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Realizando testes em uma ECU na bancada utilizando equipamentos como uma fonte e simuladores. Parte 1

A falha identificada pelo scanner está no veículo ou na ECU? Ao se deparar com essa situação, após alguns testes, o reparador percebe ser necessário um teste em bancada da central eletrônica

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Por Da Redação


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Quais diagnósticos podem ser feitos em bancada na ECU? Preciso de um simulador ou apenas uma fonte de bancada? Confira a reposta nessa pequena série artigos!

Os defeitos eletrônicos do sistema de injeção de dos veículos estão entre os mais comuns – devido ao alto nível de eletrônica embarcada – e mais empolgantes de se resolver! Isso porque a mão de obra especializada, infelizmente, ainda é escassa e muitas vezes tais defeitos levam o veículo de oficina em oficina na busca de uma solução.

Se você deseja resolver os problemas do seu cliente de maneira completa, o conhecimento e domínio da eletrônica automotiva é essencial! Ao se deparar com possíveis defeitos relacionados à ECU (Eletronic Control Unit), testes em bancada são necessários para verificar um real defeito na ECU vs veículo. Quais testes podem ser feitos apenas com uma fonte?

Vejamos a resposta na parte 1 dessa série.

Testes em bancada usando uma fonte assimétrica

Uma fonte é uma solução simples e prática em várias situações. Especialmente se você está começando no ramo de reparos eletrônicos talvez ainda não possua um simulador de bancada completo e nesse caso, a fonte pode ser uma boa aliada.

Chamamos de “fonte assimétrica” uma fonte de tensão contínua com geração de tensão e corrente reguláveis.

Quais testes podem ser feitos em bancada com uma fonte? Todos aqueles que dependem apenas de alimentação da ECU, como por exemplo, o circuito de alimentação interno e para sensores, as tensões de sinal de sensores passivos (sensores de temperatura e pressão) e circuitos de comunicação (CAN ou K-line para scanner).

Portanto, em caso de dúvidas sobre falta total de funcionamento do módulo (“módulo morto”), em que uma das principais causas é o circuito de alimentação interno, podemos usar uma fonte para os testes principais – teste de alimentação da ECU.

Para tanto, primeiro devemos regular a fonte assimétrica com as tensões e corrente necessárias. Nesta matéria, vamos utilizar uma ECU da linha leve para os testes, portanto, a regulagem é feita em 12V, tensão contínua. 

Vale lembrar que o consumo de corrente dos módulos é baixo, na casa dos mA (miliampere). Na fonte assimétrica é possível escolher um valor máximo de consumo de corrente, tendo na maioria das fontes do mercado um valor máximo regulável de 5A. No caso acima, podemos regular para um valor em torno de 500 mA. Ao energizar a ECU, o consumo irá se adequar dentro desse valor máximo estabelecido.

Como faço as conexões com a ECU?

Para realizar os testes de alimentação em bancada precisamos descobrir os terminais de alimentação +30 (tensão direta de bateria), +15 (tensão de alimentação pós-chave) e aterramentos. A ECU de exemplo será uma VW ME7.5.30. 

Para realizar as conexões, ligue os dois positivos (+30 e +15) juntos, no terminal positivo da fonte. Assim como no veículo, a fonte de ambas as linhas é a mesma – no veículo a bateria e na bancada a fonte. Ligamos os terminais 04, 15 e 27 juntos, ligados ao positivo da fonte. Usamos algumas ferramentas para facilitar as conexões, com pequenos terminais machos e fêmeas. (Fig.4)

Após ligarmos a fonte, teremos um consumo de corrente adequado, ajustado ao limite que você configurou. No exemplo considerado, o consumo ficou em torno de 150mA. A presença de um valor de corrente é um bom sinal, pois indica que a ECU está consumindo energia, ou seja, existe algum funcionamento. Devemos prestar atenção também a uma situação oposta, ou seja, um consumo alto de corrente, atingindo um nível máximo regulado (no exemplo 500mA). Um consumo elevado pode indicar um curto-circuito na ECU.

Realizando as medições na placa - Usando um multímetro na escala de tensão contínua, podemos agora confirmar os valores de tensão de entrada do circuito. Conhecendo o circuito de alimentação e fazendo o mapeamento do circuito previamente, localizamos diodos de proteção de entrada ou capacitores eletrolíticos. Eles representam pontos periféricos importantes para as primeiras medições.

Após verificar as tensões de fonte, podemos confirmar a possibilidade de “módulo morto” - por causa de falta de alimentação

- Realizando as medições agora nos circuitos de consumo final, que trabalham com 5V. Os circuitos de consumo final são para a alimentação dos componentes internos da ECU (processador, memórias e C.I.s diversos) e para saídas de alimentação para sensores. Essas medições podem ser realizadas nos capacitores de tântalo, que são bons periféricos das linhas de baixa tensão.

Neste artigo, consideramos um dos testes que podem ser feitos com uma fonte assimétrica de bancada – uma análise do circuito de alimentação interno. Este teste é bem importante no caso de uma falta total de funcionamento do veículo, quando ele não dá partida e não se comunica com o scanner de diagnóstico. Quando essa falha está na ECU, uma causa bem comum é falta de alimentação. O circuito de alimentação é ativado apenas com uma tensão contínua simples, por isso uma fonte de bancada pode ser usada nesse caso.

Porém, há ainda muitas falhas possíveis que não podem ser corretamente confirmadas apenas com uma fonte. Quais são elas? Em que casos precisamos de mais equipamentos? Na próxima parte dessa série vamos considerar essa resposta utilizando um simulador de sistemas automotivos em bancada. Não perca! 

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