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Renault Stepway ganha aprovação dos reparadores que afirmam sua boa manutenção

A versão que aposentou o Sandero pega carona na nova onda de aventureiros. O modelo chega duas opções motores o 1.0 12V flex de 82 cv, e 1.6 16V flex de 118 cv e 16 kgfm com etanol e 115 cv e 16 kgfm a gasolina, com câmbio manual de cinco velocidades ou um automático CVT

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Por Da redação


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A receita deste compacto de marca francesa saiu de uma mistura para lá de inusitada, formada pela Renault brasileira e Dacia, subsidiária da Renault que desenvolve carros para o Leste Europeu e América Latina. A plataforma usada é a mesma do Clio III europeu, modelo que não andou por aqui. A versão sedã, Renault Logan, também compartilha da mesma base. Mas qual o segredo deste modelo para atrair tantos adeptos em um mercado formado por Chevrolet, VW e Fiat? Uma das respostas pode estar no espaço interno promovido pelo bom entre-eixos de 2.590 mm. A segunda pela boa oferta de versões e a última, talvez, pela resistência e robustez para enfrentar as características do percurso brasileiro com ruas esburacadas, temperaturas adversas e variedade de terrenos. 

Para entender um pouco mais sobre as quase um milhão de unidades emplacadas no Brasil, vamos resgatar um pouco da história. A primeira aparição do Sandero ocorreu durante o Salão do Automóvel de Frankfurt, na Alemanha, em 2007. Já a sua estreia por aqui aconteceu, em dezembro do mesmo ano. Em outubro de 2008, menos de um ano após o lançamento do Sandero no Brasil, a Renault do Brasil apresentou uma nova versão do Sandero: o Stepway, a versão “aventureira”, para diferenciar das demais versões, o carro ganhou para-choque dianteiro em formato de quebra-mato e traseiro mais envolventes, estribos e molduras laterais, protetor de cárter, faróis com “máscara negra”, rack de teto e rodas de 16 polegadas. 
Com uma identidade própria, o Stepway tem visual despojado, posição de dirigir elevada e condução prática. Outra vantagem do modelo é o espaço interno e o porta-malas (320 litros). Com os bancos rebatidos, por exemplo, é possível carregar até 1.196 litros. O resultado dessa superioridade do Stepway diante da concorrência pode ser justificado pelo enorme entre-eixos de 2,59 metros. No Volkswagen Crossfox, por exemplo, são 2,46 m e no Hyundai HB20X, 2,5 m. Muita diferença.

O novo Stepway está equipado com motor 1.6 de 16 válvulas com quatro cilindros em linha. Ele usa duplo comando de válvulas com a variação na admissão. Os injetores agora são posicionados no cabeçote. Outra diferença é a presença de alumínio no conjunto, o tornando 30 kg mais leve. O propulsor anterior de 1.6 litros - 8V Hi-Power gerava 106 cv quando abastecido com etanol e 98 cv com gasolina (em 5.250 rpm). E o torque máximo era de 15,5 kgfm com etanol e 14,5 kgfm com gasolina obtido a 2.850 rpm, enquanto o atual, tem 118 cv com etanol e 115 cv com gasolina. Outra novidade é a corrente de distribuição no lugar da tradicional correia e o acionamento por meio de correia elástica (sem polia tensora). De acordo com os números do fabricante, o Stepway equipado com o novo motor e câmbio manual atinge a marca de 7,7 km/l (etanol) e 11,5 km/l (gasolina) na cidade. Na estrada sobe para 8,3 km/l (etanol) e 12 km/l (gasolina). O sistema Star/Stop, que desliga o motor do carro em paradas rápidas, contribui para o bom número no circuito urbano.

 

Hoje, a versão do Stepway testada pela Avaliação do Reparador segue a mesma pegada de sua criação, com uma diferença, a de que não existe mais Renault Sandero fora da versão peseudo-aventureira. O hatch saiu à francesa e encerrou uma história de pouco mais de 15 anos e sem deixar para os apaixonados uma série especial. Tudo indica que uma versão mais moderna chegará para criar uma nova família composta por SUV e sedã, porém nada oficializado pela fabricante. 

A primeira parada do Stepway ocorreu no Centro Automotivo Porto Seguro – Butantã (11) 3097-9009, localizado na avenida Dr. Vital Brasil, 963. Na ocasião, a reportagem foi recebida pelo proprietário, Antonio Carlos Issa, e pelo mecânico Eduardo Silva. Vale lembrar que as unidades da Porto Seguro têm serviços gratuitos para quem é cliente. São mais de 76 Centros Automotivos da empresa localizados na região metropolitana de São Paulo, além de outros espalhados pelo Brasil. 

