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O problema do veículo é o módulo – veja os principais testes para um diagnóstico assertivo

Cada vez mais o reparador se depara com situações no seu dia a dia – falha eletrônica no sistema de injeção, e agora, é módulo? Veja como realizar alguns testes básicos para ter assertividade no diagnóstico

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Por Chiptronic


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Com tantos elementos eletromecânicos embarcados nos veículos, as falhas apresentadas cada vez mais exigem conhecimentos específicos para serem diagnosticadas. Equipamentos de leitura e comunicação com os módulos do veículo, equipamentos de medição, esquemas elétricos com as informações da arquitetura de componentes do veículo etc.  

Falhas em elementos periféricos 

A maior parte das falhas nos veículos modernos se encontram nos elementos periféricos do sistema. Quais são os elementos periféricos?

Tendo em vista que o objetivo principal da injeção eletrônica de combustível é tornar possível a obtenção e manutenção da estequiometria da mistura ar / combustível, os elementos periféricos são todos aqueles que contribuem para tais ajustes com leituras e adaptações de funcionamento. Tais elementos estão divididos em dois grupos principais: Sensores e Atuadores. 

O ponto de partida para qualquer diagnóstico nos sistemas modernos é sempre a comunicação com equipamento de leitura – scanner. Com esse equipamento é possível verificar se na memória interna da ECU (Unidade de Controle Eletrônica) existem códigos de falhas relacionados aos elementos periféricos.

Tais falhas podem ser divididas entre passadas (a causa da falha já foi eliminada e, portanto, há apenas um registro da falha que já ocorreu no passado) ou presentes (a causa da falha ainda está ativa no veículo). A partir do código de falha presente anotado no scanner o reparador pode iniciar seus testes e análises para verificar possibilidade de falha externa no sistema. 

Em caso de falhas em sensores, como exemplo, alguns testes básicos podem ser feitos para eliminar as possibilidades de falhas externas (chicote, conectores e no elemento sensor) e concluirmos que a fonte do problema é um circuito interno da ECU. Podemos listar como principais testes os seguintes:  

Verificar a integridade do chicote do sensor 

Medir a alimentação do sensor; 

Verificar o aterramento do sensor; 

Medição da variação do sinal do sensor. 

 

Esquemas elétricos – essenciais para o diagnóstico  

A base para os testes que podem ser feitos são os esquemas ou diagramas elétricos do veículo, que indicam em quais terminais dos sensores ou atuadores podemos verificar cada alimentação ou sinal. A correta interpretação do esquema é de suma importância para um diagnóstico correto e assertivo.

Para isso, é necessário entender cada simbologia indicada pelo desenvolvedor do esquema, como positivo da alimentação (geralmente indicado por um sinal de “+”) o aterramento do sensor (geralmente indicado pela sigla “GND”) e o sinal do sensor.

É importante ressaltar que o uso do esquema nesse ponto do diagnóstico será com foco em verificar as conexões diretamente no conector do módulo eletrônico, para identificar possíveis falhas nele. 

Testando as alimentações 

Em caso de falhas graves no sistema, como por exemplo, quando o veículo não dá a partida e não comunica com scanner, a verificação das alimentações são de vital importância. Essas medições podem indicar em alguns casos uma falha na ECU. Tais alimentações são as de entrada principal, que são basicamente as entradas de linha +30 (tensão direta da bateria) e linha +15 (tensão pós-chave).

As corretas entradas de ambas as tensões podem excluir possibilidades de falha no chicote e relés de alimentação, indicando assim uma possível causa real do problema dentro da ECU. Com base na identificação das entradas no esquema elétrico podemos realizar as medições. 

Em caso de falhas em elementos sensores a causa também pode estar em uma falha interna na ECU. Uma falha comum é a de falta de alimentação da parte da placa para o sensor (linha de 5V padrão para alimentação de sensores). Para verificar se os componentes de regulação e distribuição de alimentação dentro da ECU estão em pleno funcionamento, pode-se verificar a saída de 5V para bancos de sensores.

Localizamos uma saída de 5V para um sensor alimentado (temperatura ou pressões) para realizar os testes. Vale lembrar que a existência de tais saídas de alimentação para sensores também indica corretamente que as linhas de fonte principal estão em bom funcionamento.

Para verificar as entradas e saídas basta utilizar o multímetro na escala de tensão contínua, escolhendo como referência uma escala maior, porém próxima do valor que se deseja encontrar na medição.

É necessário também um bom ponto de aterramento, que em geral, pode ser o do terminal negativo da bateria do veículo. Com a ponteira negativa devidamente isolada ou conectada ao aterramento, com a ponteira positiva realize as medições no ponto localizado no esquema elétrico. 

Testando as linhas de comunicação 

Outro ponto chave para indicar que a ECU tem suas funções vitais em funcionamento correto são as linhas de comunicação. Após verificadas as linhas de entrada de alimentação (linhas +30 e +15) concluímos que as fiações estão fornecendo corretamente as fontes para a ECU.

Após verificarmos as linhas de saída de 5V para sensores concluímos que os componentes internos de regulação e distribuição de energia estão íntegros. E agora, ao medirmos as linhas de comunicação (comunicação com outros módulos ou com scanner de diagnóstico) podemos concluir que o circuito lógico interno da ECU, responsável por todos os processamentos de sinais e comandos para atuadores do sistema, está em funcionamento.

Para a correta análise das linhas de comunicação devemos utilizar o osciloscópio, capaz de captar sinais de maneira gráfica para análise.

Com esse equipamento com dois canais de medição simultâneos, é possível verificar se tanto CAN H (alta) quanto CAN L (baixa) estão em conformidade, sem excesso de ruídos e com a quantidade correta de pacotes de dados.

Os testes que consideramos neste artigo podem te ajudar a ter um diagnóstico assertivo e decidir se mais testes são necessários no veículo ou se vale a desmontagem da ECU para abertura e maiores testes nos circuitos internos. 

LEGENDAS DAS IMAGENS: 

Imagem 1 – Sensores e Atuadores 

Imagem 2 – Códigos de falhas de elementos periféricos 

Imagem 3 – Exemplo de captação de sinal de um sensor ativo 

Imagem 4 – Interpretação de Esquemas Elétricos 

Imagem 5 – Localização das alimentações principais do Módulo (entradas) 

Imagem 6 – Localização das alimentações (saídas para sensores) 

Imagem 7 – Testando as alimentações com um multímetro 

Imagem 8 – Localização das linhas de comunicação CAN 

Imagem 9 – Exemplo de sinal que deve ser encontrado nas linhas CAN H e CAN L 

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