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Classificações dos lubrificantes para motores de motocicletas

Agora que sabemos um pouco mais das propriedades dos lubrificantes, entenderemos um pouco melhor como funcionam as principais classificações globais

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Por Da Redação


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Agora que sabemos um pouco mais das pro­prie­dades dos lubrificantes, entenderemos um pouco melhor como funcionam as principais classificações globais de lubrificantes para motor, pois afinal, é de suma importância entendê-las para a correta seleção do lubrificante a ser aplicado 

As duas principais classificações de desempenho globalmente reconhecidas são a API (Instituto Americano do Petróleo) e ACEA (Associação Européia de Fabricantes Automotivos). Ambos os órgãos, juntamente com outras associações, tais como SAE¹ e ASTM², por exemplo, e os fabricantes de motores e/ou veículos, estabelecem os níveis de performance, métodos de teste, limites e novas categorias de serviço requeridas de acordo com a necessidade do mercado. O principal objetivo dessas classificações é facilitar a identificação dos diferentes níveis de desempenho de lubrificantes para motor, ajudando assim os consumidores na escolha do lubrificante adequado para seu veículo ou moto e, ao mesmo tempo, facilitando a definição dos lubrificantes por parte dos fabricantes de equipamentos. 

API - No caso da classificação API é usado um sistema alfanumérico conhecido como Categoria de Serviço API. Basicamente, existem duas categorias: a primeira é a categoria “S” (Service – Serviço em inglês) que classifica os lubrificantes voltados para os motores de veículos de passageiro ciclo Otto (incluindo motocicletas) (Gasolina, Etanol, Flex, GNV) e outra categoria identificada pela letra “C” (Commercial – Comercial) que classifica os lubrificantes voltados para motores ciclo Diesel de veículos comerciais leves e pesados.

Em ambas as classificações, o nível de desempenho do lubrificante sobe de acordo com a letra do alfabeto posterior a letra “S ou C”. Dessa forma, uma classificação API SA é inferior à classificação API SB que por sua vez é inferior à classificação API SC e assim por diante. Atualmente a classificação API mais moderna para motores ciclo Otto é a classificação API SN (lançada em 2011), que apresenta melhor resistência à oxidação, melhor fluidez na partida a frio, melhor limpeza nos pistões e menor tendência à formação de borra quando comparada a API SL. 

ACEA - Agora que já entendemos um pouco mais sobre as classificações API, podemos falar sobre a classificação ACEA. A ACEA divide suas classificações em três sequências: uma para motores gasolina e diesel leve (possui quatro categorias), a segunda para motores gasolina e diesel leve com sistemas de pós-tratamento de gases (possui quatro categorias) e a terceira para motores diesel pesados (possui cinco categorias). Assim como a API as sequências ACEA definem os mínimos requisitos de desempenho para os óleos lubrificantes, porém não necessariamente seguem uma lógica de aumento de desempenho de acordo com suas classificações alfanuméricas descritas a seguir:

• Lubrificantes para motores diesel rápido ou Otto (Carros leves, Vans, Pick-Up por exemplo)  Classificações ACEA A1/B1; A3/B3; A3/B4 ou A5/B5;

• Lubrificantes para motores diesel rápido ou Otto (Carros leves, Vans, Pick-Up por exemplo)  com sistemas de pós tratamento de gases (Filtros DPF e Catalisadores de três vias por exemplo)   Classificações ACEA C1, C2, C3 ou C4;

• Lubrificantes para motores diesel pesados (Caminhões, Ônibus, Tratores etc). 

Classificações ACEA E4, E5, E6, E7 e E9 - Um mesmo lubrificante poderá atender simultaneamente às classificações API e ACEA, desde que o fabricante do lubrificante submeta seu produto aos testes estabelecidos por cada órgão. Também é possível que um mesmo lubrificante atenda às duas classificações API (“S” e “C”) simultaneamente, ou seja, ele poderá ser aplicado tanto em motores Diesel quanto Otto, assim como vemos nos casos da ACEA A/B e C acima. Entretanto é sempre recomendável seguir as especificações presentes nos manuais da sua motocicleta, incluindo as classificações de viscosidade SAE (que vimos na edição passada), e tipo de base (sintético, semissintético ou mineral) para se evitar erros de aplicação que possam prejudicar o desempenho do motor. As montadoras de motocicletas utilizam as mesmas classificações (seja API ou ACEA) na definição dos lubrificantes recomendados em seus manuais, porém devem-se observar também as classificações JASO recomendadas.

JASO - Conforme vimos na primeira edição, a classificação JASO qualifica o desempenho dos lubrificantes para motores de motocicletas 4T em relação às características friccionais do óleo no sistema de transmissão, dado que a API e  ACEA não estabelecem critérios a esse respeito em suas classificações. O uso cada vez mais comum dos modificadores de fricção nas formulações dos lubrificantes de motor, sobretudo em classificações ILSAC, ACEA A1/B1, A5/B5 e C visando uma maior economia de combustível, pode afetar o desempenho da embreagem da motocicleta, criando um excessivo deslizamento, vibrações e consequentemente redução de sua vida útil. Para isso a classificação JASO estabelece alguns critérios quanto às propriedades de fricção do óleo, visando garantir o adequado funcionamento da embreagem e sistema de transmissão. A classificação JASO é dividida em quatro categorias (JASO MA, JASO MA1, JASO MA2 e JASO MB). As JASO MA, MA1 e MA2 são aplicáveis a sistemas motor-transmissão integrados com embreagem úmida, enquanto a JASO MB é aplicável a sistemas com embreagem seca. Lubrificantes JASO MA2, por exemplo, possuem maiores características de fricção comparados a outros lubrificantes que atendam a JASO MA1. Lubrificantes que atendam a JASO MA no entanto, apresentam parte das características friccionais dentro dos limites da JASO MA1 e JASO MA2, não podendo dessa forma ser classificados como JASO MA1 ou MA2 diretamente. Em geral, motos mais potentes requerem lubrificantes com ótimas propriedades friccionais (tais como os JASO MA2) para melhor controle no deslizamento da embreagem e engates mais precisos. Dessa forma, ao escolher um lubrificante para o motor da motocicleta, sempre esteja atento as classificações JASO, API e/ou ACEA recomendadas em manual. Outra observação importante é quanto a qualidade do lubrificante. Como já dito acima os limites e requerimentos de cada classificação são mínimos, ou seja, cada fabricante de óleo poderá atender e superar os requerimentos estabelecidos por cada classificação. Lubrificantes de boa qualidade normalmente atendem e superam as exigências JASO, API e/ou ACEA, de forma a garantir a máxima eficiência e performance do motor e demais componentes.

 

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