Na primeira olhada é possível entender um pouco do segredo do sucesso do carro. Mecânica de fácil entendimento e componentes praticamente iguais durante os últimos 15 anos. O que se vê no Stepway de 2023 é apenas uma nova tecnologia embarcada, promovida pelo sistema de start/stop e pelos sensores de estacionamento. As evidências de que o projeto é o mesmo, desde o nascimento do carro, ficaram ainda mais claras quando o novato parou ao lado de um Sandero tradicional.

De acordo com o mecânico Silva, é interessante observar que o modelo de 2017 tem o tanquinho de partida fria, enquanto o mais atual se utiliza de sistemas de bicos por aquecimento. “Isso faz muita diferença, principalmente agora no frio, em que muitos se esquecem de verificar o combustível no reservatório. Tal hábito acaba prejudicando todo o sistema de partida do veículo”, explica ele reforçando que já encontrou automóveis em que o proprietário colocou água ao invés de gasolina no compartimento. 

O tanquinho de partida a frio e o aquecedor de bicos são dispositivos diferentes que têm a função de facilitar a partida do motor em condições de baixas temperaturas. No tanquinho, quando o veículo é ligado, o sistema injeta uma pequena quantidade de gasolina diretamente nos cilindros, facilitando a ignição e o funcionamento do motor. Essa função é necessária porque o etanol possui maior dificuldade em evaporar em baixas temperaturas, o que pode dificultar a partida do veículo. Já o aquecedor de bicos (ou velas de aquecimento) é um sistema composto por velas aquecedoras, parecida com as utilizadas em motores a diesel. As velas de aquecimento são instaladas nos cilindros do motor e são acionadas durante a partida a frio. Elas possuem resistências elétricas internas que geram calor quando energizadas, aquecendo o ar na câmara de combustão. Esse aquecimento prévio ajuda a aumentar a temperatura de ignição, tornando mais fácil a partida em temperaturas baixas. Uma vez que o motor está funcionando, as velas de aquecimento desligam automaticamente.

Levamos o Stepway até Centro de Tecnologia Treinamento e Inovação da DPaschoal, em Campinas, onde todo o sistema elétrico foi avaliado pelo instrutor de treinamento, Leonardo Tobias. Ele destaca que por conta do sistema start/stop a bateria é a EFB e que em outros modelos pode ser a AGM. Da sigla “Enhanced Flooded Battery” que significa Bateria Inundada Aprimorada, esse modelo é o correto para o funcionamento automatizado pelo fato de ela ter uma recarga mais acelerada. No caso da AGM “Absorbent Glass Mat” (Tapete de Vidro Absorvente), ela é usada para carros que usam freio regenerativo ou de sobrealimentação eletrônica. É muito importante que tanto o mecânico como para o consumidor se atentarem ao modelo correto. Pois é comum encontrar a bateria EFB com um valor mais elevado, pois ela tem voltagem mais alta.

As baterias EFB têm uma construção mais simples em comparação com as baterias AGM. Elas consistem em placas positivas e negativas de chumbo inundadas em eletrólito líquido, com adição de material cerâmico para melhorar a resistência a ciclos profundos. Já as baterias AGM possuem uma esteira de fibra de vidro absorvente entre as placas, que é saturada com o eletrólito. Essa tecnologia de separador AGM torna a bateria mais resistente a vibrações e permite maior flexibilidade no design.

Após a conferência da bateria, foi usada uma ferramenta que a DPaschoal oferece em suas lojas para mostrar a qualidade e o desempenho atual do componente. Trata-se de um testador que quando conectado aos polos, imprime, em menos de três minutos, um laudo – muito parecido com um exame de sangue completo – sobre a real situação da bateria. No caso do Stepway avaliado, com menos de 5 mil quilômetros, o resultado foi acima do esperado. Veja na imagem: 

Para o líquido de arrefecimento a DPaschoal utiliza um coletor em que a mistura é colocada em uma espécie de caleidoscópio. Na imagem projetada, que pode ser avaliada tanto pelo mecânico como pelo cliente, há um gabarito, onde é possível conferir a qualidade do fluido presente no radiador. “Sempre alertamos o consumidor sobre o equívoco de se colocar água ou de até mesmo completar com outra marca de aditivo. Outro erro é acreditar que a água destilada vai resolver o assunto. A água tem na sua composição sais minerais, cloro ou produtos alcalinos que acabam prejudicando o funcionamento de todo o circuito”, explica Tobias.

