Poderíamos dizer que o biodiesel ganhou concorrentes, mas podemos chamar de novas opções de uso de combustíveis que oferecem desempenho e ganhos ambientais.
Diante deste novo cenário, até a ANP- Agencia Nacional do Petróleo - está se preparando para regulamentar os novos combustíveis, permitindo que estas regulamentações sejam adotadas pelos produtores de biocombustíveis e pelos fabricantes de veículos diesel, oferecendo novas opções para o mercado.
Os novos combustíveis de origem de fontes renováveis são denominados biocombustíveis que podem ser adicionados ao diesel de petróleo independente do limite, o destaque fica para o chamado diesel verde produzido através do sistema de hidrotratamento, que pode ser utilizado puro em substituição plena do diesel fóssil.
O uso do diesel renovável está acontecendo de forma global, o mercado europeu, americano e da américa latina estão oferecendo este novo combustível ainda em escala pequena, mas com grandes possibilidades de ampliação desta produção.
Mas o que é o combustível diesel HVO?
Este novo produto é um combustível parafínico, renovável, sustentável e de alta qualidade, o que o torna perfeitamente adequado para uma ampla aplicação, incluindo combustível para veículos, geradores e sistemas de energia industrial.
Produzido a partir de matérias-primas renováveis (óleos vegetais, gordura animal), é classificado como de segunda geração e com qualidade superior que atende às exigências da legislação, sem a necessidade de modificar a infraestrutura existente de postos de combustíveis e o próprio sistema de injeção dos veículos diesel.
Temos várias razões para usar combustível HVO:
Redução de até 90% nas emissões de efeito estufa, significativamente melhor para o meio ambiente do que o diesel ou biodiesel comum;
Combustível renovável, sustentável e compensação de carbono, sintetizada a partir de gorduras residuais e óleos vegetais, eliminando até 90% das emissões de gases de efeito estufa, além de reciclar o desperdício de alimentos. Também compensamos o carbono gerado pela queima do diesel (S5.000) consumido pelos motores, durante o transporte de petróleo através de navios-tanque, melhorando ainda mais as credenciais ecológicas do combustível;
33% da emissão de material particulado fino (MP2,5);
30% da emissão de hidrocarbonetos (HC);
24% da emissão de monóxido de carbono (CO); e
9% da emissão de óxidos de nitrogênio (NOx), poluentes cujos níveis de emissão são aumentados pelo biodiesel;
Substituição do diesel de petróleo: atende à regulamentação de combustíveis e é aprovado pelos fabricantes de veículos, pode ser usado sem a necessidade de modificação de motores e máquinas;
Excelente desempenho em climas frios, maior número de cetano (até 90) e baixo ponto de congelamento (-32 O C) proporcionam melhor desempenho inicial, combustão limpa e menor chance de congelamento em temperaturas extremas;
Alto ponto de inflamação: maior segurança, armazenamento e manuseio em comparação com o diesel comum;
Menor necessidade de manutenção: as impurezas são removidas durante o processo de produção, eliminando os principais fatores para a degradação do combustível e aumentando a vida útil dos motores.
A tabela abaixo compara as diferentes características do combustível HVO
Além de todos os benefícios que o HVO oferece, ele surpreende quando conferimos o poder calorífico deste combustível em relação ao diesel, esse é um dos grandes benefícios obtidos com esta fonte renovável de energia, pois o motor vai ter um desempenho melhor e com mais economia.
Enquanto o motor diesel mantém seu tempo de vida útil de funcionamento utilizando o combustível de origem fóssil, existe a possibilidade de utilizar o HVO como uma fonte opcional. Este óleo vegetal hidratado (HVO - Hydrotreated Vegetable Oil) também pode utilizar como fonte as gorduras de origem animal, semelhante à obtenção do biodiesel, mas estes combustíveis possuem elementos diferentes na sua composição.
No nível químico, o HVO é uma mistura de hidrocarbonetos formados por carbono e hidrogênio, enquanto o biodiesel é uma mistura de ésteres constituídos por carbono, hidrogênio e oxigênio.
