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NGK apresenta novos produtos para o mercado brasileiro de reposição

Marco Mosso fala sobre a vela aquecedora para motores diesel e a bobina de ignição, produtos que vem para completar o portfólio da marca, líder no mercado de velas de ignição

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Por Vinicius Montoia


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Planta da fábrica da NGK, em Mogi das Cruzes, região metropolitana de São Paulo

Uma das empresas líderes na fabricação de velas e cabos de ignição e sensores de oxigênio no mundo, a NGK, passa a trazer para o mercado de reposição dois novos produtos: a vela aquecedora para motores movidos a diesel e a bobina de ignição. Para explicar este lançamento e como a empresa atua no mercado de reposição, o entrevistado do mês é Marcos Mosso, chefe de marketing da empresa, que conta com uma larga experiência na NGK e já passou por diversos setores: “comecei na NGK na parte técnica e de qualidade. Depois passei pela engenharia e posteriormente pela parte comercial na parte de assistência técnica. E vim parar no marketing. Eu sou engenheiro de automação. Conheço toda a parte de processo, de fornecimento para as montadoras e bastante de qualidade do produto. Também acompanhei a homologação dos sensores de oxigênio”, disse. Na entrevista abaixo, Mosso conta sobre os novos produtos:

Oficina Brasil: O diesel sempre esteve muito relacionado com veículos pesados e, provavelmente, alguns reparadores não conheçam a vela aquecedora. Qual a função dela nesse tipo de propulsor?

Marcos Mosso: Em motores movidos a diesel, a vela trabalha dentro da câmara de combustão, em um ambiente muito agressivo. A situação é bastante crítica por conta da pressão, temperatura alta, gases de queima – que afetam muito o equipamento por conta da oxidação.

A NGK, em vela aquecedora, é líder mundial no fornecimento às montadoras. No Brasil ainda não atuamos nesse mercado de reposição porque os carros leves no Brasil não usam diesel. Entretanto, para os veículos comerciais leves, por exemplo, muitas vezes o reparador retira a vela aquecedora que precisa ser substituída, vê que é NGK e tenta comprar com a gente. Antes não tínhamos o que fazer, pois não disponibilizávamos para o aftermarket. Por causa disso, optamos por trazer. 

Velas aquecedorasOB: A vela aquecedora serve para aumentar a temperatura do ar apenas?

MM: No início do funcionamento o motor está muito frio, mesmo com a pressão. Então é preciso que haja temperatura mínima para o seu bom funcionamento. Caso não esteja nas condições ideais, o propulsor vai falhar, liberar mais poluição, fumaça branca, vai gerar má combustão, etc. A hora que se dá a partida com a vela aquecedora em funcionamento, se elimina todos esses problemas, pois ela chega a 800°C muito rápido. Existem alguns modelos que só de entrar no carro a vela já começa a aquecer para dar condição ideal à partida. A partir do momento em que o motor chega à temperatura ideal a vela para de funcionar. Segue a estratégia da Centralina do motor. Lembrando que existem dois tipos de velas aquecedoras.

OB: Quantos tipos de velas aquecedoras existem?

MM: São dois tipos. A metálica e a de cerâmica. Nós estamos colocando no mercado nacional de reposição aquela que o é mais exigida, a metálica, que já é um produto NGK original nas montadoras.

OB: Como está a expectativa de vocês em relação aos novos carros, como o Jeep Renegade, que agora também oferecem motor diesel? A demanda vai aumentar?

MM: Para nós qualquer carro que vender bastante é bom, porque a gente sempre tem uma aplicação para ele.

OB: E onde os reparadores podem encontrar informações sobre as velas aquecedoras?

MM: A característica da NGK é sempre apresentar bastante informação técnica para o reparador. Se alguém for pesquisar sobre a vela aquecedora, por exemplo, aqui no Brasil quase não se tem informação. Boa parte dos reparadores não sabe nem qual é a função dela. Então nós colocamos à disposição todo o material: como é a instalação, onde ela é instalada, como é a montagem interna, os tipos, etc. E isso acontece com os outros produtos da NGK também.

OB: Como vai ser o treinamento para a vela aquecedora?

