O polêmico sistema de condução semi-autônoma da Tesla continua dando o que falar. Desta vez, as autoridades de segurança alemãs declararam que o equipamento é uma "considerável ameaça no trânsito", de acordo com documentos obtidos pelo jornal alemão Der Spiegel. Segundo o jornal, alguns testes foram feitos no país e mostraram resultados negativos, como a falta de alertas ao motorista quando carro se depara com uma situação que não é capaz de lidar, e o mau funcionamento do sistema de frenagem automática em caso de emergências.
Em declaração à agência Reuters, o ministro dos transportes da Alemanha disse que essas conclusões fazem parte de um relatório geral sobre o funcionamento do Autopilot, e que a avaliação ainda não foi concluída. Mas mostra a preocupação das autoridades de tráfego alemãs, uma das mais rígidas do mundo, sobre o uso do sistema.
No início do ano, a agência de segurança de trânsito alemã já tinha falado sobre o caráter "beta" do sistema, dando a entender de que o sistema ainda não estaria totalmente pronto para ser usado nas ruas, e que mesmo assim foi colocado à disposição dos usuários dos carros da Tesla. O próprio CEO da marca, Elon Musk, já deixou claro que o sistema ainda está em testes, e não é definitivo.
Um agravante na situação da montadora é o fato de o sistema já ter se envolvido em alguns acidentes, e duas mortes. O Autopilot não percebeu que o carro se aproximava de zonas de perigo, e não avisou o motorista de que um comando humano seria necessário. Na China, a Tesla já foi proibida de usar o nome “Autopilot”, justamente por incentivar os motoristas a confiar demais na tecnologia.
O software recebeu várias melhorias com uma atualização recente, que aprimorou o uso dos sensores e radares já instalados nos carros e que passou a emitir mais avisos do status de funcionamento do carro para o motorista. Uma nova geração do sistema também já está em desenvolvimento, com ainda mais sensores e câmeras instalados nos carros.