Oficina Brasil


Fiat Pulse Impetus traz motor turbo e farto pacote de equipamentos

Levamos o novo SUV compacto da Fiat, equipado com o sofisticado motor MultAir e câmbio CVT, para ser analisado por nossos parceiros reparadores

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Por Stevan Herculano Chagas


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A Fábrica Italiana Automobili di Torino, ou simplesmente FIAT, é uma das mais antigas e tradicionais fabricantes de veículos automotores ainda em atividade, durante um longo período de sua história, que remonta a 1899 com o Fiat 4HP, foi a terceira maior fabricante de automóveis do mundo, em uma época em que não era comum as fabricantes fazerem parte de grandes conglomerados, estando sozinhas com sua maneira de criar carros.

Dentre todas as inovações que a Fiat desenvolveu em seus veículos durante sua história, talvez a mais importante tenha sido o layout de tração dianteira, com motor e câmbio transversais alinhados, radiador com eletroventilador, suspensão MacPherson, pneus radiais, freios a disco, e direção por pinhão e cremalheira. Este arranjo foi idealizado por Dante Giacosa, designer e engenheiro responsável pela companhia na época, que teve a oportunidade de ver o Fiat 128 de 1968 ser o primeiro carro a adotá-lo, e a partir de então, ditar regra para toda a indústria automotiva seguir este esquema básico para carros de tração dianteira, pois economiza espaço, melhora a tração, e diminui peso, se comparado aos modelos de tração dianteira até então, hoje podemos ver o layout de Giacosa aplicado desde o compacto Fiat Mobi, até a Van utilitária Fiat Ducato, isto ficando apenas dentro da marca.

No Brasil, hoje um dos maiores mercados da Fiat no Mundo, o espírito inovador da marca italiana começou em 1976 com modelo 147, hatchbak baseado no europeu 127, que por sua vez era a versão Hatch do sedã 128, e já chegou no país como primeiro veículo nacional com motor dianteiro transversal. Outra inovação que a Fiat Brasil e seu 147 iniciaram no país, em 1979, foi o uso de etanol hidratado como combustível alternativo à gasolina.

A Fiat seguiu sua trajetória no país, sempre trazendo soluções diferenciadas, como o aproveitamento de espaço interno do Uno de 1984, primeiros motores multiválvulas com o Fiat Tempra 2.0, e primeiros motores turbocomprimidos do mercado, ainda na década de 90, com o Uno e Tempra Turbo.

Quando se uniu à Chrysller, formando a FCA, a Fiat seguiu investindo em inovação, compartilhando plataformas e tecnologias com os modelos do grupo americano, posteriormente fazendo o mesmo; com a PSA tornando-se Stellantis, ficou a dúvida se com tantas marcas sob o mesmo guarda-chuva, a identidade de seus modelos iria se perder.

Ao testar o novo Fiat Pulse, a resposta definitivamente é não, toda a assinatura Fiat está implícita no modelo, através dos recursos e tecnologias aplicadas, e do tipo de condução, no caso da versão Impetus que avaliamos, estas características estão bem implícitas, especialmente pe­lo comportamento da direção elétrica, conectividade e conveniências, como destaque para o motor GSE T200 3Cil 1.0 turbo flex de 130cv (etanol), dotado do elogiado sistema MultiAir da Fiat, que apareceu no Brasil pela primeira vez com o Fiat 500 Sport em 2011, e posteriormente nos motores Tigershark 2.0 e 2.4 dos modelos Jeep Compass e Fiat Toro, e traz como destaque o controle e variação total de abertura das válvulas de admissão.

O novo Fiat Pulse Impetus tem tudo para se destacar no concorrido mercado de SUVs compactos, porém toda novidade traz uma velha dúvida quanto a dificuldade de “manter” o carro, como falamos no jargão popular, é por isso que o Jornal Oficina Brasil visitou três oficinas parceiras para consultar os profissionais da reparação automotiva quanto à reparabilidade do modelo, visto que são eles a principal voz quando o assunto é a manutenção de veículos.

