Oficina Brasil


O sucesso de uma oficina após conflitos de gerações

Em muitas empresas familiares é comum as divergências de ideias, pois são diversas gerações atuando juntas, dividindo tarefas, responsabilidades e, também, opiniões. Hoje, temos um exemplo que se deve aplicar em muitos profissionais que trabalham com o pai ou a mãe!

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Por Da Redação


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Por trás de uma história de sucesso sempre encontraremos problemas como: desequilíbrio entre a emoção e a razão, organização empresarial, desafios tecnológicos e até mesmo conflitos entre gerações em empresas familiares. Como já vimos em histórias anteriores, a gestão é a parte mais importante de uma empresa, pois é ela que direciona e garante o significado da organização. Sem uma administração eficiente, a empresa enfrentará desafios que podem culminar em sérios prejuízos.

Luiz Licciotti sempre foi apaixonado por carros e pela mecânica. Ele partiu de Brodósqui, 1989, em direção a Ribeirão Preto, interior de São Paulo, em busca de uma vida melhor. Logo que chegou na cidade, começou a trabalhar em uma oficina muito famosa na região, na qual pôde aperfeiçoar suas técnicas e aprender mais sobre mecânica. Após anos dedicados a esta empresa, Licciotti começou a sentir-se insatisfeito, pois via a desproporção entre o seu grande desempenho e a falta de valorização profissional em termos de ganhos. Já com dois filhos para sustentar, Luiz precisava fazer algo para aumentar sua renda familiar. Insatisfeito, decidiu deixar a oficina no qual trabalhava e começou a prestar serviços por conta própria na garagem de sua casa. Na época, ele morava em uma comunidade conhecida pela violência e tráfico de drogas, mas com todo o seu talento não foi difícil angariar clientes, pois muitos sabiam de sua capacidade técnica e o solicitavam para realizar os serviços e iam atrás dele.

Licciotti juntou o dinheiro que ganhava e após muito esforço e até tarde trabalhando, conseguiu alugar um terreno para enfim concretizar seu sonho, ter sua oficina mecânica. O negócio vinha de vento em popa. Devido à qualidade de seus serviços, o número de clientes aumentava, e logo ele conseguiu comprar o espaço.

Luiz Antônio Licciotti Júnior, o primogênito, nasceu na oficina, tanto que dizem que em suas veias corre óleo. Na oficina de seu pai, aprendeu tudo sobre reparação automotiva. De acordo com Júnior, a atração pela mecânica foi instantânea, amor à primeira vista, um sentimento espontâneo que nasceu com ele, algo visceral e impossível de explicar. Aos 12 anos de idade, adorava passar a maior parte de seu tempo na oficina, fazendo os serviços no pátio.

Com o tempo, a oficina se tornava cada vez mais conhecida pela prestação de serviços de alta qualidade, mas pecava pela falta de controle na gestão. De acordo com Junior, a empresa não possuía administração, funcionava de forma informal, declara: “Não tínhamos uma gestão ou contabilidade clara, mas dava certo. Meu pai conseguia gerar um fluxo de caixa considerável e conseguia pagar as contas. A administração na área da recepção era de minha responsabilidade, e meu pai ficava debaixo dos carros executando os serviços, pegava o cheque ou dinheiro, e dava para minha mãe pagar as contas e comprar o que precisava, misturando as contas pessoais e da oficina”.

Mesmo na condição de filho, Junior era um funcionário como todos os outros. Seu pai fazia questão de tratá-lo como um colaborador da oficina, no sentido de dar exemplo para os outros profissionais. E mesmo sabendo dos problemas da oficina e possíveis mudanças que poderia realizar, Junior enfrentava um grande entrave, visto que seu pai era “cabeça dura” e não aceitava críticas, conselhos ou advertências em relação à gestão de sua oficina. Então, Junior preferia resguardar-se em silêncio, acatando as ordens impostas por seu pai, apesar de vislumbrar o grande potencial de crescimento da oficina e as possibilidades de melhorias na gestão. Assim, o tempo foi passando e a vida seguindo seu curso. Junior casou-se e teve dois filhos. A oficina continuava funcionando, mas nada mudava. Embora houvesse um volume de trabalho significativo, a gestão ainda era deficiente e ele continuava sendo tratado como funcionário. 

“O volume de atendimentos na oficina aumentou e os problemas na gestão amplificaram-se, a situação era caótica. Meu pai contratava de qualquer jeito, os funcionários bons estavam indo embora devido ao gênio forte do meu pai, e a oficina estava uma bagunça. Não tinha controle financeiro, era pegar o dinheiro do cliente, comprar o necessário. Estávamos numa posição desesperadora”, declara Junior.

CONFLITOS NA OFICINA

Chegou o momento em que Junior já não aguentava mais a situação. Ele queria implementar uma política organizacional e promover a ampliação das instalações da oficina, porém seu pai não acatava as suas ideias, fato que o deixava bastante chateado.

“Meu pai é meu ídolo. Temos uma oficina hoje por causa dele. Mas, na ocasião eu estava de “saco cheio”, não via mais perspectivas de futuro ali, queria ampliar, crescer e fazer mudanças. Estava cansado de ser só um funcionário, queria também ajudar na administração que via como essencial para estabilidade do negócio. Então chegou um momento que brigávamos, eu queria uma coisa e ele outra, chegou ao ponto de trocarmos farpas no pátio, sempre mantendo o respeito, mas não era fácil”.

