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O Papel das Memórias e da Eletrônica no Gerenciamento de Sistemas Automotivos

Um dos principais componentes da eletrônica digital, dos circuitos microprocessados ou microcontrolados, são as memórias. Na memória ROM estão gravados dados técnicos sobre o motor, os quais são programados durante sua fabricação. Essas informações preestabelecidas orientam o funcionamento da injeção eletrônica

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Por André Miura


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Podemos comparar as memórias a imensos gaveteiros, nos quais são guardados dados. Dados esses que funcionam como instruções para que os sistemas (computadores/ microcontroladores) se orientem para executar tal ação. É através delas que informações como resultados de operações aritméticas, variáveis do processo, endereços e muitas outras podem ser armazenadas, entretanto, é necessário saber que para cada tipo de tarefa, deve-se utilizar um modelo especifico de memória, estes modelos que iremos apresentar logo mais. 

Ao olhar para o lado automotivo, vemos que todo gerenciamento do funcionamento de um automóvel (motor, carroceria, frenagem, estabilidade, entre muitos outros) é controlado por cérebros eletrônicos, em que um microprocessador utiliza de informações registradas nas memórias para gerenciar o sistema. 

É importantíssimo lembrarmos que a cada dia que passa novas atualizações vem surgindo, tudo com base na eletrônica, que torna possível que as arquiteturas automotivas evoluam e abra várias portas para as novidades veiculares.

Diferentes tipos de memórias

As memórias ROM (Read-Only Memory - Memória Somente de Leitura) recebem esse nome porque os dados são gravados nelas apenas uma vez. Depois disso, essas informações não podem ser apagadas ou alteradas, apenas lidas pelo computador, exceto por meio de procedimentos especiais. Outra característica das memórias ROM é que elas são do tipo não volátil, isto é, os dados gravados não são perdidos na ausência de energia elétrica ao dispositivo. 

Os principais tipos de memória ROM:

PROM (Programmable Read-Only Memory): esse é um dos primeiros tipos de memória ROM. A gravação de dados neste tipo é realizada por meio de aparelhos que trabalham através de uma reação física com elementos elétricos. Uma vez que isso ocorre, os dados gravados na memória PROM não podem ser apagados ou alterados;

EPROM (Erasable Programmable Read-Only Memory): as memórias EPROM têm como principal característica a capacidade de permitir que dados sejam regravados no dispositivo. Isso é feito com o auxílio de um componente que emite luz ultravioleta. Nesse processo, os dados gravados precisam ser apagados por completo. Somente depois disso é que uma nova gravação pode ser feita; (Fig.2)

EEPROM (Electrically-Erasable Programmable Read-Only Memory): este tipo de memória ROM também permite a regravação de dados, no entanto, ao contrário do que acontece com as memórias EPROM, os processos para apagar e gravar dados são feitos eletricamente, fazendo com que não seja necessário mover o dispositivo de seu lugar para um aparelho especial para que a regravação ocorra; (Fig.3)

Flash também podem ser vistas como um tipo de EEPROM, no entanto, o processo de gravação (e regravação) é muito mais rápido. Além disso, memórias Flash são mais duráveis e podem guardar um volume elevado de dados.

I. MOTRONIC M1.5.4 (Chevrolet) (Fig.4)

EPROM M27C512 – Memória de encapsulamento DIP, geralmente encontrada nas centrais mais antigas, em que são armazenadas informações de funcionamento do veículo, como tempo de injeção, avanço de ignição e/ou estratégia de funcionamento. 

II. IAW 59FB (FIAT)(Fig.5)

EPROM 29F200BB - Memória de encapsulamento PSOP, geralmente encontrada nas centrais mais modernas e antigas, nas quais estão armazenadas todas as informações de gerenciamento do sistema de injeção.

III. 1AVB (VOLKSWAGEN) (Fig.6)

EPROM PLCC – Memória de encapsulamento PLCC, geralmente encontrada nas centrais mais antigas, em que armazena todos os mapas de injeção e ignição. 

IV. IAW 4AF (FIAT)(Fig.7)

PROCESSADOR FAMÍLIA ST10F – Memória interna no processador. Todas as funções de gerenciamento eletrônico do veículo são provenientes do processador, este contém as informações de Mapa de Injeção e Ignição agregadas a ele. 

Como podemos ver no dia-a-dia da oficina, é comum encontramos diversas falhas nos veículos provenientes de problemas que ocorreram nas memórias ou em seus arquivos.

 Além de falhas com imobilizadores, nas quais o arquivo de codificação do transponder e sincronismo entre ECU e IMOBILIZADOR fica salvo em uma memória, é comum encontrarmos veículos que não realizam a adaptação AF, ou seja, não reconhecem o tipo de combustível que estão abastecidos. 

Para solucionar este defeito, basta realizar um telecarregamento e substituir o arquivo ruim da memória interna do processador por um que esteja em boas condições de realizar este serviço. Esta substituição, pode ser realizada através de um programador, como por exemplo, o ST10FLASHER, para ECUs com processadores da família ST10F como a figura 7. 

Assim, concluímos, que ao entender de eletrônica e saber que este pequeno componente chamado de memória tem uma grande função no mundo dos sistemas eletrônicos, inclusive nos veículos em que a eletrônica embarcada é predominante, abrimos mais uma porta para nosso mercado e quem estiver preparado para agarrar essa tecnologia, com toda a certeza, não ficará para trás nesse novo cenário automotivo.

 

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