Voltando outra vez para o sistema bateria e motor é importante observar que o Sandero 2017 usa cabos de vela para transportar a alta voltagem gerada pela bobina até as velas de ignição, que estão localizadas nos cilindros do motor. No sistema de cabos de vela, as bobinas de ignição fornecem a alta tensão centralizada para todas as velas por meio dos cabos individuais. Já no sistema de bobinas de ignição individuais, cada vela tem a sua própria bobina, que fornece a alta tensão diretamente a ela, eliminando a necessidade dos cabos de vela. “Os sistemas de bobinas de ignição individuais são mais comuns em veículos mais modernos, pois permitem uma ignição mais eficiente, reduzem a perda de energia nos cabos de vela e oferecem maior precisão no controle da faísca. No entanto, ambos os sistemas são utilizados e desempenham um papel fundamental no funcionamento adequado do sistema de ignição de um veículo”, explica o mecânico do Silva do Centro Automotivo Porto Seguro.

Outro diferencial do sistema do Stepway é “alternador inteligente” ou “alternador pilotado”. Um modelo que possui recursos avançados de controle e gerenciamento de carga elétrica em um veículo. O objetivo é otimizar a geração de energia de acordo com as necessidades do veículo em um determinado momento, buscando melhor eficiência e economia de combustível. O componente é capaz, por exemplo, de monitorar e ajustar a carga elétrica do veículo de forma mais precisa em comparação com os alternadores convencionais. Ele utiliza sensores e circuitos eletrônicos para medir e controlar a quantidade de energia elétrica necessária para alimentar os diferentes sistemas e componentes do veículo

Ele é capaz de ajustar a potência gerada de acordo com a demanda do veículo, reduzindo a carga quando a demanda é menor e aumentando-a quando a demanda é maior. Além disso, o alternador inteligente pode aproveitar momentos em que o veículo está em desaceleração ou freio motor para aumentar a geração de energia e recarregar a bateria de forma mais eficiente, o que contribui para economia de combustível.

Apesar de toda a tecnologia embarcada do Stepway, um item de verificação que é comum para todos os carros não foi deixado de lado, o gabarito de velas automotivas. Uma ferramenta utilizada para determinar o espaçamento correto do eletrodo central e a posição correta das velas de ignição. “O espaçamento do eletrodo central é uma medida importante, pois afeta a ignição correta da mistura ar-combustível dentro da câmara de combustão. Ao usar o gabarito de velas automotivas, os mecânicos e os proprietários de veículos podem garantir que as velas de ignição sejam instaladas corretamente, seguindo as recomendações do fabricante. Isso ajuda a garantir uma ignição adequada, uma queima eficiente do combustível e o bom funcionamento do motor”, acrescenta Tobias.

IMPRESSÕES

Conforme foi dito no início da reportagem, esse modelo é o resquício do que sobrou de um líder de vendas entre as marcas francesas no Brasil. Batizado apenas de Stepway, o modelo avaliado usa um motor 1.6 de 118 cv e torque de 16 kgfm. O conjunto é uma evolução do 1.6 de oito válvulas que andou bastante por aí e que sempre equipou a versão aventureira do compacto desde quando ela ingressou no catálogo. A distância do solo de 185 mm e os pneus 205/55 deixam o carro mais alto em relação a versão comum, porém longe de tornar o automóvel um verdadeiro desbravador de trilhas. 

Um ponto discutível é a ausência de um protetor de cárter mais robusto. Na elevação foi possível notar que alguns componentes acabam ficando mais expostos e descobertos de alguma proteção. Em um carro que tem a proposta de entregar mais aventura, itens assim não podem ficar de fora, pois ele ajuda a evitar danos causados por impactos de objetos como pedras, detritos ou lombadas, que podem ser encontrados nas estradas. O componente também ajudar a reduzir o acúmulo de sujeira, lama e detritos na parte inferior do motor, o que pode afetar negativamente o desempenho e a eficiência do veículo. Já as desvantagens deste tipo de acessório ficam por conta de dificultar o acesso a certos componentes do motor, como o filtro de óleo ou o dreno de óleo. Isso pode tornar a realização de tarefas de manutenção e trocas de óleo mais complicadas e demoradas. Outro ponto negativo debitado na conta de um protetor de cárter é a adição de peso ao veículo, o que pode afetar ligeiramente o desempenho e elevar um pouco o consumo de combustível. 

Se na cidade o Stepway trafega em “passos de formiga e sem vontade” na estrada ele entrega um desempenho de leão. Perde nas retomadas por conta do câmbio com relações mais curtas, mas acaba alcançando a velocidade cruzeiro para os limites de velocidade. A pouca agilidade no circuito urbano também pode ser debitada as novas rodas de 16 polegadas, que acabam interferido na relação de transmissão. Apesar disso, aros maiores e suspensões elevadas são bem-vindas diante dos olhos do consumidor.