A primeira oficina que visitamos se chama Juca Bala, e fica localizada na Freguesia do Ó, localizada na região Noroeste de São Paulo, fundada em 1984 pelo Sr. Claudio, hoje é administrada pelo seu filho Bruno Costa, que sempre trabalhou na oficina mecânica, hoje pôde  expandir a atuação da oficina, investindo em treinamentos e equipamentos para sua equipe, e assim atender aos mais variados modelos de veículos, tanto nacionais quanto importados, com destaque especial para o seguimento premium, onde são referência.

Nossa próxima parada foi na Vila Guilherme, Zona Norte de São Paulo, onde está localizada   a oficina Dragon Garage, a mais nova das três oficinas consultadas, iniciou suas atividades em 2020 já focada em atender toda a gama de veículos nacionais e importados, mas assim como a Juca Bala, com grande destaque para veículos Premium, inclusive híbridos e elétricos. Administrada pelo Eduardo Galli, que põe toda sua experiência e conhecimento de ex-professor do Senai e funcionário de concessionária, para elevar a Dragon como uma das principais oficinas mecânicas da região.

Ainda na Zona Norte de São Paulo, fomos até a Vila Nova Mazzei, para encerrar nossa avaliação na oficina Dragster Com. e Serv. Automotivos, fundada há mais de 40 anos pelo  Sr. Carlos Ruy Terra Junior, hoje é administrada por seu filho Diego Terra, que apesar da pouca idade, possui vasta experiência e conhecimento no ramo, por ter trabalhando com seu pai na oficina desde a adolescência, e posteriormente por sua formação superior em gestão de oficina, hoje consegue aplicar toda esta bagagem na resolução dos mais variados defeitos em modelos nacionais e importados, novos e antigos, em uma oficina completa, bem equipada, e que ostenta um belo painel como homenagem póstuma ao pai, um aficionado por carros antigos e competições automobilísticas.

Primeiras impressões

O Fiat Pulse utiliza plataforma própria MLA, baseada na plataforma MP1 do Argo, também compartilha elementos de carroceria, como portas, janelas, para-brisa, colunas dianteiras e traseiras e para-lamas, por isso lembra o Hatch quando visto de perfil. As semelhanças acabam aí, o Pulse possui suspensão elevada própria, balanço dianteiro menor, capô alto e plano, conjunto óptico próprio de desenho estreito e alongado, posicionado próximo à linha do capô, arrematado por um friso superior que além dos faróis, também contorna o topo da grade de formato trapezoidal. As lanternas traseiras lembram o desenho do Argo, mas com identidade própria. Como destaque externo do Impetus em relação às demais versões, temos faróis de neblina em led, rodas de liga leve de 17”com pneus Bridgestone 205/50 R17, câmera de ré, sensor de estacionamento dianteiro, e pintura bicolor, neste caso em azul amalfi com teto preto, semelhante às demais versões, o Impetus também dispõe de luzes diurnas em led.

Internamente a atenção é voltada ao painel de instrumentos digital de 7”, com funções configuráveis de acordo com a preferência do condutor, central multimídia de 8,4”, bancos revestidos em couro sintético, volante com regulagem de altura e profundidade, além dos comandos eletrônicos habituais, ainda dispõe do botão “Sport”, que muda o comportamento do carro em condução mais intensa, ajuste de altura do banco do motorista, bancos inclusive que são revestidos em couro sintético na cor preta, combinando com o painel, forros de porta e de teto, que possuem a mesma coloração, dando um quê de esportividade, mas deixando a parte interna do veículo um tanto escura, apesar dos detalhes em prata no painel e portas. No banco traseiro, dois adultos se acomodam relativamente bem, desde que não tenham mais de 1,80 m de altura, seu porta-malas possui 370L, equivalente a um hatchback médio.

