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Scania apresenta o motor de 13 litros e anuncia o fim da produção de motores a combustão

Conhecemos o mais recente lançamento de motor diesel da Scania e provavelmente será o último modelo a ser fabricado, dando lugar aos novos motores elétricos, que irão equipar os futuros caminhões da marca.

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Por Antônio Gaspar de Oliveira


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No congresso SAE Brasil realizado no mês novembro de 2022 em São Paulo, a Scania, que pertence ao grupo Volkswagen e que integra o grupo TRATON, apresentou o novo motor de caminhão pesado de 13 litros.

O novo motor, denominado como Scania Super, tem o código DC13 173 L01 de 560 cavalos com 2.800 Nm de torque, que inicia com apenas 900 rpm até 1.400, atendendo aos níveis de emissões Euro 6 (PROCONVE P8).  O motor de combustão interna diesel continuará a ser o meio mais difundido para equipar veículos pesados ​​por muitos anos, portanto, criar uma versão mais limpa e eficiente é a melhor maneira de reduzir as emissões.

A denominação Scania Super remete às gerações antigas dos modelos de caminhões como o Sacia 110 Super, famoso jacaré com a sua cor característica.

Com comando de válvulas duplo no cabeçote único com 4 válvulas por cilindro, o motor foi equipado com um sistema de freio motor que também atua na descida do pistão de cada cilindro, gerando uma atuação causada pelo vácuo e não pela compressão dos gases de escape.

O controle preciso das válvulas a partir dos comandos de válvulas duplos no cabeçote também é essencial para o avançado sistema Scania Twin-SCR com dosagem dupla de ureia, que ao injetar uma primeira dose na posição de acoplamento fechado no turbocompressor, no qual os gases de escape ainda permanecem quentes, eleva a eficiência total do sistema de pós-tratamento. 

A segunda dose é injetada dentro do sistema de pós-tratamento, reduzindo ainda mais o nível de NOx.  

O filtro de partículas fica instalado entre os dois catalisadores SCR, que é regenerado sem pós-injeção de combustível extra no sistema de escapamento.  

Dependendo do tipo de uso, esses motores podem atingir um nível de eficiência térmica acima de 50%, tornando evidente a elevada eficiência deste novo motor. 

A maior eficiência dos motores de combustão interna da Scania garante que eles estejam em conformidade com as legislações de emissões no Brasil e demais países. 

Para atingir a eficiência elevada, foram desenvolvidos novos injetores e uma bomba de combustível de alta pressão, que combinados com novos materiais de maior resistência garantem uma vida útil ampliada para 30% em comparação com a geração anterior.

A capacidade volumétrica é de 12,74 litros (13 litros) e a taxa de compressão é de 23:1, utilizando coletores de admissão e de escape dimensionados para permitir o maior fluxo e com maior velocidade. 

Um detalhe, que poderia passar despercebido pela maioria das pessoas, está na posição de montagem da turbina. Observando as aletas da turbina, fica evidente o sentido de rotação que é no sentido horário, diferente do modelo de motor anterior.

Com esta mudança aplicada na turbina, foi possível otimizar a velocidade do fluxo de gases do escapamento que passam e acionam a turbina, gerando maior eficiência do motor e economia de combustível, sendo que a pressão de pico de injeção de combustível dentro dos cilindros em seu curso de combustão é de 250 bar.

Essa alta pressão de pico do cilindro pode significar uma combustão eficiente, mas também produz altos níveis de NOx. Isso é resolvido pelo sistema SCR de dosagem dupla da Scania.

O óleo lubrificante utilizado neste motor é de longa duração e de baixa viscosidade, mas com componentes que elevam a qualidade e garantem a proteção dos elementos móveis do motor.  

Para melhorar a eficiência do motor, foi instalada uma bomba de óleo lubrificante com controle sob demanda que permite a redução ou aumento da pressão de óleo conforme o regime de funcionamento, isso reduz as perdas parasitas e eleva a potência do motor, além de economizar combustível e reduzir as emissões de gases poluentes.

Parece contraditório diante de tanta tecnologia aplicada no desenvolvimento do motor DC 13, mas a Scania encerrará a produção dos motores de combustão até 2040.  

Até chegar nesta data, os motores em uso devem atender fielmente aos padrões de emissões locais e globais, por isso que este motor é denominado como motor global, o que justifica os avanços aplicados no seu desenvolvimento. 

A proposta do Grupo Scania é de encerrar a fabricação de motores de combustão e lançar apenas veículos elétricos a bateria. Todo processo será realizado de forma gradual, pois será uma mudança profunda nas estruturas da empresa, principalmente na infraestrutura de carregamento dos caminhões elétricos. 

A Scania é a única fabricante de camiões que determinou uma data para finalizar a produção de motores a combustão, mesmo sabendo dos desafios de estruturar internamente as suas instalações e promover a instalação e ampliação da malha rodoviária com pontos de recargas adequados aos caminhões elétricos e também com o tipo de carga que está sendo transportada como exemplo, o transporte de produtos congelados, que consome mais energia do que o transporte de carga seca.  

A TRATON SE é uma das principais fabricantes mundiais de veículos comerciais com suas marcas Scania, MAN, Volkswagen Truck & Bus, Navistar e RIO. O portfólio inclui veículos comerciais leves, caminhões e ônibus. A ambição do grupo é reinventar o transporte com os seus produtos, os seus serviços e com a nova geração de trem de força eletrificado.

 

A TRATON, juntamente com a Daimler Truck e a Volvo, quer iniciar o desenvolvimento de uma rede de carregamento de alto desempenho para caminhões pesados ​​e ônibus na Europa com 1.700 pontos de carregamento. 

Dentro de cinco anos, os pontos de carregamento de alta potência serão instalados e operados perto de rodovias e centros logísticos na Europa. 

Para a TRATON a eletrificação do transporte de cargas é a solução mais ecológica, rápida e acessível, mesmo para transporte de longa distância, embora o hidrogênio possa ser uma adição útil, a TRATON continua a priorizar soluções puramente elétricas a bateria, mas não descarta completamente o hidrogênio como outra forma alternativa de propulsão. 

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