O propulsor, embora menos potente que o dos principais adversários, possui um desempenho adequado à proposta do veículo, mas definitivamente não empolga quem busca responsividade, principalmente em função do câmbio CVT, que opera de forma suave e eficiente, mas que em situações de retomada de velocidade é lento e faz o ruído do motor invadir o habitáculo com pronunciada intensidade.
Em movimento, o novo Fluence avaliado, versão Privilège (topo de linha), se mostra confortável e aconchegante. No interior predominam os tons claros de cinza, seja na forração dos bancos ou no painel revestido com material macio. Painel, aliás, que fica numa altura menor, se comparada a outros veículos da categoria, esta característica, aliás, transmite uma sensação de amplitude e arejamento de certo modo semelhante à da própria Casa Panamericana, concebida pelo arquiteto francês Henri Sajous, responsável também pelo projeto do Jockey Clube de São Paulo. A suspensão é bastante macia, o que causa uma certa rolagem da carroceria em curvas acentuadas, a direção elétrica é precisa e os freios são bastante eficientes.
Com a revitalização do Fluence, a Renault tem como objetivo alcançar a terceira posição entre os sedãs médios mais vendidos do Brasil, categoria liderada por Honda Civic e Toyota Corolla, que se alternam na primeira posição, mas também disputada por outros concorrentes de peso, como Chevrolet Cruze e Ford Focus. Para tal empreitada, a principal arma será o design, que segue a tradição francesa do “ame ou odeie”. Indiferente a ele, porém, é impossível ficar. Resta saber se o estilo (combinado à boa oferta de equipamentos) será suficiente para enfrentar os adversários neste que é um dos segmentos mais concorridos do mercado automotivo brasileiro. Isso só o tempo dirá.