Atrito Orgânicos para Aplicações Automotivas".

O segmento automotivo tem o desafio de atingir metas elevadas de economia de combustível e emissões. Há avanços na tecnologia, mas ainda existe uma desconexão entre as indústrias automotiva e de lubrificantes", disse Rodolfo Ferreira, da Afton Chemical Corporation, em palestra "Qualidade e economia de combustível".

"Soluções de engenharia como injeção direta, modificações na transmissão, incluindo mais opções de velocidade são algumas das alternativas que a indústria tem apresentado. No entanto, a qualidade do lubrificante ainda demanda dos aditivos", informou Ferreira. Porém, em visão otimista, o palestrante apontou que qualquer economia já faz total diferença para o veículo, consumidor e o segmento. Por exemplo, 0,1 km/h economizado equivale a uma redução de custo de US$ 344 milhões por ano e 263.378 m3 a menos de gasolina por ano.

A palestra "Eficiência Energética nos Fluidos do Eixo", ministrada por Ying Wang, gerente de projetos da Lubrizol, destacou as quatro principais funções do lubrificante nos eixos do veículo, ou seja, limpar, proteger, lubrificar e dissipar o calor de componentes. Para Wang, o segredo para atingir a eficiência energética sob condições de operação com cargas pesadas é a adição de aditivos nos lubrificantes. "São a chave para manter a proteção das engrenagens", afirmou a gerente.

A palestra "A influência do índice de viscosidade no óleo do motor da motocicleta, buscando melhorias na economia de combustível", por Ricardo Gomes, gerente técnico da Evonik Oil Additives para América do Sul e Central, mostrou um panorama do mercado de motocicletas na América do Sul e como os melhorados de viscosidade podem contribuir com os formuladores de lubrificantes para este segmento. Esta finalizou o ciclo de apresentações que marcaram o VI Simpósio Internacional de Lubrificantes, Aditivos e Fluidos 2013, promovido pela AEA.

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