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Computadores sobre rodas é a definição mais adequada para os carros tecnológicos

Ver a imagem de uma fábrica repleta de pessoas fabricando carros já ficou no passado e esse espaço foi tomado por robôs, dirigir o carro, trocar marchas, acelerar e frear também ficou para trás

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Por Gaspar


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Robôs fabricam carros, softwares controlam e dirigem os carros e isso está acontecendo muito rápido e algumas coisas estão ao nosso lado e não damos muita atenção, como exemplo, vamos lembrar que um carro fabricado na década de 90 tinha algumas centenas de metros de fios, que eram o suficiente para o seu funcionamento.  

O comprimento acumulado dos fios elétricos em um carro moderno é de mais de 4 km, além de dezenas de módulos eletrônicos funcionando simultaneamente e em rede.  

Saindo rapidamente do mundo dos automóveis, temos mais de 40 km de fios em aviões de caça modernos, aproximadamente a 200 km em trens de alta velocidade, 400 km em aviões civis recentes e pode ser estimado em torno de 5.000 km em uma usina nuclear. 

Mostrar estas grandezas nos faz repensar como estão ficando complexos todos os sistemas de controle dos veículos de qualquer tipo e os carros estão com a mesma complexidade, respeitando as suas dimensões. 

É de se admirar toda essa eletrônica, mas temos que lembrar que esses carros com 4km de fios irão para as oficinas e os reparadores precisam conhecer bem estes sistemas para manter tudo funcionando corretamente. 

O que já está complexo, vai ficar muito mais ainda com a chegada dos veículos elétricos e autônomos, que estão seguindo quatro tendencias: 

Eletrificação. Os sistemas de transmissão mudarão para tecnologias híbridas-elétricas, elétricas e de células de combustível à medida que amadurecem e se tornam mais baratas. 

Condução autônoma. A operação de carros automatizados passará de sistemas avançados de assistência ao motorista para direção totalmente autônoma à medida que a tecnologia amadurece. 

Mobilidade diversificada. À medida que a economia compartilhada se expande e as preferências do consumidor mudam, o modelo padrão continuará a evoluir de compra ou aluguel direto para aluguel e compartilhamento de carros. 

Conectividade. As possibilidades de inovações de informações e entretenimento, novos serviços de tráfego e novos modelos e serviços de negócios aumentarão à medida que os carros forem conectados uns aos outros, à infraestrutura mais ampla e às pessoas. 

À medida que desenvolvem novas opções de software, os carros estão evoluindo para computadores sobre rodas, uma mudança semelhante aos acontecimentos na indústria de computadores há 20 anos e na indústria de celulares há 10 anos. Como resultado, é possível prever um ecossistema complexo surgindo no setor automotivo.

O que já está acontecendo é interação ou interface Homem-Máquina (IHM), onde a tecnologia de interface homem-máquina melhora a forma como os motoristas interagem com seus carros. HMI é uma tecnologia baseada em voz que os motoristas usam para obter o auxílio do um veículo para tarefas como fazer uma ligação telefônica, localizar um endereço ou ativar algum sistema desejado. 

Isso ajuda a controlar alguns recursos do seu carro, por exemplo, os assistentes virtuais permitem que os motoristas interajam com o carro e eles também ajudam os motoristas a aumentar a eficiência na manutenção de faixas e na prevenção de colisões. Isso é possível com o uso de tecnologias como realidade aumentada e câmeras inteligentes. Essas câmeras ajudam a fazer curvas e dirigir com segurança em curvas e cruzamentos que não são visíveis com espelhos de carro. 

Os veículos precisam se comunicar de forma segura on-line e o avanço da tecnologia permite a coleta de dados e a comunicação entre os veículos. Os dados permitem que um veículo saiba o que está acontecendo em sua área circundante. 

A Internet das Coisas (IoT), também usa algoritmos e possibilita monitorar um veículo e realizar manutenção preditiva. Os alertas sobre condução e manutenção preditiva serão enviados ao motorista. Isso ajuda a reduzir o tempo de inatividade e melhorar o prazer de estar no carro. 

Além da eletrificação, a conectividade por meio da tecnologia é outro fator que contribui para a corrida para construir os carros do futuro. Desde telas digitais a plataformas externas como Android Auto ou Apple CarPlay, estamos vendo à introdução de vários sistemas de conectividade no setor automotivo na última década. A indústria automotiva continua procurando novas maneiras de inovar, integrando 5G, Internet das Coisas (IoT) e Inteligência Artificial (IA), a conectividade automotiva é uma realidade que nos coloca em um mundo virtual. 

A conectividade pode ser separada em três pilares:  

Info-entretenimento, 

Telemática e 

Infraestrutura.  

O info-entretenimento representa a conexão entre o motorista e os passageiros com o veículo, incluindo entretenimento no carro, painel digital integrado, display que projetam imagens no para-brisas e Wi-Fi.  

A telemática consiste no monitoramento de informações por meio de dispositivos de telecomunicações, incluindo a nuvem. Isso pode permitir que o carro colete dados sobre o comportamento do motorista, por exemplo.  

A infraestrutura conecta o carro ao seu entorno, permitindo reconhecer e distinguir semáforos, pedestres e até mesmo outros veículos com características tecnológicas semelhantes. 

Vários recursos dentro da conectividade automotiva estão crescendo, e um deles é a automação de condução. A conectividade em breve permitirá que os fabricantes de automóveis forneçam o nível máximo de automação de direção - nível 5. O nível 5 é o nível de automação total em que o veículo executa todos os aspectos de direção sem nenhuma supervisão ou requisitos de interação humana.

Os veículos semiautônomos já estão circulando pelas ruas (nível2) e fazem curvas sozinhos e se mantem no trânsito dentro dos limites das demarcações de faixas no asfalto. 

Está ocorrendo um fenômeno onde as pessoas estão dispostas a desistir de ter carros particulares. O modelo de propriedade de carro particular existe há muito tempo. Para muitos, possuir um carro é uma necessidade logística inegável e muitas vezes ainda representa um símbolo de status.

No entanto, a maioria dos carros passa o tempo ocioso nas calçadas e, com o aumento do custo do combustível, isso pode aumentar significativamente. Como exemplo, um carro médio na Inglaterra fica estacionado cerca de 90% do tempo, e esse número é aumentado quando a pessoa possui mais de um carro. 

Possuir um carro particular vem com altos custos e aborrecimentos. Encontrar estacionamento, ter que ficar parado no trânsito durante os horários de pico e seguro com valores altos, sem esquecer dos custos de manutenção. Além do impacto ambiental que tem a realização de múltiplas viagens individuais com um carro de cinco lugares e ocupado por apenas uma pessoa.  

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