Oficina Brasil


Tecnologia ADAS - Advanced Driver Assistance Systems está mudando a forma de dirigir

ADAS é o sistema avançado de assistência ao motorista que é capaz de tornar o trânsito mais seguro, pois o veículo tem recursos tecnológicos para identificar situações que podem causar acidentes

Compartilhe
Por Antonio Gaspar de Oliveira


Avaliação da Matéria

Faça a sua avaliação

Esta tecnologia é constituída por um conjunto de sistemas de segurança projetados para aprimorar a segurança do veículo e alertar o motorista sobre possíveis problemas e evitar colisões. 

Os recursos do sistema de assistência ao motorista incluem: controle de cruzeiro adaptável, sistemas anticolisão, conexão de smartphones para discagem viva voz, frenagem automática e incorporação de GPS com dados de tráfego, reconhecimento de pedestres, etc. 

Existem alguns tipos de sistemas ADAS com recursos que vem como padrão em veículos novos e outros são opcionais, mas a maioria se enquadra nestas categorias:

Adaptativo - sistemas que mudam e se adaptam com base na entrada de dados do ambiente circundante,

Automatizado - sistemas que assumem e executam certas funções que um motorista não pode fazer com segurança,

Monitoramento - sistemas que usam sensores, câmeras, radares ou outros meios para observar a área circundante ou a direção do veículo e avalia se uma correção precisa ser feita,

Aviso - sistemas que alertam o motorista sobre possíveis problemas em sua própria direção ou na direção de outras pessoas que podem aumentar o risco de ferimentos ou acidentes.

Especificamente podemos listar alguns sistemas que integram o ADAS:

• Controle de cruzeiro adaptativo (ACC);

• Faróis adaptáveis; 

• Controle de luz adaptável; 

• Sistema de frenagem automática; 

• Estacionamento automático; 

• Monitores de ponto cego; 

• Monitores de pedestres; 

• Monitores de proximidade; 

• Detecção de sonolência do motorista; 

• Sistema anticolisão; 

• Aviso de colisão frontal;

• Assistência de manutenção de pista;

• Aviso de saída de pista.

O sistema ADAS que equipa os veículos mais modernos possui equipamentos que geram informações com maior precisão mesmo com interferências do clima. 

Os sistemas instalados nos veículos dependem da existência de três aspectos básicos que são: custo, clima e redundância.
Sensores como o LIDAR (já foi tema de matéria publicada no Jornal Oficina Brasil – Caminhões autônomos) são ótimos para mapear a topografia de regiões de difícil acesso. O problema é que os LIDARs de alta qualidade são muito caros e tem o seu funcionamento comprometido em situações de chuva ou neve.

Com a introdução do radar, que também tem alguns problemas diferentes, consegue superar as intervenções climáticas. Este sistema de radar veicular detecta problemas de tráfego para os quais o motorista pode não estar totalmente alerta. Isso inclui monitoramento de ponto cego, controle de cruzeiro adaptável e interferência de tráfego em cruzamentos. 

O sistema ADAS tem o objetivo de minimizar a ocorrência dos acidentes evitáveis e para isso utiliza sensores a bordo que auxiliam no controle de cruzeiro adaptável para manter uma distância segura, ajustando automaticamente a velocidade de cruzeiro. 

A utilização de câmeras é justificada pela maior facilidade de processamento do que a nuvem de pontos gerados pelo radar, mas os sistemas funcionam compartilhando e comparando informações e a redundância está presente para aumentar o nível de segurança.

Os componentes principais do sistema ADAS estão localizados no para-brisas na região do espelho retrovisor e quando ocorrer alguma intervenção nesta parte do veículo, será necessário todo cuidado, conhecimento e equipamento para habilitar e calibrar o sistema ADAS.

A estratégia de colocar esses sensores no para-brisa é que ficam ao alcance dos limpadores, para que esta área seja mantida limpa.

1.Câmera;

2.Sensor de chuva;

3.Receptor LIDAR – o receptor estéreo pode então determinar a distância e a forma do objeto;

4.Transmissor LIDAR. 

Os sistemas são constantemente atualizados e a primeira geração não tinha radar, os modelos de segunda geração foram equipados com radar na frente do veículo e a terceira geração, agora usada, não tem o transmissor LIDAR, mas sim um radar multifeixe e uma câmera no para-brisa, além do sensor de chuva que ativa o limpador para manter a área limpa, permitindo o bom funcionamento do sistema.

A câmera e o radar cooperam e obtêm duas imagens da área de interesse à frente do veículo e se forem consideradas aproximadamente iguais, o sistema reage. Agora é possível detectar pedestres na rua e até mesmo na calçada, alertando o motorista para ficar atento aos possíveis movimentos deles em direção à pista por onde o veículo está trafegando. Este sistema também detecta motos, ciclistas e carros. 

No processo de compra de um veículo novo, deveria haver sempre um profissional com conhecimento pleno sobre as tecnologias instaladas e habilitadas para passar tudo para o novo proprietário, mas não é isso que acontece na prática e muitas vezes o proprietário descobre por curiosidade ou interesse pelas tecnologias do carro.

Quanto mais tecnologia instalada no veículo, mais cuidados deverão ser tomados principalmente durante as manutenções. 
No caso de conserto ou substituição do para-brisa é preciso verificar com o fabricante do carro sobre o sistema ADAS, para que esse sistema seja reinstalado e recalibrado. 

