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Bomba de vácuo quebrada no motor 2.5 diesel da Hyundai HR provoca vazamento de óleo

Qualquer motorista que estiver dirigindo um veículo não espera que o freio deixe de funcionar, mas neste caso da HR 2.5 o pedal do freio ficou difícil de acionar por falta de vácuo no servofreio

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Por Antônio Gaspar de Oliveira


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Saindo com o carro bem cedo para o dia render e fazer todas as entregas, era o que estava previsto, mas depois de rodar 100 km, surgiram os primeiros sintomas com o pedal de freio mais duro para acionar e a dificuldade para parar o carro.

Outra situação que chamou a atenção foi a quantidade de óleo lubrificante escorrendo pela lateral traseira do motor. Mesmo para quem já é experiente na reparação de veículos diesel, não vai deduzir e acertar de primeira qual seria a causa do vazamento de óleo e que teria alguma relação com o problema de freio. 

O motorista foi muito prudente e não seguiu viagem, ligou para a oficina, explicou o que estava acontecendo e a recomendação foi para chamar um guincho plataforma para trazer o carro de volta.

Vale fazer uma observação, nesta situação é comum o motorista insistir na viagem e acaba por comprometer o motor inteiro, causando um prejuízo muito grande em relação ao problema que inicialmente era pequeno. Muitas vezes tenta seguir viagem na tentativa de economizar o valor do guincho e acaba gerando mais prejuízo ao danificar mais componentes do carro.

Com o carro na oficina, foram iniciados os procedimentos de diagnóstico para identificar a possível causa do vazamento de óleo e o problema do freio.

Digamos que o engenheiro que projetou o Hyundai HR certamente não é mecânico, pois o local para qualquer manutenção no motor não ajuda muito.

Afastando o banco na cabine e removendo a tampa que dá acesso ao motor, também não ajudou muito porque o vazamento estava na parte traseira do motor.

Com muito esforço e levantando a carroceria um pouco, foi possível remover uma cobertura de chapa que cobre a parte traseira do motor e com isso deu para visualizar o caminho do óleo escorrido.

O óleo estava saindo na direção da bomba de vácuo e para saber o que estava provocando o vazamento, foi feita a remoção da bomba e assim que foi retirada, caiu um pedaço de ferro no chão, revelando a quebra da parte que encaixa no comando de válvulas. 

Esta parte que quebrou fez a bomba perder o engate com o comando de válvulas e não tinha como gerar vácuo no servofreio, por isso que o pedal ficou duro de acionar.

O vazamento de óleo foi provocado pelo rompimento do anel de vedação e o óleo que circula e lubrifica a bomba e o comando de válvulas vazou e se o motorista insistisse na viagem, poderia causar um acidente por falta de freio e ainda poderia travar o motor por falta de lubrificação.

Neste caso o frete do guincho plataforma foi barato em relação ao prejuízo que poderia ter acontecido se o motorista seguisse viagem.

Por precaução foram removidos os dois comandos de válvulas e a corrente de sincronismo para avaliar se tinha alguma avaria causada pela quebra do encaixe da bomba de vácuo no comando de válvulas.

Como o cabeçote estava parcialmente desmontado e com a aprovação do cliente, foi feita a limpeza dos comandos de válvulas que não foram afetados, os tuchos e balancins também passaram por boa limpeza e ficaram como novos.

Com a montagem dos comandos e os tuchos, foram instaladas as peças novas, engrenagens, correntes, suporte e apoio da corrente, tensionador e claro, a nova bomba de vácuo. 

Este motor da Hyundai HR tem o código D4CB e ele possui três correntes, mas a que foi removida foi a corrente C que aciona os comandos de válvulas e um destes comandos aciona a bomba de vácuo.

As correntes A e B não foram removidas, mas nas imagens é possível identificar cada uma delas e caso alguém queira fazer a manutenção ou substituição de todas as correntes, vai ter um pouco mais de trabalho.

Dependendo do tipo de serviço, é melhor remover o motor e com ele na bancada, o serviço será mais rápido e bem feito.

Não são apenas as correntes que são diferentes, mas também o cabeçote que tem várias partes que podem ser vistas na vista explodida do motor. Neste trabalho de substituição da bomba de vácuo, foram removidas apenas duas partes do cabeçote, a tampa e a segunda parte onde ficam os comandos de válvulas. A outra parte onde ficam os tuchos e balancins não foi removida.

Tomando todos os cuidados na hora de montar os comandos e a corrente, observando o ponto de sincronismo, o motor vai funcionar corretamente e proporcionar muitas viagens seguras para o proprietário, garantindo bons fretes para poder pagar a conta na oficina.

Pode até parecer que bastaria trocar a bomba de vácuo, mas para quem quer ter um carro que é usado para trabalhar e ter as viagens mais seguras, é melhor ter atitudes preventivas que garantem a certeza de ir e voltar com o carro com a manutenção em dia.

O Hyundai HR foi feito para trabalhar e não é por acaso que ele é um sucesso de vendas no mercado de transporte de cargas pequenas, além de agradar seus proprietários pelo bom desempenho.

Apenas para se ter uma ideia, já são 90 mil unidades produzidas deste utilitário, desde o início das operações da fábrica da montadora em Anápolis (GO) em 2007, mas está sendo comercializado desde 2005 na versão importada e considerando desde o inicio incluindo os nacionais e os importados, já foram vendidas cerca de 110 mil unidades. 

Este veículo comercial é de porte pequeno, mas tem uma grande vantagem, ele não necessita que o motorista tenha habilitação específica para caminhões, bastando ter uma CNH de categoria B, que já pode dirigir o pequeno caminhão.

Com capacidade de carga de 1.800 kg, passou a ser o caminhão leve mais vendido do Brasil nos últimos anos.

Equipado com motor 2.5 diesel (D4CB), de 4 cilindros em linha, cabeçote de alumínio com dois comandos e 16 válvulas, atinge uma potência de 130cv e um torque de 26kgfm. A taxa de compressão deste motor é de 16,4:1 e utiliza injeção direta Delphi. 

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