O modelo ainda oferece 4 airbags, sensor de estacionamento traseiro, câmera de ré, controle de tração e estabilidade, sensor de pressão dos pneus, alerta de colisão com frenagem automática de emergência, assistência de mudança de faixa, que além do alerta, movimenta levemente o volante para centralizar o carro na faixa

“Gostei muito do design, tanto externo quanto interno, e tanto na aparência quanto na funcionalidade, o desenho dos espelhos e área envidraçada, por exemplo, além de bonito é funcional, praticamente não existem pontos cegos, o para-brisa é bem amplo, inclinado para trás. Por dentro se repete, quando vi este carro na internet, achei que a multimídia iria atrapalhar a visão por ser muito grande, mas dirigindo o carro achei o posicionamento ótimo, com muitos recursos, gostei também dos ajustes e comandos do volante, o banco amplo é confortável, e o painel bem completo de informações. Um detalhe legal é o túnel central bem baixo, ajuda no espaço interno”, comenta Bruno da Juca Bala.

“Por dentro a posição dos comandos é muito parecida com dos Jeeps, o comando do rádio atrás do volante, e o layout de painel e formato do volante são muito parecidos. Direção bem leve para manobras, a Fiat tem histórico desse tipo de ajuste de direção, fica melhor de usar na cidade, o volante é bem anatômico e com ajuste de altura e profundidade traz boa ergonomia, além do ajuste dos bancos. reparei aqui no painel que ele tem auxílio eletrônico de saída de faixas, e o botão Sport, legal também o botão de controle de tração no painel, interessante para estrada de terra”. Eduardo expressou sua opinião.

“Gostei do design do painel, o multimídia é maior que do Argo, e está bem-posicionado, O touch do multimídia é muito bom, e as funções são bem completas, tem alguns que a gente vê que é só um rádio e câmera, este é de verdade! O painel de instrumentos é muito completo, e algo que acho importante é ele ter o termômetro, não entendo carros que não têm esta informação disponível para o motorista. O vigia traseiro achei muito pequeno, eu não gosto de depender totalmente de câmera de ré, e na rodovia uso muito o espelho central, mas no geral a visibilidade é muito boa, mesmo com o capô alto você consegue enxergar bem à frente, e não tem muitos ponto-cegos”. Opina Diego, da Dragster

Ao volante

Baixo para um SUV, o Fiat Pulse deixa claro que destina-se a uso urbano, e isto faz com maestria, sua suspensão é firme, porém mantém o conforto interno mesmo trafegando em pavimentos acidentados, o vão livre do solo de 196mm, combinado aos ângulos de entrada e saída de 20,4° e 31,6° garantem desenvoltura para transpor lombadas e valetas, além de buracos ou trafegar em estrada de terra, combinado o vão livre com a direção elétrica leve e comunicativa, o carro é prazeroso de guiar, tanto pelo conforto de rodagem, quanto pelo comportamento esportivo, novamente mostrando a identidade da Fiat, que mesmo em seus modelos de entrada, sempre proporcionou dirigibilidade afiada, os ajustes da coluna de direção, em altura e profundidade, combinados aos ajustes disponíveis no banco, contribuem e muito para tal.

O maior destaque para o Pulse Impetus, com toda certeza, é o motor GSE 3cil. 1.0 Turbo de 130v, combinado a transmissão CVT com simulação de 7 marchas, proporciona acelerações vigorosas, e mantém boa velocidade na rodovia sem esforço, isso mantendo a autonomia.

Os freios, apesar dos grandes discos dianteiros, parecem ser apenas suficientes para o pequeno SUV, talvez devido à ausência de discos na traseira, porém com todos os recursos eletrônicos.

“A parte de direção nem tem o que falar, é leve para manobras porém bastante firme para condução, deixa o carro bem fácil de direção, o motor é o que se espera de um downsize, muito torque o tempo inteiro, resposta rápida do acelerador, e vibra pouquíssimo na cabine, sente um pouco mais quando desacopla a transmissão apenas, o que é ótimo para um motor 3 cilindros, mas achei ruidoso no funcionamento, já a suspensão é silenciosa, e roda confortável mesmo em ruas ruins”. Opinou Bruno.

