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Nissan Tiida 1.8 SL Flex Fuel é ‘virado do avesso’

Importado do México pela Nissan, o hatch Tiida de 1.8 litro e 16 válvulas Flex Fuel aponta como uma interessante opção de compra no segmento, e ainda pode ser considerado como novidade dentro das oficinas mecânicas brasileiras

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Por Arthur Gomes Rossetti


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Para saber mais a fundo sobre o modelo, contamos com a ajuda dos conselheiros editoriais e proprietários da oficina Design Mecânica, André Luis Bernardo e Carlos Eduardo Bernardo.

Comercializado por aqui desde 2007 na versão a gasolina, o modelo apto a rodar tanto com álcool, gasolina ou com a mistura de ambos chegou ao mercado há pouco mais de um ano, com modificações mecânicas que foram desde o design dos anéis de segmento, bielas, pistões, bicos injetores, ECU e sonda lambda, até a estratégia de vendas, a qual reduziu o preço final do veículo sendo que a versão de entrada inicia em R$ 50.590,00.

Atualmente os principais concorrentes no mercado são Citroën C4 Hatch, Fiat Stilo, Ford Focus, Peugeot 307, Vectra GT e Volkswagen Golf, todos estes detentores de semelhante pacote tecnológico, mecânico e de opcionais.

COMPORTAMENTO
O design conservador da parte dianteira do Nissan Tiida contrasta em muito com o desenho da lateral, traseira e interior. Ao sentir o toque dos materiais utilizados na construção do habitáculo, fica nítida a impressão de que se trata dos mais nobres, dentro da limitação entre conforto e custo. É um interior sóbrio, agradável e vistoso.

O acerto de suspensão chega a ser um pouco ‘durinho’, tanto que os engenheiros da marca antes de lançá-lo no Brasil efetuaram a recalibração das molas e amortecedores, além de elevar a altura em cerca de 10 milímetros.

A posição de dirigir lembra a de veículos de apelo esportivo, pois o ajuste do volante ‘casa’ muito bem com o dimensional do painel e bancos, que possuem formato bem definido e confortável.

MOTOR
Aqui está a grande estrela do carro. Desenvolvido em parceria com os engenheiros da Nissan Brasil e Japão, o propulsor recebeu inúmeras modificações para rodar com o combustível álcool. A ECU foi produzida em parceria com a Robert Bosch.

A entrega de força é otimizada pelo comando de válvulas variável, batizado pela Nissan de CVVTCS (Continuosly Variable Valve Timing Control System). Com este sistema, cerca de 90% do torque de 18 kgf.m (aferidos) estão disponíveis antes das 3.000 rpm.

É perceptível o cuidado que os engenheiros da marca tiveram com o sistema de coxinização do motor e câmbio, que aparentemente transmitiu a sensação de robustez acima da média. Se a peça é realmente forte, somente o tempo dirá. 

Um item que chamou negativamente a atenção do conselheiro André foi à má qualidade do chicote elétrico da ECU, o qual lhe pareceu estar emendado em alguns pontos. “Nunca vi um chicote original possuir enrolado fita isolante sem padrão algum. Parece até mesmo que ele foi feito manualmente”, comenta o reparador e proprietário da Design Mecânica.

DINAMÔMETRO
Para tirar a dúvida se a calibração do módulo Bosch estava em acordo com o combustível ‘de posto’ comercializado nas ruas, decidimos aplicar três puxadas no dinamômetro.

Na melhor ‘puxada’, com 100% de álcool no tanque, a cavalaria entregue e o torque superaram as expectativas, alcançando a marca de 131 cavalos @ 5322 rpm (ante 126 cavalos declarados) e o torque de 18 kgf.m a 4825 rpm (ante 17,5 kgf.m declarados).

Um fato que chamou a atenção de todos os presentes foi à considerável variação do tempo de injeção quando ligado o ar condicionado. Para se ter uma idéia, nesta condição a ECU alimenta os bicos injetores num período de tempo 30% maior em comparação ao acessório desligado. Foram 2,9ms (milisegundos) quando desligado, contra 3,8ms (milisegundos) com o compressor atracado. Segundo o conselheiro André Bernardo, a média obtida nos demais veículos do segmento costuma beirar os 15%.

Com este resultado fica evidente que o consumo de combustível será razoavelmente afetado ao se comparar as duas situações (veja tabela abaixo).


O filtro de combustível possui fácil acesso e está localizado ao lado do tanque de combustível, na parte inferior do assoalho.

TRANSMISSÃO
Tanto o hatch Tiida quanto o sedan Sentra possuem como item de série a caixa de marchas com seis velocidades à frente mais a marcha a ré. Neste quesito temos que tirar o chapéu para o sistema de trambulador e alavanca seletora interna, que possuem alta precisão e firmeza no momento do engate. Até parece que se está a conduzir um automóvel esportivo.

A efeito de curiosidade, com o veículo sobre os rolos do dinamômetro engatamos a 6ª e última marcha e pisamos fundo, para saber até quanto a relação do Tiida seria capaz de levá-lo. O número alcançado foi de 213,4 km/h.

SUSPENSÃO
De manutenção simples, a suspensão dianteira e traseira prima pela rigidez, o que favorece a esportividade, sendo que o reparador não terá maiores dificuldades em repará-la.

 

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