Oficina Brasil


Com mecânica e componentes semelhantes ao do Chevrolet Onix, Tracker é bem aceito na oficina

O líder em vendas na categoria SUV segue a mesma receita do hatch para se tornar mais bem aceito no mercado de

Compartilhe
Por Rodrigo Samy


Avaliação da Matéria

Faça a sua avaliação

Esqueça qualquer associação ao mundo fora-de-estrada que este automóvel representa, uma vez que ele é um utilitário esportivo baseado no novo Onix, hatch de entrada da Chevrolet. Mas também não fique constrangido se você pensou naquele verdadeiro desbravador dos “Sete Mares” dos anos 2000 que começou no Brasil importado da Argentina, afinal, aquele sim era um utilitário esportivo com tração 4x4 e ângulos de entrada e saída de se fazer jus ao nome.

Há mais de vinte anos, a primeira geração do Chevrolet Tracker desembarcava no Brasil, importado da Argentina ele era uma versão do Suzuki Grand Vitara com a gravata da marca americana, resquícios de uma parceria feita com a marca japonesa exclusivamente no país vizinho. Enquanto chegavam os utilitários ao nosso porto, a GM brasileira enviava para lá o Celta com um logo da Suzuki na grade do radiador. Uma troca até certo ponto estranha, mas que deu certo. 

O utilitário resistiu até 2007. Ele trazia uma tração 4x4 invejável e um consumo alto, mesmo para os padrões da época. O vão livre era de 195 mm contra os poucos 157 mm apresentados no modelo que leva o mesmo nome hoje. Já a segunda geração do Tracker foi criada em 2013 na Coreia do Sul e chegava ao Brasil por conta do acordo comercial com o México. Tinha estrutura montada na plataforma do compacto Sonic e motores mais potentes, os mesmos do Chevrolet Cruze da época. Ecotech 1.8 com 144 cv quando abastecido com etanol e 1.4 Turbo com 153 cv. 

A atual geração do Tracker, mesma que o Jornal Oficina Brasil está avaliando, chegou em 2020. E é possível dizer que ela chegou, chegando, ocupando o espaço do Jeep Renegade e conquistando rapidamente o ranking dos mais vendidos já em 2022.

Porém, o segredo do sucesso do novo SUV da GM não está apenas nos seus próprios méritos. Quem fez com que ele nadasse de braçadas em mares mais bravos foram os seus irmãos Onix e Onix Plus. Como eles chegaram antes, maturaram o consumidor e o mercado de autopeças e de reparação, abrindo assim o caminho para que o utilitário chegasse com um motor já reconhecido e com boa parte dos componentes já desenvolvidos por fabricantes e terceiros.  

“Esta nova família de veículos globais da Chevrolet tem antecipado tendências nos quesitos mais valorizados pelo consumidor, como design, segurança, conforto, conectividade e eficiência energética. Vale destacar que o crescimento significativo tanto do

Onix como do Tracker vem sendo puxado pelas configurações mais sofisticadas, território onde a marca ganha cada vez mais prestígio”, contou Santiago Chamorro, presidente da GM América do Sul, na época do lançamento do veículo. 

Agora, para saber se o carro realmente está bem aceito na praça, a reportagem do Oficina Brasil levou o Chevrolet Tracker na versão de acabamento LTZ, equipado com motor 1.0 Turbo de 12 Válvulas e câmbio automático de seis velocidades, em duas oficinas localizadas na zona oeste de São Paulo. 

A ideia foi descobrir a opinião dos reparadores sobre o novo líder de vendas do segmento que foi inaugurado por Ford EcoSport, em 2003. Curiosamente, o modelo baseado na plataforma do Fiesta chegou com três versões: uma de entrada com o motor 1.0 Supercharger, com 95 cv; outra intermediária com motor 1.6 de 98 cv; e outra mais luxuosa com motor. 2.0 com 143 cv. Em 2004, mais um avanço com a chegada de uma versão 4x4.  

