Parte 1
Por questão de custos, aqui no Brasil alguns modelos não são equipados com este sistema, mas nos Estados Unidos o Honda Sensing se tornou padrão e está disponível em todos os novos modelos.
Como cada montadora tem seus desenvolvimentos, o Honda Sensing é o sistema avançado de assistência ao motorista (ADAS) exclusivo da marca, que ajuda a melhorar a percepção em um perímetro de centenas de metros do carro para ajudar o motorista em determinadas circunstâncias e intervém para ajudar a evitar uma colisão.
O Honda SENSING é um sistema de assistência ao motorista que utiliza uma câmera de detecção dianteira instalada na parte interna do para-brisa, atrás do espelho retrovisor interno. (Fig.1)
Com o sistema ativado, o carro pode frear quando o carro logo à frente reduz a velocidade e também acelera quando o trânsito flui mais rápido, mas o que causa a maior sensação de desconfiança é quando o sistema que identifica os limites de faixas nas estradas está em atividade e permite ao carro fazer curvas sem o auxilio do motorista.
Vale deixar bem claro que este sistema não torna o novo Honda City um carro autônomo, pois mesmo com todos os avanços tecnológicos aplicados neste modelo, representa apenas o inicio do uso dos sistemas avançados de auxilio ao motorista.
O carro identifica quando o motorista retira as mãos do volante e o sistema Honda Sensing assume os controles de velocidade e direção, mas um alerta aparece no painel após alguns segundos com uma imagem de um volante com as duas mãos, solicitando que o motorista assuma o volante.
Caso o motorista não atenda à solicitação, a imagem de cor amarela muda para vermelha e dispara avisos sonoros para que o motorista assuma o controle da direção.
Por ter controle de cruzeiro adaptativo e fazer a leitura de faixas nas estradas, o Honda Sensing atinge tecnicamente a direção autônoma de nível 2, conforme definido pela SAE, sendo que a escala vai até 5 e enquanto isso, nós devemos nos preparar para confiar mais nos sistemas atuais e mais ainda quando chegar os carros mais avançados tecnologicamente. (Fig.7)
Nível 0 - Sem automação: este é o nível totalmente humano, no qual o motorista acelera, freia, dirige e negocia o tráfego sem assistência de qualquer dispositivo tecnológico.
Nível 1 - Assistência ao motorista: o motorista continua responsável por praticamente todas as funções de direção, mas pode recorrer à tecnologia como controle de cruzeiro adaptativo. Este sistema utiliza lasers ou radar para avaliar a proximidade do carro da frente. Em seguida, ajusta o acelerador para manter uma distância adequada ou pré-definida. No nível 1, um computador pode controlar a direção ou a aceleração / frenagem, mas não está programado para fazer as duas coisas ao mesmo tempo. Neste nível o motorista tem total responsabilidade de monitorar as situações da estrada e assumir todas as funções de direção se o sistema de assistência não puder fazê-lo por qualquer motivo.
Nível 2 - Automação parcial: um sistema de assistência é automatizado neste nível, mas algumas montadoras já estão produzindo e vendendo veículos de nível 2 que podem controlar a direção e a velocidade simultaneamente, sem interação do motorista por curtos períodos de tempo (menos de 1 minuto). O veículo é capaz de reagir a sistemas de alerta, pode dirigir e pode mudar o quão rápido ele está indo, mas o motorista ainda tem que estar dirigindo e prestando atenção na estrada.
Nível 3 - Automação condicional: nos veículos de nível 3, o motorista ainda é necessário, mas é capaz de transferir funções críticas de segurança para o veículo, dependendo do tráfego e de outras condições. O sistema gerencia a maior parte da condução e avalia o que está acontecendo no tráfego ao seu redor. O sistema sugere que o motorista intervenha quando encontrar um cenário em que ele não possa navegar e é quando o motorista assume o controle. O ponto chave na mudança da autonomia do nível 2 para a nível 3 é que o nível 3 espera que o usuário tenha que intervir apenas quando o carro não for capaz de lidar com uma situação e peça ao usuário para assumir o controle.
Nível 4 - Automação alta: passar dos níveis 3 para 4 é um salto significativo. Os veículos de nível 4 fazem tudo: eles executam todas as funções de direção críticas para a segurança e monitoram todas as condições da pista durante a viagem. No entanto o motorista ainda precisa estar ciente enquanto estiver viajando no veículo, pois o nível 4 não atende a todos os cenários de direção. Veículos de nível 4 podem gerenciar todas as tarefas de condução nas ruas e em seguida o motorista se torna um passageiro quando o veículo entrar em uma rodovia de múltiplas faixas.
