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Tudo o que você precisa saber sobre o funcionamento dos sistemas de airbag – Parte 1

Item que, desde janeiro deste ano é obrigatório em todos os veículos, merece cuidados especiais na hora do reparo. Acompanhe a primeira parte da matéria e acrescente-a ao seu acervo de informações técnicas

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Por Melsi Maran


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Os airbags, ao contrário do que muitos podem pensar, não compensam uma fraca resistência estrutural de um veículo, pois em uma colisão, toda energia  produzida  será dissipada  primeiramente em sua estrutura, tornando esta o principal sistema de proteção aos ocupantes. Os especialistas na área de segurança veicular consideram firmemente que os consumidores não devem ser confundidos pelos fabricantes que se descansam apenas nos airbags para oferecer uma falsa impressão de segurança.

Assim sendo, tanto o público quanto os governos devem ser capazes de verificar a integridade estrutural do carro. Isso se consegue mediante a aplicação dos padrões de testes de batida das Nações Unidas (regulamentações R94 e R95), proporcionando aos consumidores a possibilidade de conferir e comparar o desempenho em segurança dos diferentes modelos vendidos no mercado.

CONCEITOS DE SEGURANÇA 
Podemos separar este conceito de duas maneiras simples:

Segurança Veicular Passiva: É o conjunto de elementos destinados a proteger os ocupantes dentro do habitáculo no caso de uma colisão, inibindo ou reduzindo as possibilidades de lesões mais graves e até a morte (carroceria, cintos de segurança, airbags);

Segurança Veicular Ativa: Inclui sistemas que permitem evitar um acidente (direção, suspensão, freios e equipamentos de rodagem), tem como responsabilidade agir funcionalmente sem apresentar quaisquer tipos de problemas, de modo a manter e garantir a integridade física do condutor e ocupantes, impedindo assim as possibilidades de acidentes fatais.

As montadoras dispõem de uma fábrica de protótipos e, de acordo com sua estrutura e especialização, podem construir vários deles em uma imensa variação de modelos simultaneamente, através da mesma plataforma, agilizando o processo de análise dos principais pontos críticos.

Os engenheiros definem as seções mestres de algumas peças chaves tais como longarinas dianteiras e traseiras, soleira, colunas  etc. É neste momento que avaliam o seu comportamento à deformação e rigidez, através de impactos no famoso Crash-Test.

 

AIRBAG
Dentro destes itens destinados à segurança passiva, o airbag desponta como um dos principais deles, trabalhando em conjunto com o sistema de deformação programada da carroceria, auxiliando para que os ocupantes não tenham contatos diretos com os componentes rigídos à frente, como volante, painel etc.
No entanto, como sabemos, outros itens de máxima importância neste conjunto são os pré-tensionadores dos cintos de segurança e os reforços estruturais em zonas críticas.

Um veículo que protege os seus ocupantes deve deformar-se de forma a absorver uma grande parte da força de desaceleração do impacto. Isso é de extrema importância, pois quando pensamos em um tanque de guerra colidindo contra um muro de concreto, por exemplo, ele não se deforma,  mas os seus ocupantes são sujeitos a uma força de desaceleração mortal.

As evoluções da segurança passiva mais importantes foram:

Primeiro caso: Os veículos antigos com um chassis separado e uma estrutura de carroceria rígida deformavam-se pouco ou mesmo nada. Além disso, dado que não dispunham de sistemas de retenção, os ocupantes eram lançados contra o painel de bordo ou o volante. Neste caso, num choque violento, as possibilidades de sobrevivência eram então muito reduzidas;

Segundo caso: o aparecimento das carrocerias autoportadoras, que se beneficiavam de melhorias ao nível da estruturas e de um sistema de retenção clássico (cinto de segurança), permitiu atenuar os efeitos do choque sofrido pelos ocupantes. As possibilidades de sobrevivência aumentaram, mas os passageiros apresentavam graves traumatismos devidos à desaceleração;

Terceiro caso: o aparecimento de zonas de deformação programadas na parte dianteira da estrutura da carroceria, permitindo o amortecimento do choque, diminuindo assim a velocidade de desaceleração;

Quarto caso: nos veículos modernos, a deformação controlada da carroceria, combinada com a rigidez do habitáculo, protegem melhor os ocupantes em uma colisão. Além disso, a complementaridade de um sistema de retenção, que inclui um pré-tensor, um limitador de esforço e um airbag, permite manter o ocupante no lugar e atenuar os efeitos do choque.

Elementos de Retenção
Elementos de retenção estão identificados por inscrições que podem situar-se nos ângulos inferiores dos para-brisas e dentro do habitáculo.

Outro ponto que sempre deve ser verificado é o que a luz do airbag indica no painel de instrumentos.

Elementos de retenção nos ângulos inferiores do para-brisas (à esquerda) e Um testemunho situado no quadro de instrumentos informa o condutor de um mau funcionamento (à direita) Com o auxílio da tecnologia, hoje podemos verificar se o sistema está funcionando corretamente, se está ativado e quando deveremos fazer reparos no mesmo.

Na próxima edição, veremos os tipos de airbags existentes e a evolução da segurança para os ocupantes nesse quesito.
Até a próxima!

 Melsi Maran é autor do livro "Diagnósticos e Regulagens de Motores de Combustão Interna". 
Para adquiri-lo, acesse: http://bit.ly/1nRzQsw

Testemunho de Airbag
Ao dar partida no motor, o testemunho acende-se durante alguns segundos durante os quais o calculador efetua o controle dos circuitos elétricos e os detonadores pirotécnicos. 

ATENÇÃO:

Um testemunho aceso não significa que todo o sistema esteja desativado. 

Apenas as linhas avariadas são neutralizadas enquanto as outras se mantêm ativas.

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