Vendo tudo isso acontecer, Junior decidiu que iria sair da oficina de seu pai, vender sua casa e montar uma para ele. Percebendo a insatisfação do filho, Luiz propõe uma sociedade na empresa. Mas, não adiantou, Junior declara que aquilo foi apenas uma retórica para tirar aquela ideia de sua cabeça, pois o modo de operação da oficina continuava igual e ele apenas percebeu melhorias em termos financeiros.

“Com a sociedade as coisas tinham melhorado financeiramente para mim, mas aquela história que eu teria maior participação foi apenas para manter-me mais quieto. Pois, continuava sem poder para incrementar as mudanças que eu queria. Como percebi certo avanço, eu não queria desgastar a relação com meu pai e nem discutir, sabe? E esse meu silêncio foi o maior erro da minha vida, pois foi aí que a falta de gestão fez com que entrássemos numa fase ruim e começaram aparecer os problemas financeiros”, comenta Luiz Junior.

ULTRACAR COMO SALVAÇÃO DA EMPRESA

Apesar de ser sócio, Junior continuava sem poder para mudar a gestão da oficina, sendo conivente com o sistema de gestão que seu pai exigia. Mas, com o passar do tempo percebeu que a situação era crítica, pois havia muita demanda por serviços, mas não gerava uma entrada de caixa satisfatória, gerando grandes prejuízos. A falta de administração englobava todos os processos, sem registros e rotinas, contas pessoais misturadas com as da oficina, uma verdadeira bagunça. 

Junior declara que a situação era desesperadora, não tinha lucro. “Tínhamos serviços e movimento no pátio. Mas, quando chegava para fazer as contas, a situação era desesperadora. Eu ia para casa, e não parava de pensar o que fazer para mudar aquela realidade, foram noites sem dormir! ”, relata Junior.

Vendo o sonho de sua família despencar ladeira abaixo, Junior foi atrás de soluções efetivas para implantar um modelo de gestão na oficina, mas sem contar para ninguém. Pois, mesmo numa situação difícil seu pai não aceitava que a solução para melhorar a empresa seria pelo lado da gestão.

Em suas pesquisas sobre gestão de oficinas, Júnior descobriu os vídeos do Fábio Moraes, CEO da Ultracar. Imediatamente se encantou pelas dicas e sugestões que Moraes transmitia e, assim, decidiu adquirir o software de gestão sem que ninguém soubesse. Mas como não dispunha de tempo para alimentar o sistema, ele procrastinava, deixando sempre essa etapa importante como uma tarefa secundária a ser cumprida. Pois Junior também era vítima desta cultura enraizada de falta de gestão.

Diante desta situação, Junior não tinha mais saída e teve que colocar “as cartas na mesa”. Chegaram em comum acordo, e decidiram que era hora de seu pai aposentar, assim não tendo barreiras para enfrentar, bem como um jeito de preservar a sua saúde e bem-estar. Junior relata que não foi fácil ver seu pai afastar-se de algo que construiu com tamanha devoção. Ele contou a dura realidade da oficina, e seu pai vendo a situação não tinha opção.

“Eu precisava de ajuda, eu rezava, orava, pedia para Deus. Eu entrei em desespero, eu precisava de ajuda. Eu tinha a Ultracar, mas nunca alimentava o sistema, esse foi outro grande erro meu. Porém, houve um momento que já não dava mais, tínhamos que fazer algo, senão iríamos perder a oficina, foi aí eu vi que era um caso de urgência, e decide investir numa consultoria do Fábio Moraes”. Comenta Luiz Junior.

Junior afirma que a equipe da Ultracar fez uma visita em sua oficina, e relembra: “O pessoal da consultoria veio e conversou comigo, identificaram todos erros que estavam sendo cometidos. Então, de imediato me auxiliaram em todos os procedimentos que precisava melhorar. Minhas reuniões com a equipe da Ultracar eram produtivas, pois comecei a entender o que de fato estava acontecendo e como poderia tornar minha oficina lucrativa”.

Junior estudou o software de gestão com afinco, absorvendo todas as informações necessárias para criar processos eficientes, novas rotinas de trabalho e conseguir alimentar a plataforma com centenas de informações, pois a fase mais difícil foi a implementação, comenta: “A Ultracar foi a solução dos meus problemas, ela permitiu que a oficina continuasse ativa e a perpetuar-se no mercado tão competitivo. Ela foi fundamental para meu negócio, eu não tenho nem palavras. No começo foi difícil, eu tinha que alimentar o sistema, mas eu consegui!”.

O suporte da empresa de software junto com a consultoria da Ultracar foram de extrema importância para Júnior. De acordo com ele, essa combinação é crucial para o sucesso da empresa. Hoje, ele continua acompanhando as palestras e os vídeos divulgados por Fábio Moraes.

Emocionado, Junior relata que tudo o que passou fez dele uma pessoa mais forte e compreende os motivos que o fizeram passar por cada estágio, desde o dia em que assumiu o cargo de auxiliar até se tornar dono da oficina. 

“Meu pai é meu grande exemplo e inspiração, o mérito de termos essa oficina é totalmente dele. A única coisa que fiz foi não deixar o sonho se arruinar. Ele me mostrou o amor pela mecânica. Meu pai é o verdadeiro cara de sucesso! Eu sou a pessoa que tinha como missão dar a sustentabilidade a oficina”.

Caso você esteja passando por uma situação similar, um conflito de gerações capaz de interferir nas decisões de sua empresa, pense rápido no que irá fazer. Não deixe o problema atingir um nível crítico para tomar uma atitude. A Ultracar tem como missão fazer que seu belo sonho não se transforme no tenebroso pesadelo de sua vida. E lembre-se, sem gestão não há solução.

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