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Problemas no diferencial traseiro: investigação revela causas da quebra prematura

Quebra prematura no diferencial Traseiro do Volvo XC60: Veja como a negligência na manutenção, pneus gastos e carga excessiva são os vilões por trás da falha no conjunto do diferencial

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Por Claudio Curty


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No mundo da mecânica, é essencial investigar a fundo os problemas que surgem nos veículos para identificar suas causas e encontrar soluções duradouras.

As causas podem variar significativamente dependendo do contexto específico. Algumas causas comuns de quebra prematura podem se encaixar nesses tipos:

  • Desgaste excessivo: Materiais e equipamentos podem quebrar prematuramente devido ao desgaste excessivo causado pelo uso constante ou condições adversas. A falta de manutenção adequada também pode contribuir para o desgaste prematuro.
  • Materiais de baixa qualidade: A utilização de materiais de qualidade inferior na fabricação de produtos pode levar a quebras prematuras. Isso é especialmente relevante em setores como a construção civil e a indústria, onde a qualidade dos materiais desempenha um papel crucial na durabilidade.
  • Erros de projeto: Projetos mal concebidos ou inadequados podem resultar em quebras prematuras. Isso pode se aplicar a edifícios, pontes, máquinas e produtos de consumo.
  • Mau uso ou abuso: Equipamentos e produtos podem quebrar prematuramente se forem usados de maneira incorreta ou se forem sujeitos a abuso deliberado. Isso inclui sobrecarregar máquinas, ignorar instruções de uso e não seguir práticas adequadas de manutenção.
  • Fadiga de materiais: Materiais sujeitos a ciclos repetidos de carga e descarga, como metais em estruturas sujeitas a vibração constante, podem sofrer fadiga e quebrar prematuramente.
  • Condições ambientais adversas: Ambientes extremos, como temperaturas extremamente altas ou baixas, umidade excessiva, corrosão química ou exposição a elementos naturais, podem acelerar a deterioração de materiais e causar quebras prematuras.
  • Defeitos de fabricação: Erros na fabricação, como soldas defeituosas, falhas de qualidade no processo de fabricação ou componentes defeituosos, podem resultar em quebras prematuras.
  • Desgaste natural: Com o tempo, tudo se desgasta. Mesmo com uso adequado e manutenção, a idade pode causar a quebra de materiais e equipamentos.

Nesse contexto, o Volvo XC60 se destaca como um caso intrigante, especialmente quando se trata da quebra prematura do conjunto do diferencial traseiro e, mais especificamente, do rolamento do diferencial na transmissão de força da parte traseira desse veículo, por se tratar de um sistema de tração integral sob demanda.

O diferencial traseiro é uma peça fundamental para a distribuição adequada da força nas rodas traseiras de um veículo, proporcionando estabilidade e controle. No entanto, quando ocorre uma quebra prematura nesse componente, é necessário investigar a fundo as possíveis causas por trás desse problema.

Ao analisar um Volvo XC60, modelo T6 3.0 WD, fabricado em 2010, que apresentava ruídos elevados na parte traseira, eu e minha equipe de mecânicos nos deparamos com a necessidade de realizar a substituição do rolamento diferencial traseiro. Logo a Volvo, que foi constituída como empresa subsidiária de uma das principais fabricantes de rolamentos do mundo, a SKF. E isso despertou ainda mais minha curiosidade e a dos mecânicos, nos levando a investigar as causas dessa falha de forma criteriosa.

A primeira constatação foi a falta de manutenção adequada do sistema, o que já era um fator agravante. No entanto, outros veículos com falta de manutenção não apresentavam o mesmo problema de quebra desse rolamento. Foi então que uma peculiaridade do Volvo XC60 em questão chamou a minha atenção e da equipe: o veículo possuía um sistema de blindagem, adicionando um peso extra de aproximadamente 400 kg.

Embora a blindagem seja comumente encontrada em outros veículos, o conjunto de circunstâncias dessa situação específica revelou a combinação de fatores que levou à quebra prematura do rolamento diferencial.(Olho - Além da falta de manutenção e da carga excessiva da blindagem, os pneus desgastados desempenharam um papel crucial.)

Ao analisar os pneus, notamos que os pneus dianteiros estavam em condições de meio desgaste, enquanto os traseiros haviam sido substituídos recentemente. Isso levantou a hipótese de que a distribuição inadequada dos pneus afetava diretamente a tração do veículo, colocando uma pressão excessiva sobre o diferencial traseiro, através da distribuição do sistema de tração integral sob demanda.

Em uma entrevista mais a fundo com o cliente, foi coletada a informação de que as trocas dos pneus ocorriam da seguinte forma: os pneus parcialmente desgastados na parte traseira do veículo seriam reutilizados na parte dianteira até que chegasse ao fim da sua vida útil, enquanto a parte traseira receberia pneus novos. O cliente adotava isso como um procedimento de redução de custos.

O proprietário relatou também que o veículo era frequentemente utilizado em terrenos íngremes, com muitas ladeiras e aclives.) Essa informação confirmou a nossa teoria, pois a combinação de pneus desgastados na parte dianteira e o peso adicional da blindagem sobrecarregavam o diferencial traseiro, colocando-o em uma condição severa de trabalho, já que a demanda do sistema de tração direcionava toda a carga para a parte traseira, pois ela se encontrava em melhores condições de tração por conta dos pneus novos.

A substituição do rolamento do diferencial foi apenas uma parte da solução. Era crucial identificar e abordar a causa raiz para evitar futuras quebras. Nesse sentido, a recomendação foi substituir os pneus dianteiros e manter uma manutenção preventiva constante do sistema.

Dessa forma, o cliente poderia preservar a integridade do diferencial traseiro e evitar problemas semelhantes no futuro. Essa situação ressalta a importância de ir além da solução imediata de um problema e investigar as causas subjacentes.

Compreender o contexto em que o veículo opera e as condições de uso é essencial para realizar a manutenção adequada e garantir a longevidade dos componentes. Como reparador, é fundamental estar atento a esses detalhes para oferecer um serviço de qualidade e garantir a satisfação dos clientes.

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