“O motor atende muito bem para uso diário, muito torque, para 90% dos consumidores é o que importa, dificilmente pisam mesmo tendo um motor grande à disposição, o carro todo parece bem balanceado, suspensão firme e confortável para nossas ruas,  mas dá para sentir um pouco a vibração do motor em baixas rotações”. Eduardo, Dragon Garage.

“A direção é bem leve, boa para uso urbano, só fica a dúvida se ainda tem o problema que apresenta no Argo, que é um barulho de batida na coluna de direção, a posição do volante e do banco é muito boa, ponto para as regulagens que ele tem. O motor puxa muito bem, enche rápido nas acelerações, mas com o botão Sport ligado ele troca de marchas mais rápido, achei que iria permitir subir mais a rotação, mas ok, é bastante forte. Não percebi barulhos internos, o trabalho de suspensão é bom, tanto em isolamento, quanto em não balançar muito em ruas ruins, altura é muito boa, você não precisa se preocupar em raspar no dia a dia, seja em valetas, lombadas, ou mesmo ruas esburacadas. O tamanho dele é bom para uso urbano, pequeno o suficiente para manobras, mas com espaço interno razoável”. Declara Diego

Motor

O motor GSE T200 é um 1.0 3 cilindros Turbo que entrega 130cv a 5750RPM e 20,4Kgfm a 1700RPM, quando abastecido com etanol, baseado no motor Firefly este propulsor feito totalmente em alumínio possui 12 válvulas, diâmetro e curso de 70mm x 86,5mm, assim como seu irmão maior de 1.3L, com o qual compartilha pistões e bielas, sendo motores subquadrados, com foco no torque elevado desde as baixas rotações, tem como principal destaque o sistema MultiAir, que dispensa o comando de válvulas na admissão, realizando o controle de abertura e fechamento destas através de solenoides controlados pela ECU, podendo variar seu levante, duração e até quantas vezes elas abrem em um mesmo ciclo, proporcionando assim melhor desempenho ao motor, com menor índice de poluentes e maior economia de combustível, caso queira entender exatamente como o sistema funciona, acesse site www.oficinabrasil.com.br, lá dispomos de uma matéria técnica completa sobre esta tecnologia.

Com o veículo posicionado no elevador, Bruno observou o motor trabalhando e constatou: o motor vibra bastante, o que é comum para um 3 cilindros, mas você percebe o trabalho do coxim, que não deixa esta vibração passar para a carroceria, foi muito bem projetado, mas já deixa claro que em um futura manutenção, os coxins devem ser originais. Posição do turbo é fácil de trabalhar em uma manutenção futura, já a bomba de alta pressão está um pouco escondida, embaixo do coletor de admissão, mas no geral tem muito espaço e tudo bem visível. Olhando por baixo do veículo, a posição do filtro de óleo, e o acesso à correia de acessórios também é bem livre, devido ao fato do motor ser mais curto que o 4cil. É interessante destacar o watercooler, a maioria dos motores turbo estão vindo assim, mas pode acontecer dele furar, e entrar líquido de arrefecimento no cilindro, confundindo o diagnóstico com junta de cabeçote queimada. O motor tem muito espaço para mexer, tanto por cima quanto por baixo.

“A disposição dos componentes do motor facilita a manutenção, muito espaço para mexer na correia, e corrente, o turbo na frente eu prefiro, muitos motores ele fica atrás é bem trabalhoso fazer manutenção, inclusive com a wastgate eletrônica bem à vista, a vareta do óleo estar integrada à tampa de abastecimento é uma estratégia inteligente, pois economiza espaço e componentes, os coxins estão fáceis de trocar também, como os motores 3cil. Vibram muito, quando os coxins ficam gastos sente mais a trepidação, por isso é importante que sejam de manutenção simples. Olhando por baixo também lembra alguns modelos Jeep, como o bujão de óleo e filtro de óleo, tudo muito visível de acesso fácil para a manutenção. Afirma Eduardo.

