Toda vez que penso sobre os fundamentos do Marketing Digital, gosto de iniciar a reflexão imaginando a seguinte situação.
O seu potencial consumidor, aquele cliente com todas as características que foram mapeadas e desejadas por você, está no celular, navegando pela internet, mas ainda não conhece a sua marca e nem mesmo como o seu produto/serviço poderia auxiliá-lo.
Se ele já estiver buscando algo relacionado ao seu produto, que sorte... ele está mais perto de você. Mas, se o interesse naquele momento for outro, você terá o desafio de atrair a atenção dele para o que você tem a comunicar...
Eu gosto da expressão POSTAR. Costumamos usar muito esta expressão no meio digital e é assim mesmo que nos colocamos... A sua marca, o seu produto e a sua mensagem se postam a frente do seu potencial cliente, buscando uma oportunidade de que ele as observe.
Talvez no seu dia a dia o primeiro contato com clientes venha ocorrendo mais fora do ambiente digital, em alguns mercados isso é comum. Mas, com certeza você não desejará perder a oportunidade de conduzi-lo a uma experiência com a sua marca, os seus produtos e a sua empresa no ambiente digital. É lá que você terá uma imensidão de possibilidades para alcançar, impactar e influenciar o seu cliente e condições para mensurar resultados, prototipar e segmentar clientes.
Além disso, possivelmente você irá considerar o baixo custo, a agilidade na implementação das ações e ainda a maneira simples de executá-las...
Mas, será que todas essas premissas são verdadeiras?
Em conversas com Empreendedores e Gestores de diversos segmentos, tenho notado que premissas relacionadas a percepção de baixo investimento e facilidade na operacionalização das ações tem motivado a decisão em concentrar os esforços de Comunicação e Marketing unicamente nos Meios Digitais, com a crença de que serão suficientes para o alcance dos objetivos.
Em alguns mercados, a extrema concentração de ações no meio digital já pode trazer um bom resultado, mas talvez você esteja inserido em um mercado no qual o consumo e interação com seus produtos ainda não aconteçam predominantemente no ambiente digital.
Um estudo da consultoria Forrester, encomendado pelo Google, revela que até 2021, as vendas via e-commerce no Brasil representarão 4,6% do total de vendas realizadas no varejo, ou seja, em alguns mercados este índice será ainda menor...
Por outro lado, 80% das decisões de compras atualmente já são realizadas no ambiente digital.
Os consumidores cada vez mais vão se servir dos diversos meios, conforme a sua conveniência. Obviamente com o passar do tempo e a crescente familiaridade com os meios digitais, os consumidores passarão a considerar novas possibilidades de uso. Milhões de brasileiros deverão fazer sua primeira compra pela internet nos próximos anos e consumidores que já estão habituados a comprar pela internet vão amadurecer vivendo a experiência de comprar itens além dos duráveis e comparáveis (segundo dados publicados no Jornal Estado de São Paulo), mas é importante perceber onde e como o seu cliente consome e interage com os seus produtos e a sua marca hoje, e qual será o caminho que ele provavelmente irá percorrer no mundo digital no futuro.
Embora a criação de materiais e conteúdos para divulgação no meio digital possa parecer mais simples e menos custosa, ela requerer estratégia e continuidade para realmente gerar bons resultados.
A pluralidade de canais e as diversas formas de interação com o público reforçam a necessidade da definição de estratégias para cada fase de interação com o cliente.
Além disso, a continuidade não é apenas uma questão de frequência, mas está relacionada à atividade de aprofundar o conhecimento sobre o perfil dos diversos públicos de interesse, fazendo com que a cada dia você consiga gerar conteúdos mais relevantes para públicos mais segmentados.
É interessante observar como as pessoas assumem um outro ritmo quando estão no meio digital, o ambiente promove que decisões sejam tomadas mais rapidamente, tudo funciona em segundos...
A própria característica dos dispositivos e das plataformas digitais nos dão esta condição e expectativa, e por consequência as pessoas mudam o seu comportamento e a forma de interagir com os conteúdos.
Na velocidade de um clique, o consumidor decide se observará o seu pop-up, e-mail marketing, anúncio e todo o seu esforço de patrocínio da página ou se ele simplesmente irá eliminar a “barreira” que o impede de ir diretamente para o conteúdo que ele realmente quer ver...
Neste ponto, a estratégia de Marketing de Conteúdo, se bem executada, poderá ser fundamental para qualificar a sua marca / empresa entre as provedoras de conteúdos que já foram testadas pelo seu cliente e “pré-aprovadas” por ele. É como se você adquirisse passagem livre naquele primeiro filtro que ele faz enquanto decide se disponibilizará um pouco mais de tempo para observar um determinando conteúdo.
Para tanto, você precisará disponibilizar conteúdos de alta relevância e customizados para os públicos, objetivando que a sua empresa / marca torne-se referência em determinados assuntos. Deste modo, você construirá a percepção de que os conteúdos postados pela sua marca são importantes, relevantes e acrescentadores...
Quando você cria conteúdos que respondem aos anseios do seu cliente, ao longo do relacionamento, você terá mais chance de contar a ele o que mais interessa a sua empresa...
É como trazer o cliente para sentar no seu sofá e conversar um pouquinho.