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Câmbios automatizados de embreagem simples, aspectos do funcionamento e manutenção

Trataremos neste artigo sobre os sistemas de transmissão equipados com o conjunto de embreagem – platô, disco e rolamento - mais comuns atualmente, o sistema Dualogic da Fiat e o sistema I-Motion da Volkswagen

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Por Carlos Napoletano Neto


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Os câmbios automatizados tem se firmado no Brasil como uma opção a mais no concorrido mercado de veículos automáticos, sendo confundidos muitas vezes com os automáticos reais em virtude de sua operação, manuseio da alavanca e comportamento serem idênticos entre si, do ponto de vista do motorista. Embora as montadoras atualmente estejam diminuindo a produção destes veículos, ainda existe uma grande quantidade deles rodando pelo Brasil, o que garante muitos anos de serviço aos técnicos reparadores deste tipo de equipamento.

O sistema opera com os seguintes componentes: 

Sistema de potência – que são os componentes destinados a gerar e armazenar a pressão hidráulica responsável por atuar o sistema. 

Sistema de gerenciamento eletrônico – composto de sensores, chicote elétrico, módulo de comando e módulo da alavanca, e atuadores que executam o trabalho de acionamento da embreagem, seleção e engate das marchas. 
Sistema hidráulico – responsável por atuar as válvulas hidraúlicas e distribuir a pressão às diversas regiões do sistema. 

Devido ao fato dos veículos equipados com câmbio automatizado de embreagem simples possuirem na realidade uma transmissão mecânica, apesar de serem gerenciadas eletro-hidraulicamente ou eletromecanicamente, o funcionamento dos automatizados requer alguns cuidados que são considerados normais na operação de câmbios manuais. Relacionamos alguns:As falhas mais comuns de uma transmissão automatizada de embreagem simples estão no sistema hidráulico, devido a vazamentos, fluido deteriorado (água e impurezas), desgaste dos cilindros atuadores.

Quando se para o veículo em uma subida, deve-se sempre aplicar o pedal de freio, evitando assim que a embreagem fique trabalhando todo o tempo, o que ocasiona desgaste acentuado da mesma.

A manutenção do sistema robotizado, presente nestas transmissões, deve ser feito com frequência, pelo menos a cada 50.000 quilômetros, com a troca do fluido do sistema. O motivo da troca é que o fluido, sendo higroscópico, absorve umidade do ar e esta umidade deteriora as eletroválvulas, pistões e cilindros hidráulicos do sistema, encurtando sua vida útil.

Como a embreagem destas transmissões são idênticas em funcionamento às embreagens convencionais de veículos com câmbio mecânico, elas se desgastam e quando substituídas, devem ser trocadas por peças idênticas às originais, pois são confeccionadas com materiais diferentes e mais reforçados. Nunca se deve substituir uma embreagem de câmbio automatizado por outra de câmbio manual convencional, pois embora funcionem num primeiro momento, sua durabilidade e suavidade de operação ficam comprometidas.

O fluido utilizado no sistema robotizado destas transmissões deve ser o recomendado pelo fabricante do equipamento, pois a adição de fluido diferente do especificado acarretará danos  ao sistema, comprometendo eletroválvulas, alojamento dos pistões, acumulador de pressão e cilindros atuadores, inutilizando permanentemente seus componentes.

Conforme mencionado anteriormente neste artigo, as falhas mais comuns são encontradas no sistema hidráulico (desgaste da unidade hidráulica, contaminação das eletroválvulas por fluido deteriorado, vazamento devido a estes desgastes) e portanto, a Magnetti Marelli, fabricante do sistema, recomenda que NUNCA se deve tentar reparar o sistema substituindo-se somente o kit de vedações, pois na maioria das vezes o problema não está nas vedações e sim no desgaste nos alojamentos dos pistões, desgaste dos próprios pistões, pontas das eletroválvulas e carcaça da bomba elétrica. 

De fato, cerca de 70% a 80% dos reparos efetuados nestes conjuntos hidráulicos, trocando-se somente as vedações, voltam a dar defeito a curto prazo, sendo necessário substituir a inteira unidade hidráulica para sanar definitivamente o problema de vazamento e perda de pressão hidráulica.

Lembre-se que, em se tratando de sistemas hidráulicos, a melhor política de reparo é a substituição do sistema em caso de vazamentos e a prevenção de problemas trocando-se o fluido a cada 50.000 quilometros no máximo.

Esperamos com este artigo ter auxiliado de alguma maneira os técnicos reparadores a fim de que possam executar um serviço de qualidade, orientando seus clientes a manter preventivamente estes sistemas.

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