O HVO é produzido de forma que as matérias-primas reagem com o gás hidrogênio em condições controladas de temperatura e pressão, formando um líquido similar ao diesel fóssil.
O biodiesel é produzido pelo processo químico de transesterificação, no qual as matérias-primas reagem com um álcool, geralmente o metanol, formando um combustível bastante distinto do diesel de petróleo.
Para a produção do HVO necessariamente não é preciso construir uma nova planta industrial, sua produção pode utilizar a mesma estrutura de uma refinaria de petróleo, isso viabiliza ainda mais a possibilidade de produção com custo inicial bastante reduzido.
O HVO demonstra benefícios desde a sua produção utilizando as estruturas de refinarias existentes e finalizando com o seu uso nos motores que não precisam de alterações. Em resumo, o HVO é semelhante ao diesel de origem fóssil, o que o torna muito aceitável no mercado que faz uso do diesel como combustível.
Considerando todos os benefícios como uma melhor qualidade de combustão, que proporciona melhor desempenho e um aumento na vida útil dos motores diesel, [C1] também apresenta vantagens ambientais em comparação a outros biocombustíveis, inclusive um teor extremamente baixo de enxofre e durante a queima, apenas libera a quantidade de dióxido de carbono equivalente à quantidade capturada pela matéria-prima renovável utilizada, durante o processo de crescimento das plantas oleaginosas.
Isso demonstra um equilíbrio entre a quantidade de dióxido de carbono capturado pela planta e pela quantidade lançada na atmosfera durante a queima deste combustível no motor diesel.
Dentro do programa RenovaBio, o HVO é o principal combustível que pode oferecer condições de reduções de emissões que permite ao Brasil atender suas metas assumidas no Acordo de Paris.
RenovaBio é a Política Nacional de Biocombustíveis, instituída pela Lei nº 13.576/2017, com os seguintes objetivos:
Fornecer uma importante contribuição para o cumprimento dos compromissos determinados pelo Brasil no âmbito do Acordo de Paris;
Promover a adequada expansão dos biocombustíveis na matriz energética, com ênfase na regularidade do abastecimento de combustíveis; e
Assegurar previsibilidade para o mercado de combustíveis, induzindo ganhos de eficiência energética e de redução de emissões de gases causadores do efeito estufa na produção, comercialização e uso de biocombustíveis
O principal instrumento do RenovaBio é o estabelecimento de metas nacionais anuais de descarbonização para o setor de combustíveis, de forma a incentivar o aumento da produção e da participação de biocombustíveis na matriz energética de transportes do país.
As metas nacionais de redução de emissões para a matriz de combustíveis foram definidas para o período de 2019 a 2029 pela Resolução CNPE nº 15, de 24 de junho de 2019, conforme segue:
Art. 1º Definir as seguintes metas compulsórias anuais de redução de emissões de gases causadores do efeito estufa para a comercialização de combustíveis e os respectivos intervalos de tolerância, estabelecidas em unidades de Créditos de Descarbonização (CBIOs)
O CBIO equivale a uma tonelada de carbono e é um componente fundamental do programa. Sua comercialização é o estímulo para os produtores de biocombustíveis ampliarem sua produção e um caminho para atrair novos investimentos, induzindo uma maior participação dos biocombustíveis na matriz e contribuindo para a redução de emissões de GEE.
Para garantir a credibilidade do CBIO, ele será escriturado por instituições financeiras e negociados em Bolsa de Valores. O CBIO, na prática, se constitui num elemento de precificação da redução de carbono.
Os distribuidores terão a obrigação de adquirir CBIOs para cumprirem suas metas, os quais serão emitidos pelos produtores/importadores de biocombustíveis, devidamente certificados, em quantidade proporcional aos respectivos volumes comercializados desses produtos.
[C1]Xeretice: trecho redundante, que nada acrescenta, repete informações que apareceram antes, recomendo excluir.