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Sistema de recuperação dos vapores de combustível

Nesta matéria vamos apresentar o funcionamento e particularidades do sistema de recuperação dos vapores de combustível aplicado aos veículos que têm um controle rigoroso dos níveis de emissões de poluentes

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Por Laerte Rabelo


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O objetivo deste artigo é capacitá-lo a diagnosticar de forma correta falhas que poderão ocorrer nesse sistema.

Objetivos do sistema 

Além de armazenar os vapores na parada do veículo, o sistema também deve impedir que os gases de evaporação presentes no tanque de combustível saiam para a atmosfera durante o deslocamento do veículo. 

Resultados de testes antipoluição demonstraram que uma abertura de 0,5mm de diâmetro pode produzir um vazamento correspondente a quase 1,35g de hidrocarbonetos por 1,6km percorridos, ou seja, 30 vezes as normas admissíveis. 

Um canister não purgado corretamente pode se tornar saturado e deixar escapar os vapores de combustível na atmosfera. 

Um artigo da regulamentação OBDII menciona que a livre circulação dos vapores entre tanque e o canister, assim como a vedação do sistema de purga, devem ser controlados.

A regulamentação exige, além disso, que a lâmpada de advertência de falha acenda e que um código padronizado seja armazenado na memória da unidade de controle do motor assim que uma falha é detectada. Os meios escolhidos para controlar o

sistema de purga podem variar segundo os fabricantes.

Como exemplo, A Land Rover, com o modelo Range Rover Evoque 2.0 Turbo de 2012 em diante, utiliza a metodologia de pressurização do sistema com uma bomba de detecção de vazamentos.

Já a montadora BMW utiliza um controle mais restrito dos parâmetros de evaporação e vazamentos de vapores do tanque tendo como exemplo, o modelo 330i 2.0 G20 190kW de 02/2019 a 2021 - B48 B20B.

A fim de facilitar o diagnóstico de falhas vamos mostrar em detalhes o funcionamento da bomba de detecção de vazamento.

Componentes da bomba de detecção de vazamento

A bomba de detecção de vazamentos pressuriza o sistema de purga dos vapores do tanque e sela o acesso ao filtro do canister. Ela apresenta em várias aplicações os seguintes elementos:

• Uma eletroválvula com três orifícios, comandada pela UCE;
• Uma bomba a vácuo composta por um interruptor com haste, uma válvula de retenção, uma membrana e uma mola;
• Uma válvula de evacuação do ar do filtro do canister dotada de uma junta de parada com mola.

Funcionamento da bomba de detecção de vazamento

Para realizar o teste e detecção de vazamentos, é preciso que a temperatura externa seja inferior a um valor predeterminado; e que o procedimento de detecção dos vazamentos comece imediatamente após a partida.

Para esse controle, a UCE do motor baseia sua decisão em dois parâmetros conhecidos: o volume de ar deslocado por um ciclo da membrana da bomba, ou seja, um deslocamento para cima e o retorno à posição de repouso, e o número de ciclos necessários para equilibrar as pressões.

A UCE do motor comanda a tensão da eletroválvula com três orifícios e a depressão levanta a membrana da bomba, deixando um volume de ar se introduzir na bomba. A eletroválvula é desativada quando a membrana atinge o fim de curso; a bomba é selada hermeticamente e a pressão da mola empurra a membrana, que aspira ar do sistema do acumulador de vapores.

Para pressurizar o sistema de purga dos vapores de combustível, a eletroválvula e a bomba com membrana funcionam por intermitência.

A mola da membrana é calibrada a uma pressão de aproximadamente 13,0 mm/Hg. Se o sistema é vedado, após um determinado número de ciclos as pressões se equilibram e a bomba para.

A primeira fase do controle permite determinar se o tubo está obstruído ou estrangulado. Para tanto, a UCE do motor conta o número de ciclos da membrana da bomba e conclui que o volume do sistema a ser pressurizado é insuficiente e que um tubo está provavelmente obstruído ou estrangulado se o número de ciclos é inferior a um determinado número. Se essa fase de controle tem sucesso, a bomba para  quando as pressões se equilibram.

Até a próxima!!! 

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