O carro cedido pela GM e que a reportagem levou para as oficinas avaliarem estava com um pouco mais de 5 mil quilômetros, um modelo totalmente novo e com as etiquetas de papel adesivo nas peças. Todos os reservatórios estavam preenchidos, sistema de freio revisado, pneus novos e suspensão alinhada. Nível de ruído interno totalmente zerado.  

A primeira oficina que paramos foi a localizada na rua Martim Francisco, 455, na Santa Cecília, Oficina Mecânica Palácio - (11) 3666-6669, que tem como dono Manoel Carlos Rebello , um colecionador de mão-cheia e saudosista do mundo motor.

A oficina construída por ele dá gosto de entrar. Há peças antigas, carros lendários e ferramentas que não são mais usadas. Tudo limpo e mostrado cronologicamente, como se fosse um museu, mas em funcionamento.  

O segundo estabelecimento que visitamos, localizado na rua Guaicurus, na Lapa, High Tech Centro Automotivo - (11) 3864-0944, (11) 3862-4884 e (11) 94467-9995), dirigida por Roberto Ghelardini Montibeller.

Ele resiste ao momento, pois a área em que ele está fica ao lado de um posto de atendimento rápido da prefeitura, onde a maior parte das oficinas ao seu redor se dedicaram a estacionamentos rápidos com o intuito de substituir a atividade econômica por algo teoricamente mais rentável. Outra incerteza é o grande crescimento imobiliário. “Enquanto não vierem comprar o meu terreno, continuo trabalhando com aquilo que gosto”, contou o proprietário. Ele lembra que iniciou na área automotiva em 1984, seguindo uma tradição familiar que começou com o seu pai Antônio há 40 anos no mesmo endereço. No endereço são oferecidos serviços de mecânica geral, alinhamento, balanceamento e venda de pneus.  

Rebello nos recebeu em sua entrada toda decorada com tijolos e pôsteres dedicados aos assuntos relacionados aos motores. Também é possível notar, logo na entrada, a paixão do proprietário por carros e equipamentos. Há uma sequência, por exemplo, de rodas penduradas na parede, começando com a de madeira e chegando a de alumínio. Mais para frente, uma bomba de gasolina antiga e um calibrador de válvulas. Com orgulho, o proprietário também mostra o seu Chevrolet 1950. “Motor original, funciona perfeitamente até hoje”, apresenta ele. Para o dono da Oficina Mecânica Palácio antigamente os motores eram feitos para durar e hoje eles são feitos para oferecer potência, desempenho e sem gastar muito.

O Chevrolet 1950s, por exemplo, usa um motor de seis cilindros em linha, colocado longitudinalmente, que produz 90 cv.

O Tracker usa também um em linha, mas aplicado de modo transversal, com turbocompressor, e com três cilindros, que entrega 116 cv. “Os motores sobrealimentados muitas vezes não suportam muitos esforços e acabam necessitando de alguns socorros se não forem bem cuidados”, reforça o mecânico lembrando que hoje as necessidades são totalmente diferentes da da época do Chevrolet 1950s.

 

A mesma atenção e cuidado com o propulsor é relatada por Montibeller, proprietário da High Tech Centro Automotivo. “A proteção de alumínio faz sentido, pois a turbina acaba trabalhando em alta temperatura como em qualquer modelo sobrealimentado.

É necessário ficar atento às trocas e a especificação correta do lubrificante. Repare que na própria tampa do óleo está a indicação certa do produto que deve ser colocado no motor”, alerta o reparador.

 

E continuando com a série alta temperatura, o mecânico faz uma pequena comparação com o reservatório do sistema de arrefecimento de um Ford Fiesta, em que o modelo antigo precisa mais do que o dobro da capacidade volumétrica e do espaço no cofre do motor que a usada pelo novo Tracker. “É impressionante como o tamanho do conjunto é compacto, veja o espaço disponível no cofre do motor”, destaca Montibeller. 

Uma questão que os dois reparadores têm em comum é a disponibilidade de peças. Trata-se de um problema comum em todas as oficinas e independentemente do tipo de marca ou modelo. “No caso de um GM, é possível conseguir peças em 15 ou 20 dias, mas tem carro que fica parado no pátio por mais de 40 dias. É uma característica que atrapalha bastante o nosso trabalho”, explica Rebello.  

