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Em evento de tecnologia, Ford apresenta também o novo Ford Focus que chega até o final do ano

Inovações em segurança, conectividade e comodidade estão a caminho, mas as de mobilidade estão em um futuro distante. Montadora prevê frotas autônomas e por demanda

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Por Da Redação


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Novo Ford Focus chegará ao mercado no segundo semestreA demanda por conectividade está cada vez maior. Por isso, nada mais justo do que as montadoras correrem para oferecerem o melhor da tecnologia para os consumidores. Por isso a montadora se preocupa tanto com a conexão entre os sistemas do veículo e do smartphone do consumidor. Dessa forma, segundo o presidente da Ford América do Sul, Steven Armstrong, hoje os veículos da marca com o SYNC (sistema multimídia desenvolvido em parceria com a Microsoft que permite a conexão de celular via bluetooth e diversas funções, como comandos de voz e uso de aplicativos) já somam 12 milhões de unidades em todo o planeta.

E é nessa tendência que a montadora norte-americana está seguindo: veículos e tecnologias para que o motorista seja um mero expectador daqui alguns anos, por conta da direção autônoma. Claro que as cidades precisarão de melhor infraestrutura para que o sistema funcione e que haja mudança na cultura automotiva, pois muitas pessoas ainda querem estar no comando da máquina. No entanto, estudos americanos apontam que há uma mudança de hábito: “A ‘geração do milênio’ – nascida entre 1980 e início de 2000 – está atrasando decisões como casamento, compra de casa e filhos. Como consumidores, eles se comportam de forma diferente das pessoas da minha geração ou mais velhas, especialmente quando se trata de mobilidade. Com avanço da tecnologia, as pessoas se habituaram a facilidades como computação rápida, conectividade das coisas e das pessoas, como se fosse mágica, e esperam essa mesma agilidade no transporte”, diz Ken Washington, vice-presidente de pesquisa e engenharia avançada da Ford. E o novo Ford Focus, mostrado também no evento de apresentação de tecnologias para o futuro, terá algumas novidades que a montadora está preparando, como o assistente de estacionamento (coloca e tira o carro de vagas perpendiculares ou paralelas), Frenagem e Assistência de Emergência.

Na esquerda, o presidente da Ford América do Sul, Steven Armstrong. Na direita ao lado do carro, Ken Washington e à sua direita, Marcio Alfonso / “Os carros hoje produzem uma enorme quantidade de dados, de mais de 25 gigabytes de informação por hora, que nos ajudam a entender como as pessoas se movem e a enxergar padrões”, explica Ken Washington

O estacionamento automático só é possível por conta de sensores ultrassônicos instalados na frente, laterais e traseira do carro para calcular o espaço e ângulo de manobra. Ele é capaz de estacionar em vagas apenas 20% maiores que o tamanho do veículo.

O que ainda está por vir no novo hatch da marca é o SYNC com AppLink. Marcio Algonso, diretor de engenharia da Ford América do Sul, explica: “com o sistema AppLink o SYNC também passou a acessar aplicativos de smartphones que abrem várias opções de informação, entretenimento e conveniência, dentro do conceito de conectividade com segurança”, ou seja, sem precisar tirar as mãos do volante. Os aplicativos disponíveis incluem o acesso a programação de cinema, guia de restaurantes, localização e estacionamento, postos de combustível, agências bancárias e busca por músicas e rádios.

Já a Assistência de Emergência, que está presente no novo Ka, New Fiesta, EcoSport e Ranger, consiste em ligar para o Serviço de Atendimento Médico de Urgência (SAMU) quando há um acidente com acionamento dos airbags ou corte de combustível, indicando que algo grave aconteceu. Ele só consegue fazer isso se tiver um telefone conectado, via bluetooth, com o sistema, pois utiliza o sinal do telefone para fazer a ligação.

