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Informe-se e inquiete-se...

“Grandes crises formam ambiente para grandes oportunidades”, esta frase, com naturais variações, pois é de fonte anônima, foi muito pronunciada ao longo destes quase dois anos da pandemia

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Por Grupo Oficina Brasil


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Para alguns evocá-la não passava de um tipo de “mantra de autoajuda”, pois na prática estavam atordoados e sendo atropelados pelos inéditos eventos. 

Porém para muitos empresários, executivos e empreendedores efetivamente foi um momento de identificar oportunidades e transformar em negócios, seja por que tiveram inteligência para enxergar as incríveis brechas na esteira de desconstrução gerada pela crise, ou por um mero “golpe de sorte” por estarem posicionados no local certo e na hora certa para surfar (e não submergir) esta violenta onda criada pela COVID-19.

No caso do aftermarket automotivo, para os mais experientes e estudiosos do mercado não houve novidade no crescimento registrado em 2021 de 12,08%, conforme medido pelo PULSO DO AFTERMARKET (veja matéria completa na página aqui).

Explicando melhor:

 - Nossa indústria sempre se beneficiou das crises, pois a reparação automotiva funciona como um “bem substitutivo” ao carro novo, este sim a primeira “vítima” em qualquer crise.  

Problemas no aftermarket houve e que ainda afetam o desempenho do mercado, como falta de peças, embalagens, inflação etc., porém toda esta gama de dificuldades não foi capaz de comprometer o vigoroso crescimento, como prova o PULSO DO AFTERMARKET.

Neste clima de “vacas gordas” a atitude mais arrojada dos executivos, empresários e empreendedores atuantes no mercado de reposição é procurarem apurar, com a maior precisão possível, seu efetivo crescimento. Acontece que para muitos basta “crescer”, e comemoram este momento sem muitas críticas, o que que pode ser um risco, pois seu concorrente pode ter crescido mais.

Neste sentido a equipe da CINAU, responsável pela apuração do PULSO DO AFTERMARKET, reforça que o crescimento apurado de 12,08% foi no número de passagens, ou seja, os serviços nas oficinas cresceram nesta proporção, em relação ao ano de 2020. Ao mesmo tempo, os indicadores do PULSO DO AFTERMARKET avaliaram outros aspectos do desempenho da oficina (origem da demanda) para compor o “quadro completo”, pois o número de passagens isoladamente pode não refletir o crescimento final da demanda de autopeças.

Explicando melhor: de que adiantaria um número maior de passagens com menos itens trocados por “OS”, um ou ticket médio inferior, maior inadimplência, etc.? Pois estes outros aspectos também foram avaliados pelos estudos sistemáticos da CINAU a ponto de assegurarmos este crescimento como equivalente ao experimentado pela demanda de autopeças, principalmente peças técnicas e lubrificantes, cujo consumo tem origem nas oficinas.

Aproveitamos para explicar que o PULSO DO AFTERMARKET não tem como foco medir o faturamento da indústria de reparação (giro financeiro), o objeto de nosso estudo é tão somente a demanda de autopeças.

Para aqueles empresários, executivos e empreendedores que não se contentam apenas em “comemorar” o crescimento, a equipe da CINAU orienta para que procurem aprofundar este estudo do comportamento da demanda de autopeças por sua linha de atuação (embreagens, bombas d´água, sensores, amortecedores etc.), pois as linhas de produtos individualmente cresceram a taxas inferiores ou superiores aos 12,08% do mercado, em função de seus diversos ciclos de troca.

Em verdade, esta busca por informações cada vez mais detalhadas da formação da demanda de autopeças no mercado de reposição,  como o tamanho efetivo do mercado, market share, etc. deve ser obsessiva, ainda mais diante do “labirinto” que se tornou a supply chain no aftermarket. 

Nosso entendimento é que o aftermarket tem sido muito pródigo com seus players e o maior risco que nossa indústria oferece é o da “acomodação”, afinal por que me preocupar se estamos crescendo? Como já lemos em algum lugar: “os bons gestores denunciam crises antes que haja uma ameaça” consideramos muito saudável nunca se sentir confortavelmente seguro.

Como o gestor que declara uma crise antes que haja uma ameaça é prudente buscar obsessivamente o lado “sórdido” do cenário mesmo nos momentos de crescimento, pois até o “generoso” e “lento” aftermarket tem mudanças a caminho, esta é nossa única certeza.

Boa leitura desta primeira edição de 2022 da mala-direta Oficina Brasil, que traz muita informação e um saudável convite à inquietação. 

 

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