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IQ Light é a tecnologia da Volkswagen aplicada nos faróis dos seus veículos mais recentes

Certamente você já ouviu falar em túnel de vento para testes aerodinâmicos de veículos, pois agora a Volkswagen utiliza um túnel de luz para desenvolver e testar as novas tecnologias de iluminação veicular

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Por Antonio Gaspar de Oliveira


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falamos sobre a evolução do automóvel, parece uma informação bem abrangente e realmente é isso mesmo. Os faróis também acompanham os avanços dos veículos desde o seu surgimento, quando os primeiros carros usavam luminárias parecidas com faróis, que eram alimentadas por acetileno ou óleo, sendo que a preferência era para o uso do acetileno porque a chama era resistente ao vento e à chuva. 

Os primeiros carros eram apenas carruagens sofisticadas e para andar no escuro era usado o fogo, que era alimentado pelo gás acetileno que ficava armazenado em uma garrafa e a operação não era tão simples, pois era preciso abrir a válvula com cuidado para deixar o acetileno sair e acender com um fósforo ou isqueiro, e foi assim que os primeiros faróis funcionavam. 

Os avanços na elétrica ainda estava nos seus primeiros passos, pois era difícil desenvolver um dínamo com tamanho adequado para colocar nos carros da época e ainda produzir energia suficiente para acender as lâmpadas.

Após décadas, surgiram os faróis selados, que usavam um refletor parabólico, uma lente e um filamento selados juntos. Logo em seguida foram desenvolvidas as lâmpadas que utilizavam o gás halogênio, oferecendo muito mais luminosidade, principalmente no farol alto.

Com a chegada das lâmpadas de descarga de alta intensidade ou lâmpadas de xenônio, que criam um arco elétrico entre dois eletrodos de metal, utilizando um gás inerte armazenado dentro de um bulbo de vidro, esta nova tecnologia permitiu que os faróis iluminassem com uma intensidade de até três vezes mais que as lâmpadas de halogênio e com a vantagem de consumir menos energia. Os faróis de xenônio geram luz com base no princípio da descarga de gás. A alta tensão necessária para acender o gás xenônio, cerca de 20.000 volts, é gerada por um reator eletrônico. 

E chegamos nos faróis LED, que são diodos emissores de luz com baixíssimo consumo de energia, muito brilhantes e de longa duração por não utilizar filamentos de tungstênio que envelhecem, quebram e a lâmpada para de funcionar. A lâmpada LED utiliza um semicondutor que libera fotos de luz quando uma carga elétrica é aplicada.

As lâmpadas mais sofisticadas sempre são utilizadas em carros de luxo e com o passar do tempo, outros modelos mais populares acabam recebendo esta tecnologia.

Empresas cujos nomes são bem conhecidos no setor automotivo como a Bosch, Cibié, Hella, tiveram grandes participações neste processo evolutivo dos faróis automotivos. Basicamente os faróis permanecem os mesmos na sua estrutura, que é composta por um corpo, um refletor, um difusor e uma lâmpada ou uma fonte de luz.

Atualmente o que há de mais revolucionário na iluminação automotiva são os diodos laser com um alcance de 500 metros. A grande desvantagem destes faróis a laser é o custo, que está em torno de 10 mil euros, que daria para comprar um carro novo, mas não vamos falar deste sistema de custo elevado, pois o foco desta matéria é a tecnologia IQ Light da Volkswagen, que equipa vários modelos da marca.

Apenas para efeito de comparação, uma lâmpada automotiva incandescente comum gera cerca de 400 lúmens, enquanto os faróis com tecnologia IQ.Light geram 900 lúmens e esta quantidade de luz emitida se traduz em melhor visibilidade para os condutores de veículos, principalmente à noite, na neblina e na chuva. 

Além de iluminar bem, o sistema IQ.Light possibilita que a luz frontal seja adaptativa, utilizando fontes de informações, como velocidade, ângulo de direção, condições do tempo, oferecendo a melhor condição de visibilidade sem prejudicar quem estiver no sentido contrário.

O sistema possui algumas funções específicas para cada tipo de ambiente ou condições de trafego:

- Em velocidades entre 10 e 35 km/h em trecho urbano, o sistema se ajusta para que o motorista tenha uma iluminação eficiente mais próxima do carro,

- Quando o carro passa de 35 km/h, o farol baixo é automaticamente acionado.

- Nas velocidades acima de 110 km/h nas rodovias, o facho se adapta automaticamente para proporcionar uma visibilidade mais distante do veículo, permitindo que o motorista veja o que está acontecendo mais adiante sem ter que acionar o farol alto,

- Em locais de curvas, o farol acompanha se ajustando horizontalmente para seguir a trajetória, conforme a velocidade e do ângulo de esterçamento do volante. Dependendo do ângulo de direção, os faróis também giram até 15° e permitem uma iluminação otimizada da curva.

- Trafegando com farol alto, o sistema detecta outro carro no sentido oposto e muda para o modo de farol baixo sem prejudicar a visibilidade.

Para atingir este nível de sofisticação, a Volkswagen investiu na construção de um túnel de luz para reduzir os tempos de desenvolvimentos.

O túnel de luz possui 100 metros de comprimento, com 15 metros de largura e 5 metros de altura. Neste ambiente controlado, a Volkswagen faz simulações de estradas para testar sistemas de iluminação, com a vantagem de poder executar e repetir os testes quantas vezes forem necessárias, além de reduzir o tempo de desenvolvimento de novos faróis, lanternas e iluminação interna. 

Os faróis de LED IQ Light usam diodos emissores de luz controlados individualmente. O farol baixo é formado por uma placa de circuito com 48 LEDs, enquanto a placa para o farol alto possui 27 LEDs. Para além dos 75 diodos utilizados para os médios e máximos, existem vários LEDs para outras funções, incluindo iluminação da zona de proximidade e funções de sinal (luzes diurnas e de posição, bem como indicadores de direção animados). No total, cada farol tem 128 LEDs.

Os faróis de LED micropixel representam o desenvolvimento ainda mais específico da Volkswagen, com três chips de LED micro-pixel formam a base tecnológica do farol, sendo que cada um desses chips possui 1.024 pixels e estão montados em uma superfície de apenas 4 x 4 milímetros. O conjunto formado pelos três chips possuem 3.072 pixels, que podem ser controlados individualmente.

Os 3.072 pixels que agora foram implementados são apenas o começo, pois os faróis de LED micropixel têm o potencial técnico de serem capazes de acomodar e projetar até 30.000 pixels por chip.

A iluminação é um tema que não vai se esgotar apenas com esta matéria, iremos continuar trazendo mais conteúdo para manter nossos leitores sempre atualizados.

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