No caso de componentes mais comuns como amortecedores, molas, pastilhas, entre outros que o mercado de reposição já fabrica, a situação é melhor. De qualquer forma, vale lembrar que neste caso, o SUV se sobressai por ter herdado itens já aplicados nos irmãos na família Onix.  

Onde está o filtro de combustível? 

Tanto na primeira oficina como na segunda foi impossível achar o filtro de combustível do Chevrolet Tracker de primeira. Ele não fica perto da mangueira que conecta o bocal ao tanque, como acontece na maioria dos casos. 

Pesquisando, foi possível identificar que nesta versão avaliada o item se integrou à bomba. Em outras versões, o componente está perto do tanque, muito comum na maioria dos automóveis. “A vantagem aparece na hora da revisão na concessionária e posteriormente quando há um componente a menos para ser trocado. Porém o combustível deve ser de qualidade, principalmente, porque não existe um elemento filtrante externo, que possa ser acompanhado”, acrescenta Rabello. Se o filtro de combustível foi uma novidade, o de óleo fica bem exposto e em uma posição de fácil acesso. 

Durante a visita na High Tech Centro Automotivo foi possível notar também que a parte debaixo do Tracker é um dos pontos que pode tirar o sono dos mecânicos e motoristas. Com apenas 165 mm de vão livre, o modelo da GM não conta com uma proteção no cárter nem na área do câmbio. Outro senão está em um parafuso sobressalente que pode contribuir para arrastar objetos sobressalentes.

 

Voltando para o cofre do motor, os dois reparadores destacaram a facilidade do espaço para se trabalhar. A parte dos faróis, por exemplo, está embutida próxima das caixas de rodas e o acesso aos filtros de óleo e de ar são intuitivos.

Um ponto negativo é a vareta de apoio da tampa do capô, leve e com pouca rigidez é difícil confiar no material. Outro destaque interessante apontado por Montibeller é uma minilâmina da bateria que age como uma barreira contra sobrecargas. O sistema composto por fusíveis fica ao lado da bateria e é de fácil visualização. Por falar em conexões, a ODB2 da Tracker fica acima do pedal do acelerador. Não é um local comum, mas é o mesmo lugar dos irmãos originários.

 

Atenção para o recall 

Apesar de apresentar uma excelente tecnologia embutida e recursos disponíveis apenas em carros Premium o Chevrolet Tracker fez uma convocação envolvendo 80 mil modelos. O possível problema pode estar nos pré-tensionadores do cinto de segurança que sem o reparo correto podem gerar fagulhas e iniciar fogo no isolador acústico dos carpetes. O chamado envolve unidades fabricadas entre 2020 e 2022. Por isso, caso um cliente não tenha sido atendido pelo chamado, vale muito alertá-lo, pois o reparo consiste na instalação de uma proteção no isolador acústico do carpete e nos pré-tensionadores do cinto de segurança próximo à região inferior da coluna B. “Fagulhas geradas durante o funcionamento dos pré-tensionadores podem atingir o isolador acústico do carpete e causar incêndio”, diz a fabricante em comunicado. Isso pode resultar em danos materiais e até mesmo riscos de lesões graves ou fatais aos ocupantes dos veículos. O reparo de forma gratuita tem um tempo estimado de até 2 horas e 30 minutos. Chassis envolvidos: Nº – LB900009 a NB 202060.  

Impressões ao dirigir  

Com o DNA do Onix, o Chevrolet Tracker entrega o que é necessário, espaço interno para família, motor ágil para a cidade e o status de estar a bordo de um carro mais alto em comparação aos não utilitários esportivos. O motor sobrealimentado por turbina gera 116 cv quando abastecido com etanol. Se for levado em conta que este valente propulsor tem 999 cm³ de capacidade volumétrica, a potência é relativamente boa. Mas vale lembrar que o modelo em questão pesa mais de uma tonelada e que com isso é registrada uma relação peso/potência de 10,31 kg/cv e um torque de 16,8 kgfm com etanol. De acordo com os números de fábrica, uma aceleração de 0 a 100 km/h em 10,5 segundos. 

