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Tecnologias avançadas aplicadas nos veículos forçam as oficinas a acompanhar as inovações

Temos que estar preparados para fazer serviços básicos nos veículos, mas o domínio da eletrônica e os avanços constantes forçam as oficinas a se modernizarem e ter condições de atender aos carros novos

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Por Antônio Gaspar de Oliveira


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Muito antes de um carro chegar nas mãos do consumidor final, ele passa por testes severos para comprovar a eficiência de cada componente mecânico, hidráulico, elétrico e principalmente os eletrônicos.

A eletrônica, que ficava restrita ao controle da injeção de combustível do motor há apenas algumas décadas, agora tem a sua aplicação em todos os sistemas dos veículos. 

Muitas vezes ficamos imaginando que a maioria destas tecnologias são aplicadas apenas nos carros de passeio, mas na verdade temos outros veículos utilizados no setor agropecuário que são dotados de tecnologias ainda mais avançadas.

Os carros de passeio são projetados para o uso urbano e rodoviário, sendo que o seu uso mais intenso ocorre nas cidades e é neste ambiente que os cuidados ao dirigir são mais exigidos.

Mesmo com toda atenção de um motorista experiente, surgem situações que a eletrônica pode ajudar a reduzir e evitar acidentes, que pode provocar danos materiais, mas também pode envolver perdas de vidas.

Pensando em prever e evitar acidentes, as montadoras estão investindo muito nos desenhos dos carros, materiais de absorção de impactos e principalmente em tecnologias de segurança veicular.

Um exemplo está na Volkswagen que usa os robôs mais avançados no desenvolvimento de veículos como o Taos. Estes robôs garantem precisão nos testes de tecnologias de segurança, como o ACC (Controle Adaptativo de Cruzeiro) e o AEB (Frenagem Autônoma de Emergência).

Para que estes sistemas ofereçam o máximo de confiabilidade e segurança, a Volkswagen do Brasil utiliza robôs de padrões elevados durante o processo de desenvolvimento, que são repetitivos para assegurar resultados com a precisão e eficiência necessária para funcionar nas condições mais críticas que o carro pode se envolver.

A utilização de robôs não é para substituir o homem no desenvolvimento dos sistemas de segurança e comodidade, mas sim para complementar todo o processo, agregando ainda mais competência. 

Eles são capazes de realizar testes repetidamente e com elevado nível de precisão, conseguindo extrair as informações mais exatas possíveis. Essas informações são utilizadas para calibrar o radar e criar os algoritmos para cada uma das funções oferecidas pelo sistema.

No Brasil, os robôs, que não têm aparência humanoide como nos filmes de ficção científica, estrearam no desenvolvimento do ACC e do AEB do Nivus, lançado há um ano. No desenvolvimento do Taos, os robôs tiveram novos desafios, pois essas tecnologias contam agora com as funções Stop & Go e detecção de pedestres, respectivamente. Durante os testes, os robôs atuam no volante e nos pedais do carro, respeitando fielmente o programa de velocidade e trajetória elaborado pelos engenheiros.

Dentro do veículo também são instalados diversos equipamentos, como computadores, atuadores, baterias e GPS, esses aparelhos são posicionados no banco do passageiro dianteiro, outros no banco traseiro e até mesmo no porta-malas. Todos têm a missão de fazer a leitura e armazenamento de tudo o que acontece durante os ensaios para que, posteriormente, os engenheiros façam as análises necessárias em busca da calibração ideal.

Do lado de fora também são instalados inúmeros equipamentos que são fundamentais para que os testes sejam efetuados com os maiores níveis de precisão e fidelidade possíveis. Entre eles, pode-se citar o sistema de posicionamento por GPS, que é capaz de chegar a uma precisão de até 2 cm. Para tal, o sistema é composto por um GPS colocado dentro do veículo, um do lado de fora e outro na base do dummy (boneco que simula o pedestre atravessando a via), que por meio dos satélites, garante tamanha precisão.

No campo de provas onde são efetuados os ensaios também é montada uma base meteorológica, pois dados referentes à umidade do ar, vento, temperatura ambiente e até mesmo luminosidade interferem diretamente no desenvolvimento do sistema. Além disso, o atrito da pista, bem como sua temperatura, é monitorado constantemente. Tudo isso para contemplar as mais diversas condições encontradas na América do Sul.

Importante destacar que durante os testes os robôs nunca estão sozinhos dentro do carro. Um engenheiro sempre está na posição do motorista, sem, no entanto, atuar nos pedais, no volante ou mesmo no câmbio. Além de averiguar que todos os sistemas estão operando perfeitamente, ele tem a função de, por meio de um joystick, fazer com que o robô inicie os testes e, caso necessário, assumir o controle do carro em qualquer eventualidade.

Assim como nas oficinas que buscam conhecimentos tecnológicos, os engenheiros da Volkswagen passaram por treinamentos com os fabricantes na Inglaterra e na Áustria. Em paralelo, desenvolveram as competências necessárias junto à matriz da Volkswagen na Alemanha. Este treinamento foi necessário para operar os robôs de última geração que são dispositivos capazes de auxiliar no desenvolvimento dos mais avançados recursos tecnológicos de comodidade e segurança.

A frenagem autônoma de emergência com detecção de pedestres é uma das funções de segurança do Volkswagen Taos. Utilizando um radar posicionado atrás do logo da marca na grade frontal do veículo, o sistema identifica ininterruptamente o que está ocorrendo no trânsito à frente. Ao identificar a presença de uma pessoa atravessando a rua e a possibilidade de um atropelamento, caso o motorista não demonstre nenhuma reação para reduzir a velocidade, o sistema entra em ação disparando um aviso sonoro na cabine e um alerta visual no painel de instrumentos. Se o condutor não frear, o sistema inicia a frenagem automaticamente.

Esta frenagem é brusca e a mais eficiente possível, pois o objetivo é evitar totalmente a colisão ou reduzir ao máximo o acidente, reduzindo sensivelmente eventuais ferimentos ao pedestre. Até 50 km/h, o AEB com detecção de pedestre do Taos tem o maior índice de eficiência, ou seja, tem maiores chances de impedir completamente um atropelamento. A detecção de pedestre está ativa até 65 km/h. 

Além de manter a velocidade e a distância do veículo à frente automaticamente, o controle adaptativo de cruzeiro do Taos tem uma função extra, chamada Stop & Go. Trata-se de um recurso de comodidade muito útil no anda-e-para dos congestionamentos.

Utilizando o mesmo radar frontal do AEB, o sistema, quando em funcionamento, inicia a frenagem do Taos assim que o carro à frente desacelera até parar completamente. Se em um intervalo de até 3 segundos o veículo à frente voltar a se mover, ele volta a acelerar automaticamente, também. Se o intervalo de tempo for maior, será necessário que o motorista dê um toque no acelerador ou aperte o botão ‘Resume’ no volante multifuncional, para que o Taos volte a se movimentar. 

Todo sistema eletrônico é projetado para funcionar por muito tempo, mas é preciso fazer ajustes ou reparos, caso ocorra alguma avaria nos componentes.

Este tipo de reparo não pode ser mais ou menos, ele tem que ser preciso, pois vai funcionar nos momentos mais críticos de uso do veículo, além de estar preservando vidas na eminência de um possível acidente.

Para realizar reparos nestes sistemas avançados, é necessário ter treinamentos adequados, equipamentos avançados e muita informação técnica que é utilizada para as calibrações de cada componente dos sistemas. 

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