O diâmetro de giro de 10,6 metros o torna um péssimo articulador de cidade e a direção eletro-hidráulica poderia ser mais leve. Mesmo com a calibragem correta dos pneus ela não aliviou o braço do motorista. É importante frisar que o diâmetro do raio de giro é uma medida fundamental que depende de vários fatores, incluindo o comprimento do veículo, a geometria da suspensão e a capacidade de esterçamento das rodas dianteiras ou traseiras. Se por um lado, os pecados estão expostos, por outra, as qualidades que foram construídas com o tempo se mantiveram como o espaço interno e a robustez. Na oficina, as principais queixas da linha Sandero são: folga na caixa de direção, ressecamento das coifas dos semieixos do câmbio e vazamento na junta do motor devido à má vedação.

SAÍDA À FRANCESA

A Renault anunciou o fim do Renault Sandero em outubro do ano passado. O modelo sobrevive na pele do cordeiro Stepway, que abandonou o nome do seu “pai” em 2017. Para preencher a lacuna deixada, a fabricante também oferece a versão 1.0. O objetivo da Renault é sair do segmento de veículos de grande volume para ingressar nos modelos mais completos, requintados. Com isso, é possível dizer que muito provavelmente não teremos mais Sandero ou Logan de novas gerações por aqui. 
Com relação ao valor, mais de R$ 100 mil, o Renault Stepway com esse motor acaba brigando internamente com o Kwid e com ele de motor 1.0. Afinal, os incentivos do Governo Federal para baratear os preços dos veículos no Brasil entraram em vigor e as marcas participantes reformularam suas tabelas de preços de carros com etiqueta até R$ 120 mil para repassar o desconto. A redução tributária de Pis, Cofins e IPI deve durar quatro meses, de acordo com a administração federal. Tempo em que é esperada uma retomada do mercado. Vale lembrar que percentual de desconto varia entre 1,5% e 10,96%, e leva em consideração preço do produto, percentual de fabricação nacional e nível de emissões.

RECALL SANDERO

A Renault do Brasil convocou os proprietários de alguns modelos para uma campanha de recall vigente desde março de 2021.
- Recall para substituição das travas das válvulas do motor 1.0 16V (agosto/2011).
- Recall para substituição da caixa de direção hidráulica de veículos ano modelo 2012 (janeiro/2012).
- Recall para fixação e/ou substituição do tubo de combustível em veículos fabricados de 10/2013 a 11/2014 (maio/2015). 
- Recall para verificação da caixa de direção e, se necessário, substituição do componente que faz a ligação entre a caixa de direção e o cubo de roda em veículos fabricados entre novembro de 2015 e janeiro de 2016.
- Recall para substituição do airbag do motorista em veículos produzidos entre 2014 e 2017.
- Recall para substituição dos parafusos de fixação do eixo traseiro e do berço dianteiro do motor que fixam os elementos da suspensão dianteira em veículos produzidos de 2016 até fevereiro de 2017.
- Recall para substituição de mangueira da direção em veículos fabricados de 2016 a novembro de 2017.
- Recall para correção de deficiência na lubrificação em veículos fabricados entre 2019 e setembro de 2020.
- Recall para reparo do cilindro de ignição em veículos fabricados entre 2020 e 2021.

Suspensão

Para resistir às irregularidades das ruas é necessário ter saúde. Para tanto, o Stepway passou por uma ferramenta na DPaschoal denominada de Audio Shock. Um fone é acoplado ao amortecedor, que vai conectado a um celular no qual o aplicativo da empresa faz a análise da saúde do componente. Tobias, explica que “através desse método, são emitidas ondas sonoras, como um “eletrocardiograma” do amortecedor que julga a pressurização da peça. O mecânico impulsiona o carro para baixo para que essas ondas sejam emitidas. Depois de mais ou menos 2 minutos fazendo esse procedimento já é possível verificar no app os resultados. Se tiver uma variação muito grande nas ondas é porque está na hora de trocar o item”. Segundo o técnico, depois de uma série de análises observadas pela ferramenta, os amortecedores apresentam problemas, de acordo com o uso, a partir de 50 mil km rodados, em média. No caso do modelo em avaliação, tudo foi apresentado da melhor forma. Outro detalhe apresentado pelo técnico é o da facilidade da troca deste componente. 

