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Manutenção de carros elétricos é menor em comparação a modelos a combustão

Todos os carros precisam de manutenções e mesmo sendo elétrico, possui componentes de desgaste pelo uso frequente, além de ter peças de substituição determinada pelos fabricantes no plano de manutenção

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Por Antonio Gaspar de Oliveira


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Para os experientes reparadores de veículos, a manutenção em um carro elétrico é mais uma nova etapa que literalmente força os profissionais a buscarem conhecimento através de treinamentos e cursos específicos neste novo segmento da reparação, mesmo sabendo que as manutenções são semelhantes aos carros equipados com motor de combustão interna, existem diferenças importantes e o conhecimento torna-se vital para o reparo com qualidade e efetividade. (Fig.1 e 2)

Estamos muito acostumados com os motores de combustão interna e só agora com a chegada dos carros elétricos é que percebemos com maior clareza que ele é composto de peças complexas, como pistões, bielas, virabrequim, comando de válvulas, velas de ignição, sistema de injeção de combustível, com tudo isso funcionando de forma sincronizada para queimar o combustível e movimentar o veículo. (Fig.3 e 4)

Com todos esses componentes se movimentando com as explosões de combustível em cada câmara de combustão do motor, temperaturas elevadas, rotações altas, é inevitável que façam barulho e gerem vibrações.

Fazendo uma comparação, um veículo elétrico não possui um motor que queima o combustível, em vez disso, ele usa um ou mais motores elétricos alimentados pela energia armazenada na bateria para girar as rodas e movimentar o carro. (Fig.5)

Com menos partes móveis em um motor elétrico, significa que é mais fácil de manter do que um veículo com motor de combustão interna. Assim não há preocupação em substituir o filtro de óleo, velas de ignição, filtro de combustível ou óleo, substituir as correias dentadas, mas devemos lembrar sempre que a bateria de um carro elétrico é o componente mais importante e deve receber toda atenção para ser mantida em funcionamento pelo maior tempo possível.

Além da bateria de um carro elétrico, quando se trata das peças que o fabricante recomenda algum ajuste ou substituição conforme o plano de manutenção, como no caso de um Tesla, é recomendável substituir os filtros de carbono, os filtros HEPA e o filtro dessecante do ar-condicionado após três anos. HEPA (high efficiency particulate air), este tipo de filtro de cabine pode, teoricamente, remover pelo menos 99,97% de poeira, pólen, mofo, bactérias e quaisquer partículas transportadas pelo ar com um tamanho de 0,3 mícrons (0,0003mm).

Alguns componentes são até parecidos entre os dois tipos de veículos como fluido refrigerante, mas o carro elétrico usa para controlar a temperatura da bateria e a recomendação para substituir é a cada três ou seis anos, sendo que tem fabricantes informando para não trocar o fluido por ter vida útil semelhante à do veículo. O fluido refrigerante utilizado nos carros elétricos tem uma diferença na sua composição, ele não conduz eletricidade, então não é qualquer aditivo junto com água de torneira que vai ser colocado em um sistema de arrefecimento de um carro elétrico. 

As diferenças nas manutenções desaparecem nos dois tipos de veículos quando se trata de serviços na suspensão, incluindo rodas, pneus e freios. Ainda bem que o carro elétrico vai trazer alguns serviços para as oficinas e para surpresa de muitos, também é preciso fazer a troca do óleo da caixa de redução (não é caixa de câmbio) e o mais interessante é que alguns fabricantes recomendam o óleo 90, aquele bem conhecido óleo do diferencial.

Além da bateria principal do carro elétrico (800volts), ele também tem uma bateria comum de 12 volts que precisa ser trocada periodicamente porque é semelhante às utilizadas nos carros com motor de combustão interna. Não é muito, mas é mais um serviço que a oficina pode fazer no carro elétrico.

Quanto ao sistema de freios, o carro elétrico tem o sistema de regeneração que atua nos momentos em que não há aceleração, com isso o motor elétrico, que era um consumidor de energia, passa instantaneamente a ser um gerador de energia, o que provoca uma frenagem suficiente para reduzir a velocidade do veículo. 

O resultado desta função é a maior durabilidade do material de atrito do sistema de freios, assim as pastilhas podem durar mais 50%, quando comparado com um carro convencional.

Diferente das pastilhas de freios, os pneus de um carro elétrico sofrem maior desgaste devido principalmente ao peso extra das baterias e o outro fator está relacionado ao torque do motor elétrico, que despeja potência durante as saídas e retomadas, logo é preciso cuidar muito bem da geometria do carro para manter o conjunto de rodas e pneus sempre alinhados e balanceados, além dos pneus bem calibrados (Tesla model Y 45 psi). (Fig.6 e 7)

Quando olhamos para o motor elétrico do carro, o que mais se se destaca é a cor e as dimensões dos cabos, que são dotados de um sistema de isolamento idêntico ao utilizado na aeronáutica e o motivo desta blindagem extrema é para proteger contra as altas tensões de corrente contínua e corrente alternada, mas tem mais um motivo, a interferência eletromagnética. (Fig.8)

Eliminar ruídos é um desafio constante na indústria automotiva e o carro elétrico traz uma nova etapa deste processo de combate ao barulho pelo motor, deslocamento de ar e pelo atrito dos pneus com o solo. 

No carro elétrico foi eliminado o ruído gerado pelo funcionamento do motor, mas isso gerou uma potencialização dos demais ruídos como o atrito dos pneus e por isso, a blindagem acústica passou por melhorias para eliminar os ruídos que antes eram mascarados pelo funcionamento do motor de combustão interna.

Para finalizar temos um comparativo entre os dois tipos de veículos.

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