“Os acessos no motor são bem facilitados, tem muito espaço lateral para trocar correia, e até para uma possível manutenção na corrente de comando, ou no coxim, a turbina na frente do motor também facilita muito, tem vários modelos que ela fica atrás e a manutenção fica mais trabalhosa, o watercooler fica atrás, no coletor de admissão, e por isso tem que ficar sempre atento ao fluido de arrefecimento, tem que ser de qualidade e trocado no período certo, porque a má qualidade do fluido pode danificar o watercooler, e dar vazamento para dentro do motor, além do trocador de calor da transmissão, que tem sido um problema constante em muitos modelos. Outra coisa que tem que ficar de olho é o funcionamento do carro no dia a dia, motores quanto mais modernos, mais sensíveis, é comum ver carros com luz de injeção acesa apenas pela qualidade do combustível, e a gente sabe que no dia a dia, nem sempre abastecemos no posto da nossa preferência. Neste caso aqui do MultiAir, que utiliza o óleo do motor para acionar as válvulas via solenoides, o tempo de troca e qualidade do óleo é imprescindível, porque se der borra, ou o óleo contaminado, saturado, vai dar problemas no motor”. Diego, Dragster.

Transmissão

O Fiat Pulse Impetus vem equipado com a transmissão CVT de 7 velocidades simuladas, fornecida pela japonesa Aisin, que pertence ao grupo Toyota, mas fornece transmissões automáticas para diversas montadoras, este câmbio, como todo CVT, funciona muito bem com motores turboalimentados de alto torque em baixas rotações, diferente do que ocorria com os primeiros veículos aspirados equipados com transmissão CVT, que tendiam a apresentar falta de vigor em acelerações. A tração no Pulse é sempre dianteira, sem opção de 4x4, e no caso do modelo de entrada, Drive, pode vir equipado com câmbio manual de 5 marchas em conjunto com o motor 1.3 aspirado.

“O acesso ao câmbio é muito bom , fácil de fazer manutenção, como por exemplo o trocador de calor, que está bem na frente de forma visível, este item tem sido fonte de problemas em outros modelos da Fiat e Jeep, então este pelo menos está fácil de trocar, no uso este câmbio é muito bom, não parece com CVT que estamos acostumados”. Comenta Bruno

“Quanto ao câmbio é bom ficar de olho no trocador de calor, que nos Jeep e na Toro tem apresentado muito problema, espero que aqui tenha resolvido, já deu para ver que o componente é diferente e está bem visível, no geral a transmissão é compacta e não parece ter nenhuma dificuldade para possíveis reparos”. Eduardo.

“Quanto à transmissão o acesso também é ótimo, o cárter inferior é fácil de retirar, geralmente é onde fica o filtro do câmbio que deve ser trocado junto com o óleo, nós recomendamos aos clientes que troque o óleo do câmbio em torno de 60mil km, para não ter dor de cabeça, mas tem que ver o que a montadora diz no manual”. Diego

Suspensão, direção e freios

Sob o veículo, segue o arranjo tradicional criado pela própria Fiat e que se tornou o padrão da indústria para veículos de tração dianteira. A suspensão é independente do tipo McPherson, a direção é elétrica e utiliza uma caixa mecânica convencional, com o sistema elétrico acoplado à coluna de direção, freios a discos ventilados de 284mm, já na traseira temos suspensão semi-independente por eixo de torção, e freios a tambores, sempre com amortecedores pressurizados, barras estabilizadoras e freios ABS com EBD, TCS e ESP.

“A suspensão é padrão que já estamos acostumados na Fiat, muito tranquilo para fazer manutenção, a direção elétrica com caixa mecânica e conjunto eletrônico na coluna é muito melhor, assim os componentes mais sensíveis ficam protegidos das intempéries.

