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Eletromobilidade está presente em muitos tipos de veículos, até nos caminhões e ônibus

A mudança para a eletromobilidade tornará o transporte de carga e de pessoas mais silencioso, mais limpo e mais sustentável. O ciclo de condução tem características de ambientes urbanos com autonomia de 300 km

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Por Antonio Gaspar de Oliveira


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Elementos como a capacidade de carga, tempo de operação, associados às leis ambientais: temos a combinação adequada para a aplicação de veículos elétricos em percursos nas cidades que sofrem com a concentração de poluentes. 

O desafio é ter energia suficiente para completar o ciclo operacional diário que em média, um caminhão percorre: cerca de 200 km quando está realizando entregas em vários pontos na cidade. 

A capacidade de energia armazenadas nas baterias é planejada para atender ao peso da carga útil e a distância entre o ponto de coleta e o ponto de entrega. A informação do peso da carga é importante, pois quanto mais pesado estiver o caminhão, maior será o consumo de energia que está armazenada nas baterias. 

Com o surgimento de novas fontes geradoras de energia limpa e com menor custo como a eólica, eliminam-se os comentários negativos sobre os veículos elétricos que utilizam energia oriunda da queima de carvão. 

O que torna um veículo elétrico mais caro são as baterias e com o desenvolvimento de novas tecnologias, a tendência é a redução do valor e em breve atingirá a paridade de custo de um veículo movido com combustível fóssil. 

Regulamentações ambientais também estão contribuindo para a acelerarão da transição para veículos elétricos, e um exemplo está na cidade de São Paulo com a publicação da Lei Nº 16.802, de 17 de janeiro de 2018: 

Dá nova redação ao art. 50 da Lei nº 14.933/2009, que dispõe sobre o uso de fontes motrizes de energia menos poluentes e menos geradoras de gases do efeito estufa na frota de transporte coletivo urbano do Município de São Paulo, e dá outras providências: 

III - Os lotes de veículos substitutos de cada operadora devem ser compostos, obrigatoriamente, por unidades novas, dotadas de propulsores e/ou combustíveis de menor impacto poluidor do que os veículos convencionais substituídos, de modo a garantir reduções na emissão de poluentes. Num prazo de, no máximo 10 (dez) anos, a partir do início de vigência desta lei, deverá haver uma redução mínima de 50% (cinquenta por cento) e, num prazo máximo de 20 (vinte) anos, uma redução de 100% (cem por cento) das emissões totais de dióxido de carbono CO2 de origem fóssil, relativamente às emissões totais das frotas, no ano de 2016, para os veículos de cada um dos respectivos sistemas, conforme tabela abaixo: 

IV - Num prazo máximo de 10 (dez) anos, também contados do início de vigência desta Lei, deverá haver uma redução mínima de 90% (noventa por cento) de material particulado (MP) e de 80% (oitenta por cento) de óxidos de nitrogênio (NOx) em relação ao total de emissões totais das frotas, no ano de 2016, para os veículos de cada um dos respectivos sistemas para, num prazo máximo de 20 (vinte) anos, ocorrer uma redução mínima de 95% (noventa e cinco por cento) tanto de material particulado como de óxidos de nitrogênio (NOx), conforme tabela abaixo: 

Com regulamentações mais severas de muitos países, as montadoras estão sendo pressionadas para eliminar o uso de motores diesel. Por outro lado, temos a sinalização de grandes fabricantes de veículos sobre investimentos e lançamentos de veículos elétricos que já indicam uma mudança no cenário automotivo mundial.   

O panorama aponta que mais de 30% de todos os carros serão elétricos e mais de 50% de todos os novos carros vendidos poderão ser elétricos até 2030. A eletrificação de caminhões comerciais também está sendo explorada como indica a maioria dos fabricantes da linha pesada. 

A redução de emissões de gases poluentes é o que está promovendo a evolução do setor automotivo e permitindo que a eletrificação ajude a reduzir o dano ambiental, principalmente pelo setor de transporte.  

Apenas para se ter uma ideia, uma usina eólica de quatro megawatts produz energia suficiente para movimentar 200 caminhões elétricos de médio porte, que significa evitar o lançamento de 10 mil toneladas de CO² na atmosfera por ano. 

A tecnologia proporciona mudanças nos caminhões e também na forma de promover o produto e atender às necessidades dos clientes, porque as referências de tamanho do motor ou potência são diferentes com os caminhões elétricos.  

Ouvir o cliente e entender o negócio onde ele atua passa a ser fundamental para indicar a solução ideal de transporte, considerando o volume, o peso, o trajeto e horário pois, com estas informações, o caminhão e o dimensionamento das baterias serão os mais acertados. 

A primeira pergunta do motorista de um caminhão elétrico é sobre a autonomia e depois onde poderá fazer a recarga das baterias. Tudo isso é levado em consideração para satisfazer o cliente frotista e o cliente que precisa da carga que está sendo transportada. 

  

Para o motorista é uma experiência nova em todos os sentidos, pois dirigir um caminhão que não tem barulho do motor, não tem vibração e que tem potência constante torna a viagem muito mais prazerosa. 

O nível de aproveitamento de energia de um caminhão elétrico é muito elevado quando comparado com outro caminhão do mesmo porte movido por um motor diesel, chegando a ser de 3 a 5 vezes mais eficiente e isso vai refletir positivamente na redução de custo nas operações de transporte. 

Enquanto dormimos, o setor de transporte está em plena atividade levando alimento para os supermercados, suprimentos para as indústrias e até a coleta do lixo está sendo realizada na calada da noite. Falando nisso, ninguém gosta de ser acordado com o barulho do motor acelerado do caminhão de lixo passando pela rua. 

Com o caminhão elétrico da Volvo, isso não é problema, a coleta do lixo é feita de forma silenciosa sem perturbar o sono das pessoas, sem poluição sonora e sem poluição da atmosfera. 

É um mercado novo para as montadoras explorarem e o setor de transporte está pronto para absorver inovações que trazem benefícios econômicos e ambientais. 

Até chegar aos caminhões elétricos, a Volvo percorreu um longo caminho desde 2010 com o desenvolvimento de ônibus elétricos e neste período vendeu mais de 4 mil unidades. Apenas fabricar o veículo elétrico não resolve, é preciso que haja uma cooperação junto aos fornecedores de energia, o setor de transporte e as cidades, através de planejamento urbano, precisam oferecer melhor qualidade de vida para seus habitantes.  

Para o projeto de um caminhão elétrico, a disposição das baterias é feita para distribuir o peso de forma equilibrada para contribuir na melhor dirigibilidade. 

O motor elétrico também fica em uma posição adequada para ajudar no funcionamento e distribuição do peso.

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