Assim o para-brisa deixou de ser apenas uma área de vidro e agora possui componentes eletrônicos de alta precisão e os profissionais da reparação precisam se preparar para executar os serviços com toda segurança necessária.

A luz de aviso de ponto cego, instalada no espelho retrovisor lateral, pisca alertando sobre um veículo ou outra obstrução quando o veículo está trafegando ou quando a seta é ligada indicando a intenção de mudança de faixa nas ruas, rodovias e também ajuda na aproximação ou saída de vagas de estacionamentos. 

O sistema detecta o veículo que está logo à frente e quando a distância ainda é segura, aparece um indicador na forma de um carro de cor verde, assim que a distância é reduzida, a cor muda para amarela e no caso de se aproximar do veículo muito rápido em condições de um possível acidente, o sistema piscará um alerta de colisão vermelho no para-brisa, bem como soará oito bipes frontais agudos. 

Mesmo sabendo que a tecnologia aplicada vai funcionar, ainda permanece uma falta de confiança por parte do motorista e isso fica evidente quando são feitos os testes reais nas ruas da cidade. 

Sempre ficam dúvidas: será que vai funcionar e o carro vai frear no momento mais crítico?

A resposta é: a frenagem de emergência funciona, é incrível como a tecnologia nos surpreende com a precisão necessária para garantir a segurança dos ocupantes do veículo e dos demais que estão próximo ao carro. 

A pick-up S10 High Country 2021 vem equipada com o sistema ADAS e em testes de rua, o aviso de colisão funcionou assim como a frenagem de emergência.

Outro teste realizado com esta pick-up foi feito em trechos de rodovias porque a sinalização de solo como as faixas que dividem as pistas são mais conservadas e o sensor pode realizar a leitura com maior precisão do que nas ruas da cidade que tem faixas mais apagadas.

Quando ocorre a mudança de faixa para testar o sistema, surge um aviso sonoro e um indicador aparece no painel. Isso é muito importante pois durante uma viagem longa é possível que o cansaço provoque a diminuição da atenção do motorista, é neste momento que o sistema vai atuar na prevenção de colisão, diminuído a quantidade de acidentes evitáveis e esse é o propósito do sistema ADAS. 

Para a remoção e instalação do para-brisa em veículos equipados com o sistema ADAS, será necessário aplicar métodos de calibração e existem duas formas de calibração, a estática e a dinâmica. 

Os procedimentos podem variar dependendo da marca e modelo de veículo, mas os procedimentos e instruções especificados pela montadora devem ser seguidos com precisão.

A calibração estática do sensor começa com o estabelecimento da linha de impulso do veículo. Os fabricantes de automóveis especificam uma variedade de métodos de medição, manuais e ferramentas especiais para realizar esta parte do processo.

Em muitos casos, as ferramentas são fixadas ou alinhadas com os cubos das rodas dianteiras e traseiras. Os projetores a laser costumam ser incorporados às ferramentas para ajudar a garantir o alinhamento perfeito.

Em seguida, um ou mais alvos de mira especiais são posicionados em locais precisos em relação à linha de impulso e ao sensor. Os alvos devem estar a uma altura especificada e muitos são projetados para uso com suportes de montagem ajustáveis especiais. Quando um sensor é deslocado da linha central do carro, os alvos também devem ser compensados.

Embora pelo menos um veículo use um alvo que é colocado no capô, a maioria dos locais de destino fica a 3 a 6 metros do veículo.

Os alvos da câmera são geralmente imagens em preto e branco que são adquiridas ou, em alguns casos, podem ser baixadas de sites de informações de serviço. Com alguns veículos, o alvo deve ser iluminado de uma maneira específica para garantir a calibração adequada.

A calibração dinâmica do sensor é geralmente o método preferido para sensores de câmera e às vezes, o único método especificado. Os sensores de radar geralmente requerem um ajuste estático seguido por um procedimento na estrada. 

A calibração dinâmica envolve iniciar o processo com uma ferramenta de verificação de fábrica, ou equivalente pós-venda (scanner), e então dirigir o carro em estradas relativamente retas com marcações de faixa claras por 5 a 30 minutos em velocidades especificadas até que a ferramenta de verificação indique que a calibração está completa. Em alguns carros, uma luz de advertência ou mensagem no painel apagará quando a calibração for bem-sucedida.

Certos sistemas são calibrados melhor quando há tráfego mínimo ao redor, mas outros são calibrados mais rapidamente quando muitos objetos são detectados pelo sensor. 

Os fabricantes dos veículos fornecerão as instruções de calibração e informações sobre o processo ideal. A calibração não pode ser feita se a chuva ou neve interferirem nas marcações da pista ou outros fatores tornarem impraticável ou inseguro dirigir nas velocidades exigidas. 

Para os reparadores nunca haverá meios de dizer que sabe tudo sobre a manutenção de carros, sendo que os desafios tecnológicos dos carros mais antigos surgiam a cada ano ou mais, atualmente os desafios surgem diariamente e sempre com maior complexidade. 

Todo esse avanço gradativo que garante mais segurança e conforto para os ocupantes dos veículos tem um destino já determinado, que é o veículo autônomo. 

Comentários