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Com a diversidade da frota circulante, Gates revela como faz para desenvolver seu portifólio

Em entrevista exclusiva, Sidney Aguilar, Diretor de Vendas e Marketing da América do Sul da Gates, fala sobre os desafios do mercado aftermarket!

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Por Da redação


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Conte um pouco de sua experiência profissional e trajetória na Gates? 

A construção da minha experiência profissional se deu por passagens em três indústrias. Foram 12 anos na alemã Knorr-Bremse, onde passei por alguns departamentos de RH e Vendas. Posteriormente, na Gates passei pelo gerenciamento dos departamentos de exportação, atendimento ao cliente e a última posição como gerente nacional de vendas – por um período de 7 anos. Em 2013, fui convidado a assumir a gerência nacional de vendas na BorgWarner, onde permaneci por três anos, retornando para a Gates em 2016 como Diretor Nacional de Vendas das Reposições Automotiva, Industrial e Agrícola, Marketing e Engenharia de Aplicação. Recentemente, já nesta segunda passagem pela companhia, assumi também a responsabilidade sob as vendas dos montadores industriais e automotivos, chamados OEMs. 

A Gates promoveu uma alteração em seu quadro diretivo da sua operação local, assim você passa a ser responsável também pelas áreas de vendas e aplicação aos montadores automotivos e industriais. Como você enxerga esse novo desafio? 

Vejo esse novo desafio como excelente oportunidade de aprendizado, principalmente no mercado de montadores industriais. Já havia trabalhado com montadores automotivos no passado, mas estar diretamente ligado aos montadores industriais, que é algo realmente novo, trouxe uma visão ampla para este mercado tão abrangente. Quanto ao aftermarket, estamos em uma boa fase internamente, já estruturados mediante as demandas e com uma equipe bastante comprometida. O ano começou um pouco lento para todos os setores, mas a expectativa é excelente para 2023. 

Já que nossos leitores são técnicos, como a Gates trabalha a inovação e tecnologia dos seus produtos? 

Quando falamos em tecnologia em 2023, o mais importante é falarmos sobre a eletrificação. Temos nossos complementos de portifólio de produtos já existentes, mas temos o lançamento, por exemplo, apresentado na Automec, de bombas d’água para carros elétricos. Estamos conectados com a eletrificação dos próximos anos. Isso trará um leque maior de oportunidades para a empresa no Brasil, pois nada dessa linha de produtos é fabricado aqui, são produtos importados. Sendo assim, quando pensamos em tecnologia, não tenho outra coisa a não ser pensar em eletrificação da frota e nas oportunidades que nosso mercado terá. 

Focando ainda sobre o produto da Gates, por quanto tempo vocês indicam utilizar uma correia no veículo? Além disso, a Gates recomenda algum período de manutenção preventiva para a troca de seus produtos?

O período de troca depende da correia, condições de uso do veículo e até mesmo intempéries. Mas a Gates sempre recomenda seguir as instruções do manual do fabricante do veículo. 
Instruímos nossos clientes a realizarem a inspeção a cada 10 mil quilômetros e fazer a troca preventiva entre 40 e 60 mil quilômetros, seguindo o manual do fabricante conforme pontuado anteriormente. 

Recentemente, a Gates lançou a nova correia Micro-V, quais as diferenças dessa em relação ao modelo anterior? 

A nova Micro-V é mais leve e mais flexível, fabricada com um composto de EPDM (Etileno Propileno Dieno Monômero) com tecnologia mais avançada, suportando mais temperatura, com mais durabilidade e vida útil maior. Pode atender até 80 mil quilômetros, comparadas às anteriores que atendiam aproximadamente 60 mil quilômetros na reposição. 
A grande diferença é material, flexibilidade e o dorso que oferece um visual premium no produto. 

Quais os principais lançamentos e novidades para este novo ano que se inicia? 

As mangueiras Turbo Charger, para motores turbo, são uma novidade, como também as correias CVT da G-Force, que foram lançadas na Automec 2023. Além disso, um novo portifólio de bombas d’água, incluindo a elétrica, que apesar de não serem fabricadas no Brasil, terá um aumento de aplicações no nosso portifólio, tornando mais condizente com a frota nacional e disponível para os mecânicos. 

Como funciona o procedimento de garantia da Gates? 

A garantia segue o CDC (Código de Defesa do Consumidor), que é o padrão para qualquer indústria. Nós como uma grande fabricante referência de mercado, caso exista algum problema numa aplicação, e que se entenda que é uma falha do produto, fazemos a análise para verificar o ocorrido. O aplicador pode solicitar uma análise de garantia e nós daremos uma resposta concreta, se for procedente, pode ser solicitado o reembolso. 
Qualquer dúvida neste sentido, o nosso cliente pode entrar em contato com o nosso canal de atendimento ao consumidor: 0800 274 2837. 

Com a diversificação da frota circulante é cada vez mais difícil atender às aplicações no mercado de reposição. Neste sentido, gostaríamos de saber se a linha de produtos direcionados à reposição transcende as aplicações oferecidas na linha de montagem das montadoras? 