Outra função importante para o “anda e para” no trânsito nas cidades é o Active City Stop, que freia o carro caso perceba, através de seus sensores que monitoram o tráfego, que há risco de colisão. O sistema atua em velocidades até 50 km/h e pode evitar aquelas batidas comuns da distração no engarrafamento.

Apesar de todo o desenvolvimento, perguntamos ao diretor de engenharia da Ford se isso também se converte para a reparação automotiva e ele confirmou: “Hoje já existe bastante tecnologia que ajuda no momento da reparação. Atualmente quando o carro chega para a manutenção existe um conector e o veículo já passa todos os códigos sobre falhas em alguma parte do carro ou qualquer coisa fora da normalidade. O próprio computador de bordo já registra: temos funções que gerenciam freios, iluminação, etc. Se houver qualquer problema ele será detectado e o reparador já sabe exatamente onde tem que mexer”.

Toda tecnologia apresenta o seu preço, que só pode ser diminuído quando se ganha em quantidade produzida (escala) e o diretor garantiu que é necessário chegar a um meio termo: “precisamos fazer o balanço certo para que as pessoas possam comprar, além de desenvolver soluções para que as tecnologias se tornem mais baratas”.

MOBILIDADE
Ken Washington defendeu a tese de que devemos utilizar os recursos de transporte para que a mobilidade urbana melhore, principalmente com os recursos que auxiliam na condução. “A infraestrutura existente não é suficiente para que já tenhamos carros autônomos. Não há sequer uma quantidade suficiente de estacionamentos. Nós imaginamos um mundo onde haja compartilhamento de veículos e que eles sejam autônomos em uns ambientes e semiautônomos em outros”, disse.

Hoje existem 25 megacidades/ áreas metropolitanas no mundo, que são assim definidas por terem mais de 10 milhões de pessoas. Em 2030 a expectativa é que esse número supere a casa das 40 megacidades e a infraestrutura atual não comportará o número de veículos esperado.

Para tanto, a Ford quer criar um sistema de comunicação entre os veículos e com a infraestrutura da cidade, dispositivos móveis e casas inteligentes, ajudando a evitar congestionamentos e criar novas experiências. “Todo carro gera uma grande quantidade de dados e os clientes que têm smartphones também. Conforme novas experiências de conectividade forem possíveis, os dados serão disponibilizados em um único servidor que está conectado à internet. Por enquanto nós estamos construindo os recursos nos nossos carros para que eles estejam conectados à internet, melhorando a experiência. Os modens que estamos colocando nos nossos carros são 4G, mas não posso anunciar mais detalhes. Esse modem será o principal ator para que esses dados de análise possam convergir no futuro”, afirmou o vice-presidente de pesquisa e engenharia avançada da Ford.

O sonho de ter uma frota compartilhada pode gerar alguns problemas de manutenção que a montadora ainda não sabe como resolver: “no compartilhamento, alguém terá de ser o responsável pela frota. Manter e entregar o carro em condições. Necessitaremos de gestores para que seja viável. Estamos abertos à discussão. É a mesma questão sobre responsabilidades quando acontece um acidente, pois o motorista pode alegar que ele não está mais dirigindo e colocar a culpa na máquina, no caso da direção autônoma. Essas duas questões ainda serão discutidas”.

Tecnologias como o assistente de frenagem são um dos requisitos para que, no futuro e com maior desenvolvimento das vias, tenhamos direção autônomaFORD FOCUS
No mesmo espaço onde foram apresentadas as novas tecnologias a montadora aproveitou para mostrar o novo Ford Focus, que chegará ao mercado somente no segundo semestre. Entre as tecnologias apresentadas, o hatch contará com o SYNC com AppLink, Assistência de Emergência, estacionamento automático e Frenagem de Emergência. O veículo tem novo desenho, grades, faróis, para-choques e lanternas. E por dentro, como já foi anunciado, a Ford promete muita tecnologia. Finalmente o mercado brasileiro receberá o novo Focus, que já está presente na Europa e Estados Unidos há mais de um ano.

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