A grande questão que incomoda o motorista no dia a dia é a morosidade que a turbina é acionada, são questões de segundos, mas de um tempo, que pode nos fazer refletir sobre qual é a real necessidade de se turbinar um motor tão pequeno. 

Durante a condução na cidade fica notória a sensação do turbo leg, muito sensível aos pés mais atentos e que incomoda aos que precisam de respostas mais rápidas e assertivas. Outro senão do modelo avaliado é a ausência de trocas manuais, fazendo que com o modelo trabalhe como um câmbio automático tradicional eficiente e ágil, mas que não é nada atrevido. Na estrada, o Chevrolet Tracker mantém uma excelente velocidade cruzeiro e apresenta um consumo invejável, como ocorre os seus irmãos. 

Turbinas em motores flex  

Houve uma época em que os motores turbinados de fábrica foram condenados. É o caso do meme do Marea Turbo e de outras injustiças que a indústria e os consumidores fizeram. Também já foi a vez dos motores de 16 válvulas, mas hoje o que vale são os modelos de baixas capacidades volumétricas sobrealimentados.  

O motor turbo em comparação ao aspirado de mesma capacidade volumétrica é mais leve e apresenta um custo mais baixo para a montadora. O segredo de oferecer um desempenho superior ou semelhante só é possível graças aos gases de saída que são aproveitados e que fazem o eixo da turbina rotacionar, movimentando a hélice e comprimindo o ar. A ação possibilita o preenchimento mais rápido dos cilindros do motor com a mistura ar/combustível. O principal objetivo de um motor turbo é oferecer mais potência aos carros, sem que para isso seja necessário aumentar o tamanho do equipamento. Basta verificar a comparação com o Chevrolet de 1950 feita na oficina do Manoel. A proposta do Tarcker aumenta o desempenho, mas tem como desvantagem a perda de torque em baixa rotação e a menor durabilidade. 

Uma grande preocupação do consumidor, quando se trata da aquisição de um veículo com modelo turbo, é se isso significará mais gasto com combustível. Muito pelo contrário, em determinados modelos, dependendo do pico de torque, o automóvel tem mais facilidade de ganhar e sustentar a velocidade em cidade/rodovia, favorecendo tanto o conforto quanto uma maior economia financeira. Com a crescente preocupação com a poluição, as montadoras foram obrigadas a oferecer carros com a mesma potência, minimizando o escape de gases poluentes. De modo geral, os motores superalimentados ou turboalimentados têm como qualidade a redução dessa emissão, quando comparado ao motor aspirado, pois aproveita a energia dos gases de escape para melhorar a eficiência do motor, além de o motor turbo apresenta melhor performance e mais economia. 

No elevador da oficina 

Olhando debaixo foi possível notar que o Tracker é um veículo bem montado e com a estrutura totalmente já consagrada pela indústria. Usa suspensão independente McPherson e eixo de torção, diferente do concorrente Renegade que usa multilink na traseira. Outro senão do Chevrolet Tracker é a ausência de freio a disco nas quatro rodas.  

Os pneus são Goodyear EfficientGrip SUV na medida 215/60 R16. Eles usam um composto à base de sílica que oferece melhor tração em piso molhado e resistência ao rolamento, garantindo segurança, desempenho e economia. A tecnologia é resultado de anos de pesquisa com o objetivo de melhorar a resistência ao rolamento sem impactar negativamente a tração em pisos molhados.

O controle de tração também contribui para a segurança, mas ele fica exposto para ser desativado no painel.  

Olhando os números apresentados pelo fabricante de frenagem, o Tracker precisa de 40,8 metros para estacar a velocidade a partir de 100 km/h. Levando em conta que uma faixa de pedestre tem 2 metros, o Chevrolet precisaria de um pouco mais de 20 para parar. “Um carro como esse, que tem capacidade para levar mais de 400 kg de carga útil merecia uma atenção melhor nesse quesito da eficiência na frenagem”, comenta Montibeller.  

