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Novo Câmbio CVT da Toyota ganhou agilidade com a primeira marcha que usa engrenagem mecânica

Com a chegada do câmbio CVT Direct Shift, podemos dizer que era comum um carro ter a saída lenta por causa do tipo da transmissão, a Toyota mudou este cenário com um câmbio hibrido

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Por Fábio Nagai


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Pode até parecer estranho, mas é isso mesmo, um câmbio hibrido, pois ele é um câmbio CVT (continuamente variável) que tem um único conjunto de engrenagens e um único garfo que engata mecanicamente, permitindo que o carro tenha um comportamento idêntico aos que utilizam câmbio mecânico.

A nova transmissão continuamente variável de mudança direta (DCVT) combina os recursos de uma transmissão automática (conversor de torque), uma CVT (polias e cinta metálica) e uma transmissão manual (primeira marcha mecânica).

Depois que o carro vence a inércia e ganha impulso, a primeira marcha mecânica é desengatada e o CVT começa a atuar com todo conforto no deslocamento do carro.

O engate da primeira marcha é muito preciso e trabalha como nos câmbios DSG por exemplo, com uma engrenagem da primeira com garfo de acionamento e quem movimenta esse garfo é o sistema hidráulico, auxiliado pelo gerenciamento eletrônico.

Esse sistema foi introduzido para eliminar aquela sensação antiga dos CVTs na saída, que parecia que o veículo estava patinando e para o reparador que conhece caixas automáticas, sabe bem que não é isso que acontece. A sensação de patinação vem do deslizamento do conversor de torque, hoje todos os câmbios CVTs funcionam com este componente.

Temos que dar os parabéns aos engenheiros que tiveram essa ideia simples, porém inovadora em um câmbio CVT, que está fazendo toda diferença para quem gosta de ter um carro automático, mas sem reclamar da falta de agilidade nas saídas.

Este câmbio foi desenvolvido para a Toyota pela empresa Aisin, que já é fornecedora tradicional no mercado automotivo. O sistema tem inteligência aplicada, que aciona toda vez que o carro para, a primeira marcha mecânica engata e fica pronta para movimentar o carro, dando ao motor uma conexão mais direta com as rodas de tração dianteira do que o CVT poderia oferecer. 

Dependendo do relevo em que o carro está sendo acelerado, a primeira marcha permanece engajada até cerca de 25 a 40 Km/h. Mesmo que a velocidade caia novamente, o controle do sistema de engate não volta a funcionar até que o carro pare completamente.

Com o carro sempre saindo com a primeira marcha mecânica engatada, o câmbio Direct Shift-CVT pode usar uma correia metálica com ângulo mais estreito, a Toyota reduziu este ângulo de 11 graus para 9 graus. Esta modificação, aparentemente pequena, aumenta a eficiência do câmbio em torno de 20%.

Outra vantagem neste novo sistema é que ele utiliza polias mais compactas, sendo que a engrenagem da primeira marcha mecânica contribui com a redução da maior parte da carga das duas polias e da correia metálica, melhorando a capacidade de resposta de mudanças de velocidades.

Esta transmissão usa bomba de palhetas altamente responsiva, que reduz o deslizamento entre a correia metálica e as duas polias, isso contribui com desempenho, mais velocidade e economia de combustível.

A apresentação do novo câmbio CVT equipado com a primeira marcha mecânica, que chegou com grandes mudanças, nos obriga a ficar atentos para orientar os proprietários dos veículos que utilizarem esse câmbio e também os reparadores devem buscar conhecimento sobre essa transmissão CVT, que traz com ela grandes desafios para quem estiver disposto a fazer manutenções ou uma simples troca de óleo.

Na parte referente às orientações para os proprietários, faço um apelo aqui a todos os reparadores sobre as trocas de óleo da transmissão, ainda hoje as pessoas insistem em acreditar que óleo de câmbio é vitalício, muito cuidado com isso, pois os reparadores devem saber passar aos clientes que há uma interpretação muito errada nesta palavra: óleo ‘longlife’.

Óleo ou fluido da transmissão tem que ser trocado, não existe um fluido vitalício, aí está o erro de interpretação, fluido longlife é fluido de vida longa, não vou me estender muito nesse assunto hoje, mas só para deixar mais uma informação aqui para vocês, os novos carros da Toyota já estão vindo com as recomendações de troca do fluido da transmissão no manual do carro. 

Consultando o manual do carro, é possível ter argumentos com apoio da fábrica para justificar a troca do fluido da transmissão, que é uma manutenção essencial para uma longa vida do câmbio e não do óleo (longlife). 

Alguns proprietários não entendem dessa forma, já que desconhecem tecnicamente como o sistema funciona, isso gerava uma certa rejeição deste sistema, ou carros equipados com transmissão CVT.

Agora com essa inovação da Toyota com o novo câmbio CVT, que utiliza a primeira marcha mecânica, tudo isso acabou, o carro ficou muito mais esperto nas saídas, cruzamentos e principalmente em rampas. Para quem for experimentar um carro equipado com esta transmissão, vai perceber como o carro sai forte, sem aquela sensação de que está patinando, literalmente o carro não fica ‘pensando’, ele arranca e vai embora. 

Com esse novo sistema, a transmissão CVT da Toyota contribui com a eficiência energética do carro, reduzindo o consumo de combustível, além da melhora do desempenho.

Ainda não temos ainda muitas informações sobre manutenção desse sistema por ser algo muito novo, mas voltaremos com mais matérias sobre este câmbio e outros nas próximas edições do jornal.

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