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Micro-Ônibus VW 9-150 com motor MWM 4.12 apresentou falha nos chicotes elétricos

Diversos modelos de micro-ônibus estão apresentando defeitos nos chicotes. O defeito começa com algumas luzes no painel acendendo e culmina com a perda total do sistema de injeção. Entenda o que está acontecendo

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Por Fernando Naccari e Paulo Handa


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Nesta edição do Caderno Diesel, visitamos o reparador e proprietário Luciano Firmino da oficina Serviteste Bombas Injetoras, oficina credenciada Bosch Truck Service e MWM, além de posto autorizado Garrett Turbinas e Borg Turbos. A empresa fundada em 1986 é uma referência em manutenção de veículos movidos a diesel na Zona Leste de São Paulo. Participou também desta reportagem Daniel Claudino, que atua como eletricista da Servi Teste há mais de 10 anos.

O veículo analisado foi  o Micro-ônibus VW 9-150 com motor MWM 4.12 modelo 2006, que apresentava falhas em diversos sensores, como por exemplo, o sensor do pedal, de velocidade, nível de combustível, de fase, nível e temperatura da água e etc., além de queda de pressão de combustível.

 Sobre este inconveniente, Daniel explicou: “A falha em diversos sensores indica problemas eletrônicos. Antes de realizar a troca de sensores foi verificado o chicote do modulo (Foto 1), sendo que o mesmo não apresentava boas condições, pois estava com fios rompidos e alguns até fundidos (Fotos 2) com outros devido a curto-circuito decorrentes. Neste caso, para solucionar a falha é necessária a troca imediata do chicote, não havendo possibilidade de recuperá-lo”.

Foto 1

Daniel ainda explicou: “Este tipo de problema é constante em diversos modelos de Micro-ônibus. No VW 9-150 a Volkswagen fornece somente o chassi à montadora, que neste caso é a Neobus, e esta apenas realiza a montagem da carroceria. Durante o processo, a instalação do chicote é feita de maneira que os fios ficam soltos (Foto 3) dentro do compartimento do motor causando assim muita vibração que, com o passar do tempo, acaba gerando rompimento dos fios e geram as falhas”.

Foto 2 e Foto 3

 Como vemos (Foto 4), alguns fios chegam até a ficar com a marca da capa de proteção devido à vibração dentro da carroceria. 

Outro fator que colabora para o processo de deterioração é que estes conduítes (capas de proteção) possuem uma abertura (Foto 5A) que facilitam a entrada de impurezas. A vibração natural do motor mais o pó (Foto 5B) dentro dos conduítes gera uma espécie de lixa dentro do chicote, fazendo com que os fios se rompam mais rapidamente. Este tipo de problema poderia ser evitado se no momento da instalação da carroceria fosse colocada uma fita na parte aberta da capa, vedando o chicote e evitando assim a entrada do pó.

Foto 4 e Foto 5A

“Temos uma grande fre-quência destes micro-ônibus com problemas no chicote. Normalmente, a durabilidade deste sistema não chega a passar dos 100.00km, muito diferente do que é encontrado em um caminhão original de fábrica onde é muito raro qualquer intervenção do tipo, pois o mesmo não danifica”, afirmou Daniel.

Leandro ainda acrescentou: “No caso deste VW 9-150 o chicote até que durou bastante, chegando a seus 450.000 km. Porém, os indícios de fios rompidos ou em curto são bem claros, pois as luzes do painel ficam acesas indicando vários problemas no sistema de injeção eletrônica. Há também perda de potência e do sinal do acelerador”.

Ainda há outro problema que, em alguns casos, o curto circuito causado pelo rompimento dos fios pode afetar os componentes internos da ECU. Quando isso ocorre é necessário realizar a troca do módulo, não sendo possível realizar nenhum tipo de manutenção.

Na foto 6 um exemplo de dano causado pelo curto circuito de fios rompidos que inutilizou um componente interno da ECU.

Foto 5B e Foto 6

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