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Aula 5: Além das convencionais, temos baterias com maior eficiência para sistemas como o Start & Stop

O tema “bateria” continua e iremos abordar a evolução tecnológica delas, iniciamos com as de uso convencional, passando por outras com maior capacidade de carga, até chegar nos carros elétricos

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Por Marcio Ferreira


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Com a evolução dos sistemas automotivos, como também cada vez mais restritas as emissões para os veículos automotores, a engenharia das montadoras desenvolveu o sistema Start Stop, com a finalidade de economia de combustível e menores emissões no uso diário nas grandes cidades.

Com essa inovação foram necessários desenvolvimento de motores de partida com maior eficiência devido às várias partidas que serão exigidas durante o uso, alternadores melhor controlados eletronicamente pela ECU de controle do motor, que monitora todo o sistema de partida, para que essas partidas ocorram o mais rápido possível e com o menor consumo de carga das baterias, que vamos tratar em seguida.

Para o sistema de Start & Stop foram desenvolvidos dois tipos de baterias:

• EFB Enhanced Flooded Battery, em português Baterias Convencionais Melhoradas;

• AGM Absorbent Glass Mat, em português Manta de Vidro Absorvido.

As baterias convencionais SLI evoluíram para as EFB para atender aos veículos comuns, mas com a tecnologia Start Stop podendo também ser indicadas para veículos como táxis e aplicativos de mobilidade, uma bateria EFB pode ser aplicada em um veículo convencional, a vida útil da bateria poderá ser prolongada em dobro ou até em triplo, mas tem que se tomar a atenção de analisar todo o sistema deste veículo para aplicar essa nova tecnologia de bateria. 

Já as baterias AGM são destinadas para veículos que tenham uma parte eletrônica mais complexa, pois nestas baterias as placas não estão mergulhadas no eletrólito e sim envolvidas por uma manta de lã de vidro umedecida; com essa construção tecnológica temos uma menor degradação das placas, menor incidência de sulfatação e uma descarga e recarga mais eficiente, com isso uma maior durabilidade da bateria. 

Na hora da troca temos que ver no manual do proprietário qual a bateria certa para aplicação no veículo que está sendo reparado, como exemplos, a bateria AGM e a bateria EFB. 

Alguns veículos também podem ter uma bateria auxiliar que mantém alimentados certos componentes do veículo, veja alguns exemplos de veículos que tem essa tecnologia:

• Mercedes-Benz Classe A (W176, W177, CLA W117, CLS W218, C257);

• Mercedes-Benz Classe B (W246, W247);

• Mercedes-Benz Classe C (W204, W205, S204, S205, C205);

• Mercedes-Benz Classe E (W211, S211, W212, A207, S212, GL X166, C207, ML W166, W213, C238, S213);

• Mercedes-Benz Sprinters (W906 Vito, W639, W447);

• Mercedes-Benz GLC-Class (X253, C253);

• Mercedes-Benz Classe G (W463, G500, G55, G63 AMG).

Estes modelos Mercedes possuem uma minibateria auxiliar.

Quando esta bateria apresenta problema é apresentado um aviso no painel do veículo.

Como vimos até aqui a bateria é o principal componente do sistema elétrico do veículo, isso tem sido assim desde que os veículos deixaram para trás a manivela para partida até hoje com a nova era de veículos híbridos e totalmente elétricos.

Nos veículos híbridos (combustão e elétrico) e nos totalmente elétricos, o grande desafio dos engenheiros é encontrar o equilíbrio entre:

• Preço de venda elevado do veículo;

• Autonomia; 

• Tempo para recarga;

• Custo na hora de troca da bateria.

E vejam que esses quatro tópicos não são particularidade só de tempos atuais, pois, já no final dos anos de 1800 e começo de 1900, já tínhamos carros elétricos carregando nas tomadas e propaganda mencionando a autonomia.

Já no Brasil, o visionário João Conrado do Amaral Gurgel apresentou o Itaipu em 1974, nosso carro 100% elétrico.

Mas estas primeiras versões dos veículos elétricos usavam bancos de baterias formados por baterias convencionais (chumbo-ácido), pouco eficientes para esta finalidade.

De lá para cá muita coisa mudou e melhorou em muitos aspectos, mas a bateria ainda continua sendo o componente que requer maior atenção dos fabricantes, a seguir vamos ver como isso tem mudado.

Começamos a sair da combustão e diminuir as emissões de poluentes com os carros híbridos, isso data do século XIX com o engenheiro Ferdinand Porsche desenvolvendo o modelo Lohner Mixte, que usava um motor a combustão para gerar a energia para que uma unidade elétrica movesse as rodas do veículo. 

Temos basicamente 3 tipos de híbridos:

• Híbrido leve

Neste há um motor elétrico de baixa potência que auxilia o motor a combustão que por sua vez também carrega a bateria.

• Híbrido puro 

Neste o conjunto de baterias já é mais generoso e por isso a unidade elétrica pode até mover o veículo e também é o motor a combustão que carrega a bateria.

 • Híbrido plug-in 

Os modelos plug-in são o elo de interligação entre os híbridos e os elétricos, pois além do banco de baterias serem carregadas pela unidade a combustão ele pode ser ligado a uma estação de recarga externa e com isso ter médias de consumo de combustível acima de 25km/l na cidade. 

Nesta aula, não vamos nos atentar muito nos detalhes, pois trataremos em aulas posteriores somente sobre veículos híbridos e elétricos, mas aqui vamos conhecer um pouco sobre as baterias que equipam estes carros.

Na tabela abaixo temos o comparativo sobre os vários tipos de baterias.

Íon de Lítio

Essa bateria já é bem conhecida, pois ela equipa a maioria dos equipamentos eletrônicos portáteis que usamos no dia a dia, mas quando agrupadas aos milhares, formam a bateria de um carro elétrico.

Hidreto Metálico de Níquel – NiMH 

Usadas mais nos veículos híbridos, mas também usadas em alguns veículos totalmente elétricos.

Supercapacitores 

Estes não são baterias na sua definição tradicional, mas são dispositivos que tem a características de armazenar energia e contam com a capacidade de carga e descarga muito maior que as baterias tradicionais. Como já mencionamos, a bateria é o principal componente da parte elétrica e eletrônica do veículo e temos que dar a maior atenção a ela, pois vários problemas podem ser ocasionados por ela ou por seu mau uso. 

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