O legal dessa história é que o sistema calcula todas as variáveis da peça, mostrando para o cliente se ele precisa ou não substituir o item. Outra ferramenta importante de análise e que serve para alertar o consumidor sobre o modo de utilização do veículo é a endoscopia automotiva. Isso mesmo, trata-se de uma microcâmera de combustão que consegue olhar toda a parte interna do motor graças a uma sonda flexível conhecida como endoscópio. Tudo pode ser visto em tempo real. Como o Stepway está novo, não foram encontrados sinais de falhas de detonação ou borras. 

Para manusear o equipamento, a sonda deve ser introduzida no motor frio por meio dos orifícios das velas de ignição. Com isso, é possível ver o estado do interior do cilindro e detectar possíveis danos na câmara de combustão, nas válvulas, nas paredes dos cilindros e nos pistões. A máquina também consegue mostrar as condições de combustão e lubrificação do propulsor. No vídeo capturado, ficam registrados desgastes e arranhões provocados por dilatação, fissuras, marcas de impacto de válvulas sobre o pistão, carbonização, presença de resíduos de degradação do lubrificante e avarias provocados por impurezas. “Todas as informações mostram possíveis problemas nos sistemas de injeção, lubrificação e de admissão de ar. Caso o aparelho revele falhas, é sinal de que a investigação deve ser iniciada. De qualquer forma, o cliente sempre acompanha conosco a análise por imagem, e consegue acompanhar a identificação de irregularidades ocasionadas por combustível adulterado e de má qualidade, por exemplo, através de um gabarito comparativo”, explica Tobias, acrescentado que os problemas mais comuns são provenientes das seguintes práticas:
– Combustível adulterado;
– Lubrificante vencido;
– Filtros não trocados;
– Falta de líquido de arrefecimento.

Outro fluido que é necessário ficar de olho, principalmente em carros com sistema de ABS avançado, é o de freio. Na DPaschoal há um sistema de medição para verificar a qualidade do produto que está no reservatório. 
Trata-se de um cuidado e atenção com a nomenclatura que é aplicada em cada veículo. O DOT (Department of Transportation) é um padrão de classificação usado para fluidos de freio, e cada número representa uma especificação. As diferenças estão relacionadas principalmente às propriedades de temperatura, viscosidade e desempenho. O DOT 3, por exemplo, é uma especificação mais antiga e possui um ponto de ebulição mais baixo. Geralmente, é recomendado para veículos mais antigos. O ponto de ebulição seco mínimo é de cerca de 205°C e o ponto de ebulição úmido mínimo é de aproximadamente 140°C. Já o DOT 4 é mais comum. Tem um ponto de ebulição mais alto em comparação com o DOT 3, cerca de 230°C e o mínimo é de aproximadamente 155°C. É adequado para a maioria dos veículos modernos. O Stepway tem a indicação desse número na tampa do compartimento. 

Há também o DOT 5. Uma especificação para fluidos de freio de silicone. Possui propriedades diferentes das encontradas em outros fluidos à base de glicol e não absorvem umidade. Eles também têm um ponto de ebulição mais alto. No entanto, é importante observar que os fluidos DOT 5 não são compatíveis com sistemas de freio projetados para usar fluidos DOT 3 ou DOT 4. O ponto de ebulição seco mínimo é de cerca de 260°C e o ponto de ebulição úmido mínimo é de aproximadamente 180°C. É adequado para veículos de alta performance ou situações em que temperaturas extremas podem ser encontradas.

Além disso, é essencial realizar as substituições e manutenção adequadas do fluido de freio de acordo com os intervalos recomendados”, explica Silva, do Centro automotivo Porto Seguro.

Com a ferramenta de medição do Centro de Tecnologia Treinamento e Inovação da DPaschoal é possível medir a eficiência do fluido que está no compartimento. O fluido de freio é um composto sintético ou semissintético indispensável para o processo seguro de frenagem do veículo. Sua principal característica é de não ser comprimir quando exposto a pressão do sistema, porém infelizmente possui como ponto negativo a absolvição da humidade presente no ar, acumulando agua e perdendo com o tempo suas propriedades. Quando o motorista pisa no pedal de freio, por exemplo, o fluido atua na linha hidráulica e aciona as sapatas/pastilhas de freio, executando a frenagem do veículo. O fluido também funciona como lubrificante e previne a corrosão de peças de todo o sistema.

A recomendação é verificar o sistema completo de freios a cada 10 mil km ou conforme indicado no plano de manutenção contido no Manual do Proprietário do veículo ou sempre que qualquer anomalia for sentida (como trepidação do veículo ou demora na resposta da frenagem), ouvida (chiado ou zumbido no momento da frenagem) ou indicação no painel de instrumentos através das luzes de advertência. 

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