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Dafra Cityclass 200i: aquela opção que você estava procurando para fugir do trânsito

Scooter já foi chamado de moto de velho. Hoje, virou um alternativa barata para fugir do trânsito e passar mais tempo com a família. Tem R$ 10.000 guardados, então aí vai uma possibilidade para você estudar

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Por Lucas Paschoalin


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Scooter tem tanque que suporta apenas 6 litros de gasolina, sendo 1,2 litro de reserva
Que o nosso país compactua alguns dos piores trânsitos do mundo, já era de se imaginar. Segundo dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), são 49.822,709 milhões de veículos emplacados e “parados” entre três das dez cidades mais congestionadas do planeta. A pesquisa feita em 2015 pela empresa TomTom aponta que os cariocas dominam o quarto posto internacional do levantamento, passando 165 horas do seus dias estagnados. Salvador, BA, e Recife, PE, são os 7º e 8º colocados, respectivamente, enquanto a capital mexicana ocupa o topo da lista universal. Segundo o mesmo estudo, São Paulo despencou da 7ª colocação para 58ª posição - gostaríamos de saber para aonde este trânsito todo foi que não sabemos.

Piadinha à parte, todo este reboliço é apenas para te lembrar que uma boa maneira de fugir do trânsito chama-se: motocicleta. Além de quebrar aquele galho com econômicos motores, a praticidade e a agilidade das motos ajudam a diminuir o tempo parado nas estradas, avenidas e ruas. Uma das opções mais procuradas nos últimos anos são os scooters, motonetas derivadas das históricas Vespas, que segundo o órgão de pesquisa Fenabrave, foi a única categoria do motociclista que não obteve queda nas vendas. Já pensou em ter uma?

São 13,86 cv de potência e 1,41 kgfm de torque
Única fabricante Brasileira, a Dafra Motos do Brasil é uma das marcas que mais traz opções para nós. Entre elas, o “pequeno” Cityclass 200i, produto de origem chinesa focado justamente para a rotina diária. Com motor de um cilindro arrefecido por ar e comando simples de válvula, OHC, o produto com transmissão automática CVT reproduz 13,86 cv a 7.500 rpm e 1,41 kgf.m de torque a 6.000. As arrancadas agradam, como na maioria dos scooters, que respondem bem rápidos aos comandos do punho de acelerador. No entanto, cedo também percebemos que a vibração é incômoda e que os ruídos também estão presentes. Entre as 4.000 e 5.000 rotações por minuto, está o mais crítico, aparentando um giro muito mais alto em relação ao que realmente está. São exatas 199,1 cc, 65 mm de diâmetro e 60 mm de curso. Segundo o que se encontra em fóruns da internet, de proprietários do Dafra, o consumo não é exatamente o esperado para um scooter de entrada, com média de 26 km/l e topo de 30 km/l. Há também alguns relatos de que o scooter apaga facilmente. Com a edição testada, em roteiro urbano e rodovias, não tivemos este problema. Muito pelo contrário, a marcha lente estava muito bem regulada e nem alterações contínuas de rotações o motor apresentou. A taxa de compressão da Cityclass é de 9,7:1.

Diferentemente de outras scooters mais novas no mercado, a Dafra CityClass não tem lanternas e faróis de LED
Diferentemente de outras scooters mais novas no mercado, a Dafra CityClass não tem lanternas e faróis de LED
A partida elétrica faz o scooter pegar rápido e sem aquelas rateadas que alguns concorrentes apresentem depois de um tempo. As lâmpadas de farol e pisca possuem 35 W, enquanto as de lanterna e luz de freio, 5W e 21W, respectivamente. As de pisca receberam algumas críticas nas primeiras unidades, questionadas em relação a suas vidas úteis. 

O Cityclass 200i briga em uma categoria de “Leões”. Os fortes concorrentes são de origem japonesa, o Honda PCX 150 e o Yamaha NMAX 160. Se você está em dúvida entre um deles, é bom pesquisar bem. O Cityclass garante bom conforto, ainda mais para os grandalhões e “pesudos” que conseguem se espalhar bem no banco largo e em dois níveis e na plataforma retangular entre as rodas dianteira e traseira. O chassi é Underbone/plataforma. São 135 kg a seco, facilmente manuseados graças às rodas de 16” vestidas por pneus Pirelli Tubeless Diablo Scooter -  100/80-16 na frente e 120/80-16 atrás. Além de ajudarem no gingado do scooter, elas absorvem melhor os grandes buracos. Na dianteira, garfos telescópicos convencionais com 87 mm de curso seguram bem os impactos, o que não acontece com a traseira, que apesar de ter dois amortecedores ajustáveis, sofre com os meros 65,6 mm de curso. A impressão que temos, é que muitas vezes o scooter não consegue absorver quase nada e transfere toda força para a coluna do motociclista. São 128 mm de distância do chão, mas os bons ângulos ainda permitem que raspemos o descanso central da motocicleta. Ela também conta com apoio lateral, que não conseguimos evitar de pegar em alguns momentos. Os “diabos” que revestem as rodas passam mais segurança para que isso se torne comum, além de escoarem bem a água e assegurar pilotagem mais sossegada na chuva. O banco é posicionado a 785 mm do chão, prejudicando os que possuem menos perna de terem dois apoios para o chão. Os 1.440 mm de distância entre os eixos não são curtos, mas ainda assim permitem agilidade para não passar 6 dias do ano parados no trânsito como os cariocas. Os 1.300 mm de altura, os 711 mm de largura e os 2.087 mm de comprimento também não impedem um bom desempenho no dia a dia.


O freio tem disco de 240 mm
Como foi dito, costurar o trânsito é bem fácil, mas o bom mesmo é desfilar com o Cityclass pelas retas, já que ele foi desenvolvido com base nos design italianos de scooters modernos. Entre os componentes que valem a pena ser destacados, estão os freios, com tecnologia FH-CBS, que só quer dizer que atuam em ação combinada. Ou seja, acionou o traseiro, uma porcentagem de força (de uns 30%) é transferida para o disco da frente, normalmente utilizado com mais medo pelo motociclista. Um disco de 240 mm com 3 pistões (um dele representando a frenagem combinada) equipam a dianteira da motoneta, enquanto disco de 220 mm e pistão simples de 35 mm trabalham na roda traseira do scooter. Não é necessário acionar com força ou muito curso as alavancas de freio para sentir a potência do sistema de frenagem. E sim, CBS também travam. Portanto, cuidado!

Quem escolhe scooter, busca praticidade. Espaço sob o o largo banco, bagageiro (para 3,5 kg) e proteção para as pernas são os principais focos. E ele garante tudo isso e até um pouco mais. Porta-treco com USB para você deixar o celular carregando está localizado diante os joelhos, além de um pequeno gancho no qual você pode pendurar algumas sacolas quando for à padaria ou ao mercado. Você também consegue guardar capacete de baixo do banco, se este for aberto ou de casco pequeno e não muito anguloso. 

Desde que foi lançado, o Cityclass só está disponível nas cores Branca e Preta, mas é comum achar alguns customizados pelas ruas, já que está na moda modificar seu scooter com acessórios. A Dafra não tem muitos originais, mas há um extenso catálogo paralelo que pode ser encontrado em lojas físicas e na internet. O preço sugerido de um é R$ 10.990, mas o ano começou com bônus de R$ 1.000, e você ainda pode aproveitá-los se correr até uma concessionária.

 

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