Nível 5 - Automação total: no nível 5, o sistema é totalmente autônomo em todas as funções do veículo, tráfego, tomada de decisões ambientais e situações de emergência. O veículo pode operar em qualquer estrada e em qualquer condição que um motorista humano possa negociar.
A tecnologia aplicada nos veículos evolui constantemente e desde o ano 2006 o sistema de frenagem automática de emergência (AEB) está sendo utilizado em veículos de consumo em massa. Projeto desenvolvido para detectar possíveis colisões, foi o primeiro passo para a criação de um amplo conjunto de tecnologias de assistência e segurança ao motorista.
O sistema Honda Sensing teve sua estreia no Honda CRV em 2015, foi continuamente melhorado e hoje representa uma ponte tecnológica para a tecnologia de direção automatizada do futuro.
Atualmente o conjunto de tecnologias que compõe o Honda Sensing inclui Sistema de Frenagem Atenuante de Colisão (CMBS) com Aviso de Colisão Dianteira (FCW); Mitigação de Saída de Estrada (RDM) com Alerta de Saída de Faixa (LDW); Sistema de Assistência à Faixa de Rodagem (LKAS); e Adaptive Cruise Control (ACC) com Low-Speed Follow (LSF). Alguns modelos mais recentes da Honda também incluem Traffic Jam Assist (TJA), Traffic Sign Recognition (TSR) e um monitor de atenção do motorista. (Fig.8)
Sistema CMBS (Sistema de Frenagem Atenuante de Colisões)
Pode ajudar quando existe uma possibilidade do veículo colidir na traseira de um veículo à frente, um veículo no sentido contrário, um pedestre ou alguém andando de bicicleta (bicicleta em movimento). O CMBS é projetado para alertar quando uma colisão em potencial é determinada, bem como auxiliar na redução da velocidade do veículo, evitando colisões ou reduzindo a gravidade da colisão.
Sistema ACC (Controle de Velocidade de Cruzeiro Adaptável)
Ajuda a manter uma velocidade constante do veículo e uma distância definida do veículo detectado à frente, sem a necessidade de manter o pé no freio ou no acelerador.
Sistema LKAS (Sistema de Assistência de Permanência na Faixa de Tráfego)
Proporciona o esterçamento da direção, para ajudar a manter o veículo no meio da faixa de tráfego detectada e fornece alertas táteis, audíveis e visuais, se for detectado que o veículo está derivando para fora da faixa de tráfego.
Sistema RDM (Sistema de Atenuação de Saída de Faixa de Tráfego)
Alerta e auxilia quando o sistema detecta uma possibilidade do veículo cruzar inadvertidamente sobre as faixas de rodagem detectadas e/ou sair completamente da faixa de tráfego.
Inicialmente o sistema Honda Sensing utilizou tecnologia de fusão de sensores, usando as capacidades de detecção combinadas de um radar de ondas curtas montado atrás da grade e uma câmera monocular montada na parte superior do para-brisa para ajudar a manter a posição do veículo no trânsito e evitar ou atenuar a gravidade de uma colisão.
A Honda apresentou uma nova versão do Honda Sensing que usa um novo sistema de câmera única com um processador mais rápido. A câmera única fornece um campo de detecção mais amplo do que o sistema anterior baseado em radar e câmera. Combinado com avanços de software e um processador novo e mais poderoso, o sistema também é capaz de identificar com mais rapidez e precisão pedestres, ciclistas e outros veículos, juntamente com linhas e sinais de trânsito. As funções existentes também foram aprimoradas, como frenagem e aceleração mais naturais ao usar o Adaptive Cruise Control (ACC) e rastreamento mais suave ao usar o Lane Keeping Assist System (LKAS).
Embora em muitos casos o CMBS pare o carro, não se destina a aplicar força de frenagem suficiente para evitar todas as colisões. Com base nas condições, o sistema também pode não executar todos os estágios de alerta visual e sonoro e, em vez disso, pode acionar automaticamente os freios se o sistema considerar necessário.
É importante observar que, como acontece com qualquer recurso do ADAS, o Honda Sensing não se destina a substituir a avaliação do motorista sobre as condições de tráfego e o controle do veículo. O condutor deve intervir em determinadas situações e estar sempre atento ao utilizar o sistema. Além disso, os motoristas têm a opção de desativar algumas ou todas as funções.
Continua na próxima edição!