A Gates mantém a qualidade na produção dos produtos originais quanto para reposição, e vê ambos mercados com extrema importância. Obviamente não estamos em todos os projetos OEM, mas com o estudo contínuo da frota por meio da nossa equipe de aplicação de produtos, lançamos diariamente novos códigos para atender todo o mercado de reposição.  

Com a diversidade da frota circulante quais elementos a Gates leva em consideração para desenvolver seu portifólio de oferta e lançamento de novas aplicações? 

Todos os nossos lançamentos são baseados em estudos de frota, nada diferente disso. Nós conseguimos mapear onde está a frota, quais os estados, as características e demandas apresentadas para atender o maior número possíveis das curvas A, B, C e D no mercado de reposição. 

Como a Gates se comunica com o público reparador sobre lançamento de seus produtos e as tecnologias empregadas em seus produtos? 

Entendo que as mídias sociais hoje são um caminho importante de aproximação e que estamos explorando mais no último ano com bons resultados. Esse é um caminho sem volta e vamos investir mais neste sentido.  
Nós temos um trabalho de campo com nossa equipe de venda e representantes, que é extremamente importante. Atendemos mais de cinco mil mecânicos por ano em treinamentos, e notamos que essa aproximação presencial se tornou ainda mais forte no póspandemia, é onde estamos mais próximos com os aplicadores, no corpo a corpo, no dia a dia. 

Como a Gates enxerga o processo de eletrificação dos carros no Brasil? 

Acredito que o processo de eletrificação é um caminho sem volta e que se fortalecerá, já há uma frota significativa desses veículos no Brasil e a tendência é de alta nas buscas pelos carros elétricos. É um avanço da indústria automotiva como um todo e a Gates está conectada neste sentido, inclusive já disponibilizando produtos para esses veículos serem reparados. 

Em 2022 foi registrado um aumento de 20,51% no número de passagens de veículos nas oficinas de acordo com o Pulso do Aftermarket. Tal fato prova mais uma vez que o Aftermarket é a prova de crise. Quais aprendizados foram absorvidos pela equipe da Gates nestes últimos 3 anos? 

O primeiro ponto foi o nosso fortalecimento interno, mantivemos as nossas relações com os nossos clientes e parceiros com os recursos on-line, e aprendemos a estar próximo do nosso público mesmo à distância, e a digitalização nos processos de relacionamento vai ficar como um legado pós-pandemia. Outra lição foi que, independentemente do problema que encaramos, o mercado de reposição não para e nós tivemos suporte e planejamento para manter nossos projetos acreditando que seria apenas uma fase, pensando sempre positivamente na demanda do mercado, apostamos na produtividade e conquistamos nossas metas mesmo na recessão. 

As ações de cunho intelectual são de grande relevância para o público reparador. Além de desmistificar certos preconceitos junto a marca os treinamentos técnicos são importantes para o crescimento de indicadores da Industria como MARKET SHARE E SHARE OF MIND. Como a GATES enxerga os movimentos de treinamentos junto ao público que decide à compra de seus produtos – o reparador?

Na minha opinião e na visão da Gates é extremamente importante estar próximo do aplicador e oferecer conteúdo técnico de qualidade. Nós fazemos esse trabalho de treinamento internamente, são mais de cinco mil participantes no país por ano. Penso que quanto mais proximidade com o conhecimento, melhor o trabalho dos reparadores e melhor o serviço nas oficinas também. E as marcas precisam ter essa responsabilidade de oferecer treinamento constante para o aplicador. 

Quais as expectativas para 2023?

A expectativa é boa, temos uma perspectiva de crescimento de mais de dois dígitos em todos os setores que atuamos, inclusive no aftermarket. A dúvida do ano é mais relacionada a montadores, que tem sofrido um pouco mais com as crises que vivemos, mas a expectativa de crescimento no mercado de reposição é alta e otimista. 

Esta última não é uma pergunta, mas um espaço para o senhor transmitir sua mensagem aos nossos 200 mil leitores (todos profissionais da mecânica e alocados em 53 mil oficinas como atesta o Instituto Verificador de Circulação). Fique à vontade para expressar o que quiser.
A mensagem que eu deixo é que 2023 é um ano de muito trabalho e otimismo para o aftermarket. As incertezas serão superadas pelas oportunidades que o mercado oferece.
Nós da Gates queremos continuar exercendo o contato contínuo com o público reparador, por meio das redes sociais, do nosso canal de atendimento 0800 e treinamentos realizados pelas nossas equipes internas de vendas, representantes, aplicação de produtos e clientes diretos.
Entender as dúvidas e ouvir a opinião de quem aplica nossos produtos é de extrema importância e nos dá diretrizes de melhorias e continuidade do trabalho desenvolvido por todos dentro da companhia, desde a produção, qualidade, atendimento ao cliente, vendas até que nossos produtos cheguem às mãos do reparador com o máximo de excelência e tecnologia aplicada nos materiais. 

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