Curioso o tanque ser de aço, não costuma mais usar estes, o eixo traseiro lembra o do Palio, nele tinha o hábito de trincar devido à torção, ao passar o carro em valetas e lombadas. No geral todo o conjunto do carro é simples, mas bem resolvido”, Finaliza Bruno

“Suspensão dianteira é a clássica McPherson, simples e funcional, fácil e barato de fazer manutenção, na traseira com eixo de torção é sempre fácil de fazer manutenção, com as molas e amortecedores bem práticos de remover, o freio traseiro é a tambor, podia ser a disco também. Caixa de direção mecânica separada do sistema elétrico é melhor de dar manutenção e mais barato, isso é bom para o cliente e para oficina, se por exemplo tiver que retirar o agregado, consigo fazer isso com a caixa nele, só soltando a coluna de direção, sem medo de danificar nada. 

Nesta parte de suspensão e direção, o que também devemos ficar de olho é a necessidade de calibração do sistema ADAS, porque a parte mecânica é simples de mexer, mas se o sistema estiver descalibrado, ele não vai funcionar direito”. Declara Eduardo.

“A suspensão é bem simples como qualquer outro modelo, fácil de manutenção e barata, com o agregado em aço para dar mais robustez também, na traseira segue o mesmo, com o eixo de torção, não tem segredo nenhum, achei curioso essas molas pequenas, só tem que verificar se o conjunto não gera barulho com o tempo, este exemplar está muito silencioso. Freio traseiro a tambor eles pecaram, espera-se disco nas quatro rodas nesse carro pelo valor agregado nele, vamos ver se o esportivo vai vir.

Ainda na parte de trás do carro, gostei do escapamento, ele tem divisões entre suas partes, então em uma possível troca fica mais fácil e barato de fazer o serviço, do que ter que trocar o escapamento completo. Filtro de combustível é de fácil acesso, e tem uma capa protetora que é muito interessante, para nada acertar ele por baixo. O tanque de combustível é de aço, isso é curioso, não costuma mais ser usado na indústria, e já vi carro que o utilizam, ele trincava nas junções devido à vibração, causando vazamento, mas a posição dele está ótima, dá para retirar o tanque sem mexer no eixo traseiro”. Diego.

Elétrica, eletrônica e conectividade

Além de toda a eletrônica embarcada em sistemas de segurança, e funcionamento do motor, o Fiat Pulse Impetus ainda oferece diversas comodidades para o motorista e passageiros, com o exclusivo painel digital da versão, que permite diversas configurações de acordo com o condutor, a tela do multimídia de 8,5”que permite conexão sem fio para celular via Apple CarPlay e Android Auto, entre outras funcionalidades como GPS integrado, comandos do ar-condicionado digital, e configurações gerais do veículo, como o assistente de mudança de faixa, além de carregador de celular por indução, chave presencial, e a nova assinatura sonora da Fiat, que utiliza alertas sonoros diferentes dos convencionais, para proporcionar uma experiência única ao condutor do veículo.

“Aqui na oficina atendemos muitos carros importados, só que mais antigos, coisa de 7 há 10 nos atrás,  e se você reparar este novo Pulse tem mais tecnologia aplicada que eles, em conectividade, rede CAN e LIN, o sistema eletro-hidráulico do motor, aqui a tecnologia é de ponta, precisa de estudo para fazer reparação, se não fica para trás. Pelo menos o acesso aos componentes elétricos, como módulo do motor, bicos, está muito fácil no cofre”. Bruno

“Hoje as pessoas dão mais foco na compra de um carro para conectividade e tecnologias aplicadas, como este com botão SOS em caso de emergência, multimídia completo, navegador GPS próprio, A segurança passiva dele é bem avançada, com câmera de presença no para-brisa para identificar pedestres e obstáculos, inclusive o alerta de frenagem no painel, quando se aproxima do carro da frente, ainda tem conexão sem fio e carregador por indução que é muito legal e avançado para essa categoria. Um ponto interessante é o cabo negativo com engate rápido que facilita o serviço em elétrica, e ele tem um gerenciador de carga que mesmo ao desconectar a bateria por um período, não desconfigura as funções salvas no painel e multimídia, rádio etc. Mas claro, todo esse pacote de equipamentos aumenta o custo de compra e manutenção, e as oficinas devem estar prepararas para realizar estes serviços”. Eduardo.

