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Composição e funcionamento do sistema de pós-tratamento de gases de veículos Diesel - Parte 3

A necessidade de diminuir as emissões de Nox (Óxido de Nitrogênio) e material particulado diesel na atmosfera aumenta a cada nova norma regulamentadora e o conhecimento deste sistema vai ajudar os reparadores

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Por André Miura


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Análises e testes das unidades e periféricos - É muito importante manter o sistema de pós-tratamento SCR em pleno funcionamento. Durante os diagnósticos, é mais vantajoso para o reparador isolar possibilidades de falha e analisar cada componente do sistema de maneira unitária, fazendo testes nos elementos das bombas e do sistema em bancada. Confira agora como isso é possível! 

A evolução dos sistemas de pós-tratamento trouxe consigo o aumento de componentes, o que sempre ocasiona mais manutenções e troca de peças. Como sabemos, o diferencial do SCR é o uso de um reagente químico conhecido como ARLA 32, que é injetado de maneira controlada nos gases de escape e que precisa ser reabastecido com certa frequência. Além disso, outra característica que desagrada os condutores, é que se as unidades eletrônicas captarem sinais que indicam que a queima de combustível não está sendo tratada, o veículo entra em fator de emergência e perde potência. Esses fatores levaram muitos proprietários de caminhões a tomar medidas para desabilitar o sistema.

Porém, desabilitar o sistema SCR caracteriza um crime ambiental, e as fiscalizações constantes e multas altíssimas estão levando muitos condutores a sair da irregularidade e a reabilitarem o sistema para perfeito funcionamento. Por isso existe a necessidade de conhecer o funcionamento do SCR e saber os principais testes que podem ser feitos para garantir a segurança do seu cliente e do meio ambiente! Precisamos trabalhar para manter o sistema em bom funcionamento!

Como mencionado, a principal função do sistema SCR é tornar o ambiente catalisador apropriado para uma correta reação química entre os gases do escape e um reagente chamado ARLA  32. Esse reagente recebe esse nome por se tratar de um composto de 32,5% de ureia e o restante de água desmineralizada. O sistema visa monitorar constantemente as condições de reação (como temperaturas e pressões) e a dosagem do reagente. Esses monitoramentos e comandos necessitam de elementos eletrônicos diversos. Vamos conhecer alguns.

Elementos que devem ser analisados

Visto que o regente ARLA 32 é parte fundamental no trabalho do sistema SCR, pois visa a reagir com os gases e tratá-los, grande parte dos testes importantes a serem feitos estão justamente nos componentes periféricos envolvidos com a injeção desse importante reagente dentro do catalisador. 

Para efetuarmos tais testes, algo que pode tornar a análise mais fácil e preciso é conseguir separar os periféricos de pós-tratamento do veículo como um todo, para que não corramos o risco de gastarmos energia e tempo desnecessários em análises de defeitos que estão em elementos mecânicos do veículo alheios ao sistema de pós-tratamento em si. 

É importante também conseguir simular o controle e monitoramento eletrônico do sistema que é feito por um módulo eletrônico. Esse monitoramento pode ser feito por um dos circuitos internos ao módulo do motor, ou por uma ECU específica apenas para o sistema de pós-tratamento (mais utilizado nas aplicações nacionais). 

Equipamentos específicos para análise dos elementos das bombas podem ser usados em bancada para diagnosticar de maneira unitária falhas em elementos internos. Por exemplo, podemos realizar testes de dosagem das bombas e analisar como os elementos internos se comportam durante a execução dos testes, assim, separamos não apenas a “bomba” como causa da falta de eficiência catalítica do sistema, mas conseguimos saber a real causa do problema dentro da bomba. 

Conexões necessárias

Para as análises internas, precisamos submeter a bomba ao seu regime de trabalho real, portanto, realizamos as conexões de entradas hidráulicas e pneumáticas, com auxílio dos cabos e mangueiras. Cada sistema terá suas entradas específicas de ARLA, ar comprimido, saída filtrada de reagente etc. Confira alguns exemplos do sistema EMITEC e Denoxtronic. 

A título de exemplo, vamos acompanhar alguns testes feitos em bancada com equipamento específico para análise e vejamos os resultados unitários de alguns testes. É possível realizar testes de dosagem via conector do componente, testes individuais dos componentes internos e autoteste dos componentes internos como um todo em sequência. 

As leituras que podemos fazer variam entre resultados de teste com valores de leitura em alguns elementos (como pressões de dosagem e retorno do sistema) e resultado baseado em funcionamento ou não funcionamento de cada elemento, indicando em caso de reprovação do funcionamento, qual componente interno da bomba deve ser substituído.

Concluímos, portanto, as rotinas de trabalho básicas do sistema e alguns dos testes principais que podem ser realizados em bancada com equipamentos especiais desenvolvidos para o sistema SCR. Visto que os gases resultantes da combustão de todos os motores automotivos são altamente nocivos, precisamos fazer o que pudermos para que os sistemas de tratamento de gases resultantes da combustão de motores estejam funcionando com eficiência total, pois isso ajuda no futuro da nossa própria família! Portanto, é responsabilidade de todos: montadoras, reparadores, proprietários de veículos, cuidar juntos desta causa, pois assim estaremos cuidando da nossa própria existência!  

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