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Ar condicionado é sinônimo de conforto para as pessoas, mas os danos ambientais são elevados

Infelizmente é comum encontrar pessoas que são contra a mudança e melhorias dos fluidos refrigerantes, sem ter a noção do que está acontecendo com o ambiente do planeta onde vive junto com 8 bilhões de habitantes

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Por Gaspar


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O planeta ainda sofre as consequências dos danos causados pelo R12 – CFC – Clorofluorcarbono, que contribuiu com a destruição da camada de ozônio, principalmente na região do polo sul do planeta. 

Atualmente os sistemas de climatização estão utilizando outro tipo de gás refrigerante, que não afeta a camada de ozônio e com isso, desde o encerramento do uso e fabricação do CFC na década de 90, o planeta vem se recuperando gradativamente. 

Há bons indicadores que apontam a redução do tamanho do buraco na camada de ozônio, que tinha na atmosfera na região do polo sul. 

Informações obtidas através de relatórios apresentados no início de 2023, (103ª reunião anual da American Meteorological Society) confirmam que a camada de ozônio está a caminho de se recuperar dentro de quatro décadas. 

A destruição é rápida, mas recuperação não acompanha a mesma velocidade e mesmo sendo lenta, a recuperação natural está ocorrendo e permitindo que a camada de ozônio cumpra a sua função que é filtrar os raios ultravioleta, que é um grande causador de câncer. 

Os participantes do Protocolo de Montreal, incluindo muitos reparadores que receberam gratuitamente os equipamentos de coleta de CFC, contribuíram muito para proteger a camada de ozônio, evitando mais danos, caso este gás fosse lançado na atmosfera.  

Cada oficina que participou diretamente do processo de coleta e destinação do gás refrigerante automotivo, que na época era o R12- CFC, mostrou a seriedade do setor da reparação automotiva com o meio ambiente. 

As oficinas cadastradas recebiam uma máquina de coleta e reciclagem do gás refrigerante R12, sem custo e apenas assinava um documento onde o equipamento ficava consignado. Passados alguns anos, estes equipamentos foram doados para as oficinas participantes. 

Todo controle de entregas das máquinas para tratar o gás do ar-condicionado de carros foi realizado pelo Ministério do Meio Ambiente e o PNUD. Os equipamentos reciclam os gases CFCs, ou clorofluorcarbonetos, dos condicionadores de ar dos automóveis, evitando que sejam liberados para a atmosfera, e depois são recolocados limpos. A eliminação gradativa do uso do gás clorofluorcarbono foi uma determinação do Protocolo de Montreal, assinado pelo Brasil em 1989.  

A iniciativa integra o Plano Nacional de Eliminação dos CFCs, projeto de 1,6 milhão de dólares que distribuiu 335 equipamentos. As oficinas que receberam os equipamentos estavam concentradas em dez estados: São Paulo, Santa Catarina, Rio Grande do Sul, Paraná, Minas Gerais, Rio de Janeiro, Espírito Santo, Bahia, Mato Grosso do Sul e Ceará.  

Em um relatório do Plano Nacional para Eliminação dos CFCs tem um mapa que indica quantas máquinas de recolhimento foram entregues por estado e ainda consta uma lista em ordem alfabética com os nomes de cada oficina participante. 

Mesmo sem informar os nomes destas oficinas, consideramos cada uma como representantes de um momento único no país que tomou a atitude de preservar o planeta de um desastre ambiental, oficinas fazem mais do que consertar carros. 

Contribuindo com preservação da camada de ozônio, as montadoras encerraram a utilização deste gás na fabricação de veículos novos e passaram a usar o R134a, que está sendo aplicado ainda nos veículos atuais aqui no Brasil. Desde 1995, os carros fabricados não utilizavam mais o CFC no ar-condicionado.  

Em outros países o gás refrigerante utilizado é outro, que é menos prejudicial ao meio ambiente, se degrada rapidamente e não influencia no aquecimento global, este gás é o 1234yf. 

Mantendo as condições de controles atuais em vigor, a camada de ozônio deverá se recuperar e atingir níveis semelhantes aos de 1980 (antes do surgimento do buraco na camada de ozônio, conforme as previsões de datas: 

Por volta de 2066 na Antártida,  

Em 2045 no Ártico, 

Em 2040 no resto do mundo.  

Vamos entender um pouco mais sobre a camada de ozônio que faz parte da estratosfera, que fica de 10 a 50 quilômetros acima da superfície da Terra.  

Para um gás simples, o ozônio desempenha um papel importante no funcionamento dos ecossistemas da Terra. O ozônio protege a vida na Terra da radiação ultravioleta (UV) do sol. O ozônio na estratosfera absorve a maior parte da radiação ultravioleta do sol e sem ele, a intensa radiação ultravioleta do sol esterilizaria a superfície da Terra.  

Em 1987, países ao redor do mundo se uniram para assinar o Protocolo de Montreal, que formalizou a missão de proteger e reparar a camada de ozônio reduzindo rapidamente o volume de gases que destroem a camada de ozônio liberados na atmosfera. É o único tratado da ONU que foi ratificado por todos os 198 estados membros da ONU. 

O uso de produtos químicos que destroem a camada de ozônio, como os CFCs, foi reduzido a quase zero, caindo de mais de 800.000 toneladas em 1989 para 156 toneladas em 2014. O uso de outros gases que destroem a camada de ozônio foi reduzido significativamente e o trabalho está em andamento para ir além e garantir que a camada de ozônio seja preservada. 

 

Uma informação do Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente (PNUMA), afirma que sem este tratado, a destruição do ozônio teria aumentado dez vezes até 2050 em comparação com os níveis atuais, além de estar salvando milhões de vidas. 

Esta enorme redução na liberação de substâncias que destroem o ozônio também está ajudando a reduzir o aumento da temperatura global em 0,5°C até 2100, de acordo com o PNUMA, tornando o Protocolo de Montreal um dos acordos globais mais bem-sucedidos de todos os tempos.

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