Ainda na parte da segurança, o reparador reforça a atenção na hora da substituição do fluido de freio. “Repare que assim como na tampa do óleo do motor, há também a informação na do reservatório que abastece o sistema de frenagem”, aponta. De acordo com a TMC Friction, que é fabricante das pastilhas e lonas de freios Cobreq, o fluido de deve ser trocado a cada 10 mil km rodados ou a cada 12 meses. O que vier primeiro. Isso é necessário mesmo que não seja preciso mexer em outras peças do sistema.  

“O fluido de freio é um componente higroscópico, ou seja, durante sua vida útil ele absorve umidade e vai perdendo suas características. Através da revisão é possível medir o ponto de ebulição do fluido e até mesmo sua porcentagem de água e a partir dessa análise é possível descobrir se é necessário realizar a troca ou não”, explica Manoel. 

Outros sinais para a necessidade de troca do fluido e de uma revisão nos freios são a variação no nível (o fluido nunca deve ser completado), a perda de eficiência da frenagem (demora na resposta ou a necessidade de mais força para parar) e o acendimento da luz de alerta no painel (que indica um problema no sistema hidráulico). No caso do Chevrolet, com pouca rodagem, não foi necessário fazer a substituição, porém é um item que deve merecer a atenção de todos os motoristas. 

Vale destacar que uma das principais reclamações relatadas por consumidores do Chevrolet Tracker envolve o sistema de freios. De acordo com relatos ocorrem barulhos excessivos na hora de frear, bem como trepidação incômoda nos pedais. O grande problema aqui, é que estes barulhos e trepidações se dão em veículos novos, com menos de 10 mil km rodados.

Acabamento e competitividade 

Uma das surpresas ao embarcar no Chevrolet está na quantidade de itens fabricados em plástico. Apesar do material não tão aconchegante, a montagem é perfeita e o barulho de itens batendo não ocorre. Outra decepção é o ar-condicionado manual para a versão. Apesar disso, ele tem boa força para gelar a cabine em dias de sol e sem “roubar” a potência do motor. 

A parte tecnológica sem fio para a projeção de aplicativos do smartphone diretamente na tela de 8” do veículo é sensacional e adaptável com a maior parte dos celulares. Testamos com IPhone, Samsung e Xiaomi. O sistema projeta apps como o Waze, Spotify e WhatsApp no multimídia e pode ser operado por comando de voz. Outro destaque é o carregador por indução magnética, o mesmo que tem no Chevrolet Camaro. A conectividade continua com telemática avançada OnStar e com o sistema de Wi-Fi 4G que funciona com boa velocidade. 

“Imagine se você ficar com uma dúvida na hora da reparação e consultar na própria tela ou mesmo no seu celular o que fazer. É uma praticidade para o reparador também, assim como para o motorista e passageiros”, destaca Manoel da Oficina Palacios.

Realmente, um carro conectado é algo que está muito em pauta para cada vez estar mais presente nas tecnologias do futuro.  

“De série a partir da versão LT do Tracker, a projeção sem fio traz mais praticidade para o dia a dia e é mais um passo importante dentro da estratégia de evolução contínua do produto, que dita tendências nos quesitos mais valorizados pelo consumidor: design, segurança, conforto, desempenho e conectividade”, explica Rodrigo Fioco, diretor de Marketing de produto da GM América do Sul. 

Se a versão 2022 traz tudo isso, as novas muito provavelmente não terão. De acordo com informações de concessionários da Chevrolet, as próximas levas do Tracker, assim como os seus irmãos Onix e Onix Plus, não terão disponíveis nas versões intermediárias, como na avaliada, a conexão com Bluetooth e o Wi-Fi via 4G. A justificativa para a mudança está na crise mundial dos semicondutores. 