MM: A NGK faz mais de 300 palestras por ano. Além disso, nós temos um site totalmente direcionado para o mecânico. E nós temos 20 vídeos* específicos para o profissional de reparação dos nossos produtos falando sobre vela, cabo e sensor de oxigênio. E a bobina e vela aquecedora também vão ter uma sequência de vídeos direcionados para o reparador.

*Os vídeos estão disponíveis na página do Facebook do Jornal Oficina Brasil: https://www.facebook.com/JornalOficinaBrasilOficial/videos

OB: Por quantos processos passam as velas antes de irem para as prateleiras? E por falar em vendas, quando elas terão início?

MM: Elas passam por 150 processos. São cerca de 7 milhões de velas produzidas por mês, em Mogi das Cruzes. As vendas começam no segundo semestre. Nós já estamos com os produtos na fábrica e a partir de julho já chega ao varejo de todo o Brasil. Temos uma rede de distribuição e nós trabalharemos com eles, que por sua vez atendem o varejo. O que nós recomendamos para o reparador é que ele entre em contato no nosso 0800 197 112. Aí o serviço do SAC já vai indicar onde comprar.

Bobina de igniçãoOB: O mercado de bobinas ainda não havia sido explorado pela NGK. Como essa peça se encaixa na estratégia de produtos da marca?

MM: Bobina é um produto global da NGK. Há dois anos tivemos o lançamento no mercado europeu e ainda é um sucesso lá. Então, nós trouxemos para o Brasil para atender a uma solicitação de longa data dos nossos clientes, pois o pessoal da reparação independente trabalha com a vela e o cabo da NGK, com os quais somos líderes nos seus respectivos segmentos. Como havia bastante demanda, nós resolvemos trazer para cá também.

OB: O que o reparador vai encontrar nas bobinas NGK?

MM: A NGK já é reconhecida como especialista nesse setor por causa da vela de ignição. A NGK é a terceira marca mais querida do mecânico, segundo pesquisa da CINAU realizada em fevereiro deste ano. Eles já gostam bastante dos nossos produtos e a bobina também vem para atender à demanda de mercado. Nós temos sete tipos de boninas, que oferece uma cobertura inicial para 50% do mercado. E até o final do ano ampliaremos a linha de produtos.

Também temos bastante informação sobre a bobina, com análise profunda de manuseio e até mesmo como fazer o teste da própria bobina, além de informações que faltam no mercado. É uma característica da NGK, trabalhar com a informação. Talvez por isso nós tenhamos esse resultado apresentado pela CINAU. E a bobina era só o que faltava para a NGK ter todo o sistema de ignição. Agora conseguimos fechar o circuito.

Tabela de aplicação da vela aquecedora / Informações técnicas sobre bobinas de ignição

OB: As bobinas são voltados para quais tipos de veículos? Elas também são oferecidas para as montadoras?

MM: São voltados para veículos movidos a gasolina e flex e ela é responsável por dar a tensão para a vela de ignição. Esse produto é exclusivo para o aftermarket. Não só aqui no Brasil, mas no mundo todo. No entanto, nossos testes de homologação seguem os mesmos padrões que produtos originais de fábrica.

OB: E a durabilidade da bobina, é de quanto?

Marcos Mosso: “A característica da NGK é sempre apresentar bastante informação técnica para o reparador. Se alguém for pesquisar sobre a vela aquecedora, por exemplo, aqui no Brasil quase não se tem informação. Boa parte dos reparadores não sabe nem qual é a função dela”.

MM: A bobina sofre muito devido à falta de manutenção dos outros produtos do ciclo de ignição. A bobina não é um item de desgaste. Ela só sofre deterioração quando a vela está desgastada, pois aumenta a tensão de trabalho. Isso diminui a vida útil da bobina. O que nós prezamos é que ela seja resistente à vibração, que é inerente do motor em funcionamento, e alta temperatura.

OB: Os bicos injetores que aquecem o combustível para a partida a frio, utilizados em motores que dispensam a utilização do tanquinho, estão cada vez mais presentes em novos modelos. A NGK tem algum plano para apresentar produtos nessa linha?

MM: A pior situação de desgaste de velas é no momento da partida. O sistema de aquecimento tirou a necessidade do tanquinho, mas em nenhum momento tirou a necessidade de ter um conjunto de ignição em bom estado. Mas esse sistema ainda não está na linha que trabalhamos. Ainda não está previsto.

 

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