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Copeiro, bancário e empresário: essa é a trajetória de Wilson de Lima Vieira, diretor geral da Radiex

“Me deparei com a situação na qual não enxergava mais como crescer ali dentro, portanto resolvi me tornar vendedor, para que eu pudesse construir meu próprio salário”

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Por Da Redação


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Wilson de Lima Vieira, diretor geral da Radiex, começou a trabalhar muito cedo e, depois de ser copeiro em uma padaria, começou a carreira como bancário no Unibanco, onde permaneceu por dez anos. No banco ele ganhou experiência e cresceu profissionalmente: “passei por praticamente todos os setores, chegando ao cargo de auditor”, comenta.

Foi nesse momento, percebendo que não havia mais como alcançar posições maiores na empresa, que Wilson Vieira começou a construir o seu legado: “me deparei com a situação na qual não enxergava mais como crescer ali dentro, portanto resolvi me tornar vendedor, para que eu pudesse construir meu próprio salário.”

De acordo com Wilson, a Radiex surgiu de uma ideia conjunta com o irmão: “ele trabalhava na área, mas também como empregado, e a partir disso enxergamos a oportunidade de investirmos no produto de arrefecimento. Construímos a marca com a participação de três sócios-irmãos, na qual cada um tinha seu papel: um cuidava da administração, outro era responsável pela produção e um do financeiro. “Expandimos os negócios com revendedores, distribuidores e a cada dia buscamos crescer mais, abrindo novos segmentos e novas parcerias. Chegamos a abrir franquias, em meados de 2010 a 2012, e foram muitos aprendizados”, comenta Wilson. Confira a entrevista exclusiva:

Jornal Oficina Brasil: A Radiex está comemorando 30 anos e, desde sua fundação, passou por crises econômicas e planos mirabolantes para salvar a economia. Qual o segredo de chegar a 30 anos de forma pujante e ativa no mercado?

Wilson de Lima Vieira:  Com espírito empreendedor, onde não tenho medo de arriscar e apostar em novas ideias. Inovação constante em produtos e serviços, não deixando o básico de lado, ou seja, bom suporte técnico, parcerias consolidadas, apoio de brandings e busca constante de novos mercados e segmentos.

JOB: Quais os valores fundamentais do fundador que fazem parte do DNA da Radiex?

WLV: Carregamos na Visão da empresa o Salmo 111:10 - “O temor do Senhor é o princípio da sabedoria; bom entendimento têm todos os que cumprem os seus mandamentos; o seu louvor permanece para sempre.” – respeito ao consumidor, entregando produtos que cumpram sua função e que ele possa perceber valor em todo conjunto da marca.

JOB: Como fundador você carrega fortemente a marca Radiex e ao mesmo tempo precisa equilibrar este legado com os desafios de gestão cotidianos. Qual fórmula você encontrou para balancear estas duas forças?

Delegando e contando com ajuda de parceiros e colaboradores.

JOB: Hoje, quantas fábricas existem e quais os produtos que são comercializados?

WLV: Uma fábrica própria e 272 produtos em embalagens variadas.

JOB: Para aplicações automotivas a Radiex está presente nas montadoras?

WLV: Sim, inclusive com marca própria e homologações de grandes montadoras.

JOB: Nos últimos anos, quais investimentos foram feitos pela empresa?

WLV: Reestilização da linha de produtos, entre embalagens e rótulos, certificação de ISO 9000, novas instalações da área administrativa e comercial, novas homologações em montadoras, certificação ABNT, entre outros. E vem novidade para o ano de 30 anos da Radiex.

JOB: A Radiex sempre esteve ligada ao sistema de arrefecimento e a aplicações automotivas, mas navegando no site é possível perceber uma ampla gama de produtos que inclui uma linha de químicos de aplicação industrial, a partir de quando vocês decidiram pela diversificação?

WLV: Sempre aproveitamos as oportunidades, onde há pouco mais de 20 anos começamos a diversificação da linha de produtos, nos transformamos em uma indústria de transformação, onde temos laboratório próprio, o que nos possibilita a análise e teste de diversos produtos químicos.

JOB: Com as mudanças tecnológicas nos motores atuais que apresentam maior taxa de compressão e altas temperaturas, o sistema de arrefecimento passou a ter um papel ainda mais importante. Como vocês estão acompanhando essas inovações?

WLV: Participamos ativamente de reuniões na ABNT, investimos em projetos próprios, reuniões em universidades, reuniões em centro de pesquisa e desenvolvimento e nos atualizamos sempre para acompanhar as mudanças cotidianas.

JOB: Toda mudança tecnológica pressupõe mudanças na forma como as pessoas vão utilizar esta inovação, quais os esforços da Radiex em direção à formação de pessoas?

WLV: Treinamento e palestras constantemente, seja online, ou presencial, junto a clientes, parceiros, fornecedores e colaboradores.

JOB: O mercado de reposição independente no Brasil é composto de vários players como distribuidores, lojas de peças e oficinas mecânicas. Como a Radiex enxerga o papel de cada um destes agentes e quais as atividades que desenvolve em cada elo da cadeia?

WLV: Enxergamos que eles têm um papel de grande importância junto a nossa operação, pois atuamos a nível Brasil junto a distribuidores e grandes redes, onde levamos todo know-how da Radiex para suas equipes, para que as vendas fluam naturalmente.

JOB: O mercado de reposição está vivendo um de seus melhores ciclos e estudos recentes (como o publicado na edição de novembro de 2016 do Jornal Oficina Brasil) apontam que mesmo com a recuperação da venda de veículos novos, o aftermarket continuará crescente e demandante. Como a Radiex enxerga este cenário e quais ações estão sendo tomadas para desfrutar deste momento?

WLV: Nascemos dentro do mercado de reposição, são 30 anos trabalhando com ferramentas e equipamentos adequados para que o convencimento do cliente seja completo e verdadeiro, com comprovação via laudos laboratoriais e acompanhamento de profissionais treinados. Enxergamos que estamos num momento de plena ascensão, onde buscamos constantemente investir em treinamentos e materiais para capacitar, principalmente, colaboradores e parceiros, sobre a importância da manutenção preventiva e corretiva.

JOB: Nos últimos 20 anos assistimos a uma proliferação de marcas e modelos de veículos que circulam pelas ruas e estradas do Brasil e isso, somado às questões logísticas de um país continental, ocasiona que os agentes comerciais precisem tomar decisões sobre quais linhas de produtos vão comercializar e quais terão de abdicar. Como a Radiex tem se posicionado para garantir que o reparador independente encontre todos os produtos na hora certa e no local certo?

WLV: Buscamos atingir o maior número possível de profissionais e clientes da área, via distribuidores, atacados, grandes redes e e-commerce, ou diretamente de fábrica, com suporte online e via telefone.

JOB: Algum outro ponto que não mencionamos e que você gostaria de falar?

WLV: O grande segredo do sucesso é determinação, acreditar sempre, ser verdadeiro com seu público, apresentando transparência nas ações de tal forma que o mercado perceba valor e conteúdo nos seus produtos e serviços entregues. Busco atualmente atravessar fronteiras, levando a Radiex para novos mercados, inclusive o internacional, esses 30 anos são dignos de comemoração e reflexão, num país onde não é tão fácil empreender, precisamos ser os primeiros a acreditar em nosso potencial e no sucesso. 

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