Ao volante, o Tracker entrega aquilo que o motorista de SUV gosta: posição elevada de dirigir, postura mais ereta, visibilidade à frente e para os lados, e capô presente. O GM ainda tem regulagem de altura e distância da direção, ajuste de altura do banco, com assentos confortáveis. Se comparado com os irmãos, o Tracker uso de bancos mais confortáveis. 

Consumo e autonomia 

De acordo com dados do fabricante, o Tracker faz 9 km/l na cidade e 10,4 km/l na estrada utilizando etanol. Com gasolina o consumo é de 13 km/l no circuito urbano e 14,8 na rodovia. Com um tanque de baixa capacidade volumétrica (44 litros), a autonomia máxima do Tracker é de 650 km. Outro item que mostrou ausência no Chevrolet foi a adaptação para engate.  

Se atrás falta, internamente há seis airbags, frenagem autônoma de emergência com alerta sonoro e visual e alerta de ponto cego. O mais interessante deste recurso é que ele fica posicionado fora do espelho, permitindo uma excelente visualização da imagem refletida. 

O porta-malas do GM tem capacidade para 357 litros, sendo 36 extras sob o tampão, que totalizam 393 litros. Ou seja, volume maior ao do Jeep Renegade (385), do Volkswagen T-Cross (373) e do Honda HR-V (354). A única derrota neste caso fica para o Hyundai Creta, com 422 litros. Para chegar ao segundo maior número de volume diante da concorrência, o Chevrolet utilizou um entre-eixo menor que o do Onix e modificou o espaço do banco traseiro. Então não se engane, o hatch é mais confortável para os passageiros que o Tracker que tem 2,57 m e que é considerado o mais apertado da categoria. 

O Latin NCAP (Programa de Avaliação de Veículos Novos para América Latina e o Caribe) deu cinco estrelas, nota máxima, ao Chevrolet Tracker em seus testes de segurança. O modelo é produzido no Brasil e na Argentina. De acordo com os critérios de avaliação do órgão, o modelo obteve nota de 91,07% na proteção a ocupantes adultos, 91,84% no caso dos ocupantes infantis, 54,14% na proteção de pedestres e usuários vulneráveis das estradas e 83,18% em assistência à segurança. 

Conclusão 

Existem vários fatores que contribuem para o Chevrolet Tracker ser um dos carros mais vendidos em seu segmento. Entre um dos motivos apontados pelos consumidores está o design moderno e atraente que se destaca em meio aos outros carros do mesmo segmento. Outra questão apontada que fortalece o carro como um dos mais vendidos da país é a tecnologia avançada, item que pode pesar contra nas próximas gerações, uma vez que elas perderam boa parte desses recursos.  

Apesar de abrigar um motor 1.0, o desempenho do Chevrolet Tracker é eficiente e oferece economia de combustível. A dirigibilidade é excelente e a resposta dos movimentos do volante são diretas e rápidas. 

A gravata dourada é reconhecida mundialmente e possui uma boa reputação na indústria automotiva. Isso faz com que muitos compradores tenham confiança na qualidade e durabilidade do Chevrolet Tracker. 

A Rede Chevrolet tem uma presença global significativa, com concessionárias em mais de 100 países ao redor do mundo. No Brasil, a Rede Chevrolet é uma das maiores redes de concessionárias do país, com mais de 500 lojas espalhadas por todo o território nacional. 

Se o Chevrolet aparecer na sua oficina não deixe de recomendar um protetor de cárter, peça até certo ponto condenada por muitos por poder prejudicar o restante do conjunto, mas que vai contribuir com uma proteção necessária. A peça no mercado tem um valor sugerido de R$ 110. Outro item que não tem preparação e que pode ser preciso para o consumidor é o engate, que pode ser encontrado por cerca de R$ 1.500. 

O Chevrolet Tracker se tornou líder do mercado logo que chegou. Em 2021 foram 668.345 mil unidades vendidas, enquanto em 2022 esse número subiu para 691.313, o que significa alta de 3,43%.  
Desde o começo do ano, o Tracker vendeu 14.500 unidades, de acordo com os números da Fenabrave (Federação Nacional da Distribuição de Veículos Automotores). 

Comentários