“É um carro muito bem equipado, isso é ótimo no uso, mas pode trazer manutenções, por exemplo a bateria Start&Stop mesmo não tendo esta função, tem que verificar o porquê deste componente, porque ele encarece a manutenção, e o cliente não entende por que ele tem que pagar um valor tão mais caro numa bateria”. Diego, Dragster

Peças de reposição

A Fiat sempre manteve um bom relacionamento com o reparador independente, no que se refere a fornecimento de peças de reposição, isto pelo menos ao que diz respeito aos modelos de volume da marca, os produtos voltados a mercados superiores muitas vezes eram visto com desconfiança pelos reparadores, devido à alta complexidade de seus sistemas, e falta de peças no mercado. O Novo Fiat Pulse, em especial nas versões de topo, mescla estes dois lados da marca, a simplicidade e facilidade de reparação, como em seu sistema de suspensão e freios, porém com a alta tecnologia de motor e eletrônica, com destaque para o motor MultAir, que é novo nesta cilindrada e configuração, mas a tecnologia já vem sendo aplicada em seus irmãos maiores há alguns anos. Sendo assim, nos resta aguardar e acompanhar as oficinas mecânicas para saber como vai ser o convívio com o Pulse.

“A Fiat é uma das fabricantes mais amigáveis com o reparador independente, antes da minha oficina abranger mais carros importados do que nacionais, eu costumava fazer muitos treinamentos na Fiat, por que eles enxergam que a frota de carros deles não dá para ser atendida apenas em concessionárias, e que o reparador é um forte formador de opinião no mercado”, declara Bruno.

“Nós observamos muitas semelhanças com PSA e Jeep nesse carro, o que eu acho ótimo, a oficina não precisa ter tantas ferramentas especiais, o compartilhamento de peças melhora o valor e disponibilidade no mercado, além da troca de tecnologias proporcionar que diversos modelos do mesmo grupo usufruam de fun­cionalidades interessantes, eu só vejo vantagem nessas fusões”. Opina Eduardo

“Acesso a informações técnica da Fiat é bom, por que eles disponibilizan o site reparador Fiat, porém ele não é totalmente atualizado, então ainda ficamos à mercê de outras plataformas, em especial para carros mais novos, quanto a peças, os carros mais populares da Fiat não têm falta de peças, e tem bom custo, já outros modelos da marca que tem mais valor agregado, o custo é elevado, e se não tem demanda, não tem disponibilidade, então para o Pulse vai depender muito de como a Fiat vai posicioná-lo no mercado. Na Dragster nós sempre presamos pela qualidade do serviço, e isso está relacionado a peças, falta de disponibilidade é ruim para mim, e para meu cliente”, declara Diego.

Recomendação

Toda oficina de longa data, que possui clientes fieis, acaba se tornando também uma consultoria para aquisição de veículos novos, e o reparador não tem medo de expressar suas opiniões, baseadas em argumentos técnicos, de qual carro novo vale a pena ou não ser comprado por seus clientes, até por que ele sabe que em breve este modelo estará em sua oficina para ser revisado, ou mesmo reparado. 

“Gostei do carro, bonito, bem equipado, bom de andar, tanto em conforto quanto em desempenho, única coisa que peca para mim é o barulho do motor, achei muito ruidoso, pode incomodar em rodovia, indicaria para meus clientes, mas com esta ressalva”. Afirma Bruno

“Antes dirigir este carro, não tinha reparado muito nele, agora que testei eu gostei bastante, colocaria na minha lista de escolhas, e recomendaria aos meus clientes”. Eduardo, Dragon Garage

“É um carro simples, mas bem equipado e confortável, peca um pouco pelo espaço para quem tem filhos, por que achei o porta-malas bem pequeno. Eu recomendaria este carro para meus clientes, desde que não tenham família grande, porque para uma viagem por exemplo não atende, mas de resto, achei um ótimo carro, bem equipado, bonito, anda bem e confortável”. Finaliza Diego. 

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