Oficina Brasil


Chevrolet Captiva Sport é robusto, apesar do pouco espaço para trabalhar

O recém-lançado Chevrolet Captiva Sport chega do México com o mesmo propulsor Alloytec V6 de 3.6 litros que equipa o Omega australiano, mas não traz mistérios ao reparador, apesar de apresentar dificuldade de acesso a alguns componentes no cofre do motor

Compartilhe
Por Pedro Franco e Vagner Leite


Avaliação da Matéria

Faça a sua avaliação

Imponente, a SUV da Chevrolet causa boa impressão por onde passa

A GM vive um paradoxo: enquanto a matriz norte-americana passa pelo momento mais difícil de sua história, com risco de falência e necessidade de empréstimos do governo para continuar operando, a filial brasileira é uma das mais lucrativas em todo o mundo.

Por isso, a crise que a General Motors enfrenta lá fora ainda não chegou aqui. Graças a isso, novos modelos continuam estreando em nosso mercado, como o Chevrolet Captiva Sport, importado do México desde setembro.

O conjunto mecânico do utilitário esportivo é um de seus maiores destaques: motor 3.6 V6 24V de 261 cv do Omega australiano e transmissão automática de 6 marchas com opção de trocas sequenciais. Conheça os detalhes do SUV para estar preparado no dia em que ele desembarcar na sua oficina, apesar de a fábrica conceder três anos de garantia para o veículo.


O cofre do motor é totalmente preenchido: pouco espaço para trabalhar

Motor

Mesmo com propulsor transversal, o cofre do motor fica totalmente preenchido, o que deixa pouco espaço para o reparador realizar intervenções. Um exemplo disso está na remoção das bobinas do sistema de ignição. O carro possui três bobinas posicionadas na parte traseira do motor, que têm difícil acesso, e as restantes alojadas na parte frontal, numa posição mais amigável. As válvulas injetoras de combustível estão localizadas abaixo do coletor de admissão, componente que precisa ser retirado caso seja necessário remover os bicos.

As válvulas de serviço, alta e baixa pressão do sistema de ar-condicionado, podem ser acessadas facilmente. Com isso, a máquina de gás seria facilmente instalada, caso fosse preciso. O sensor MAF, utilizado para medir a massa de ar admitida, é importante para se calcular precisamente a quantidade de combustível a ser injetado no interior do cilindro. No modelo atual, esse dispositivo fica próximo da tampa do filtro de ar. Além dessa peça, há o sensor de pressão absoluta, localizado no coletor de admissão.



Após os coletores de gases do escapamento, há duas sondas: uma antes do catalisador e outra depois. A primeira tem a função de transmitir à unidade de comando do motor a situação dos gases.

A outra é utilizada para verificar a eficiência do catalisador. Antes de remover o cárter de óleo, o reparador precisa deslocar o escapamento, pois a tubulação está posicionada abaixo do reservatório de óleo do motor. A manutenção nos coxins inferiores do conjunto motor/câmbio é mais trabalhosa. As peças estão expostas, mas serão necessárias algumas manobras para retirá-las.

A unidade de comando do motor está fixada em uma tampa posicionada acima da bateria. Os reservatórios dos líquidos (de freio e do sistema de arrefecimento) estão bem próximos, ao lado esquerdo do cofre do motor. As tampas, porém, evitam confusão ao trazer desenhos que auxiliam a identificação de cada um.

O reservatório do fluído hidráulico da direção está escondido abaixo da tubulação de captação de ar e a válvula de recirculação dos gases do tanque fica entre as bobinas de ignição traseira e o coletor de admissão, local que pode ser acessado facilmente pelo reparador.

O filtro de combustível está localizado junto ao cânister, na frente do tanque de combustível, e o de óleo fica entre o catalisador e o compressor de ar condicionado. O reparador terá acesso ao item somente por baixo do veículo.


Detalhe do semieixo e bandeja: robustez aparente

Transmissão
 

Segundo o manual do fabricante, o nível do óleo (Dexron VI) da transmissão deve ser verificado em todas as revisões e ser substituído com 80.000 km se o modelo for submetido a condições severas de uso (trânsito pesado e percursos muito curtos).

Se a utilização for normal, o lubrificante poderá ser trocado apenas com 160.000 km. De acordo com os consultores do Oficina Brasil, porém, esse é um período muito longo. Eles alertam que é preciso levar em consideração o clima brasileiro, bem diversificado, e a possibilidade de o lubrificante ser contaminado pelas limalhas geradas por desgastes de alguns componentes disponíveis no interior da transmissão. Para os reparadores consultados, seria interessante substituir esse óleo com aproximadamente 60.000 km.

Um aspecto positivo do Captiva Sport são os semieixos, que apresentam dimensionamentos compactos, o que torna quase nula a possibilidade de torção ao se tracionar o veículo.


A suspensão é semelhante a do Vectra, mas com peças mais robustas

Suspensão
 

O modelo possui a suspensão semelhante à do Vectra, porém as peças são mais robustas. Na dianteira, por exemplo, o diâmetro da barra estabilizadora e da bieleta são maiores. A manga de eixo e o terminal da direção aparentam ser bem reforçados. A suspensão traseira é independente com quatro braços (multilink), diferente da dianteira, que é independente, do tipo MacPherson.

 

Freios

Equipado com freio a disco nas quatro rodas e pinça flutuante, o Captiva conta também com os sistemas ABS, que impede o travamento das rodas, e EBD, que distribui eletronicamente a força de frenagem. Mesmo com esse aparato tecnológico, o conjunto não apresenta mistérios para o reparador.

Alma americana
 

O Chevrolet Captiva Sport tem alma americana: motor V6, transmissão automática, velas de difícil acesso nos cilindros próximos ao painel de fogo (semelhante ao Chrysler Grand Caravan, que já frequenta as oficinas), pneus de aro 17 especiais para SUVs, escapamento de saída dupla, com dois catalisadores, entre outras características que já fazem parte do cotidiano dos reparadores no hemisfério norte, e que em breve passará a frequentar as mecânicas brasileiras.

Vale lembrar que o motor Alloytec foi originalmente desenvolvido para rodar com gasolina Premium do país do canguru (Austrália), tendo sido adaptado para o E25 (25% de etanol a cada litro de gasolina), o que pede atenção do reparador aos itens de manutenção corriqueira, como filtros de combustível e de óleo, óleo lubrificante e sistema de exaustão

 

Matéria da edição Nº216 - Fevereiro de 2009

Comentários