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Saiba como são desenvolvidos os óleos lubrificantes derivados do petróleo

O motor é uma máquina que trabalha com combustão interna e é construída por vários elementos mecânicos que trabalham em atrito, portanto, para reduzir os desgastes dos componentes, são utilizados os lubrificantes

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Por Jordan Jovino


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Qual a função do óleo?

A função do óleo no motor é diminuir o atrito entre peças móveis reduzindo o desgaste de pistões, cilindros, anéis de segmento e mancais, auxilia no resfriamento dos mancais, trabalha na limpeza dos detritos metálicos gerados pelo atrito, auxilia na vedação dos cilindros e evita corrosões de peças metálicas. Sem o óleo no motor podemos ter destruição dos elementos mecânicos por atrito, portanto a lubrificação em motores é essencial para a vida útil dos componentes mecânicos. No mercado possuímos 3 tipos de óleos de lubrificação de motores, os óleos mineral, semissintético e sintético. 

Atrito Dinâmico

A força de atrito é uma força que se opõe ao movimento, vamos imaginar o pistão partindo de PMI “ Ponto morto inferior” e subindo em direção ao PMS “ Ponto morto superior” o êmbolo do pistão está em contato com as paredes do cilindro, portanto quando o pistão está aplicando um força de subida, as paredes do cilindro produzem um força contrária ao seu movimento, esta força contrária chamamos de atrito, e entre duas peças de metal em atrito ocorre o desgaste por fricção, e se não ocorrer a lubrificação teremos a destruição dos materiais.

 Perda de energia por Atrito

O motor é constituído por muitos elementos mecânicos que trabalham em atrito, e este atrito é responsável por até 33% do consumo da energia do combustível, ou seja, grande parte da energia dos combustíveis é perdida para vencer o atrito. (Fig.3)

Formação do Petróleo

O petróleo é um combustível fóssil que foi formado a partir de uma grande quantidade de pequenas plantas e animais, como algas e zooplâncton. Estudos dizem que o petróleo é formado pela decomposição de orgânicos que viveram há milhares de anos, a forte pressão do mar e variações de temperaturas sobre os detritos orgânicos formaram o petróleo. Variações da quantidade de pressão, calor e o tipo de organismos determina se os organismos se tornarão gás natural ou óleo, quanto mais calor, mais leve o óleo. Se houver ainda mais calor e os organismos forem compostos principalmente de plantas, então se forma o gás natural. 

Extração do Óleo Base

Para falar um pouco dos óleos lubrificantes vamos entender como é processo de fabricação até ele chegar nos veículos automotivos. O óleo base é um dos derivados do petróleo, também se encontra no petróleo o gás, gasolina, querosene, óleo diesel, asfalto, combustível para navios e caldeiras e combustíveis para aeronaves. O petróleo é composto basicamente de hidrogênio com coloração preta, marrom escuro, amarelado, avermelhado e até esverdeado, essas diferenças de cores são um indicativo que sua composição pode ter muito ou pouco metal e enxofre.

O óleo base é retirado do petróleo bruto em um processo de sedimentação, para isto é utilizada uma torre que mede aproximadamente 120 metros de altura com diâmetro aproximado de 8 a 12 metros, construída de um metal de alta resistência para aguentar a corrosão oriunda dos compostos do petróleo. No interior desta torre se encontram milhares de hidrocarbonetos que estão no petróleo bruto, e estes serão separados por um processo de destilação fracionada, o petróleo CRU  é aquecido  até 400°C e nesta temperatura o petróleo se decompõe em vapor quente e líquido, os vapores atingem várias camadas na torre e em cada camada é retirado um derivado do petróleo, sendo que na camada mais alta se encontra o gás propano a uma temperatura de 60°C, e o óleo base para a produção dos óleos lubrificantes é retirado na camada de 335°C. 

O óleo base pode ser derivado para óleo lubrificantes utilizados na linha automotiva e também pode ser derivado para óleos que se utilizam em cremes de pele, cada um com seu tratamento específico.

Óleo Mineral 

Como já sabemos o óleo mineral é derivado do petróleo, sua composição possui moléculas boas e moléculas não boas, por isso se usa aditivos para melhorar sua estrutura, é um óleo de baixo custo de venda no mercado, e também tem durabilidade menor que os sintéticos.

Óleo Sintético

Os óleos sintéticos são desenvolvidos em laboratórios, também são derivados do petróleo, o refino do óleo sintético é mais complexo pois é modificada a estrutura das moléculas de hidrocarbonetos.  Neste processo é realizada a separação apenas de moléculas boas e as moléculas ruins são descartadas e assim se produz um óleo com alta qualidade. O óleo sintético é considerado um dos melhores óleos automotivos, sendo muito superior ao óleo mineral.

Óleo semissintético

Os óleos semissintéticos são produzidos a partir de uma mistura de óleo sintético com óleo mineral, sua mistura pode variar sendo encontrada uma proporção de 30% de óleo sintético e até 1% de óleo sintético e ambos serem rotulados de semissintéticos.

Aditivos presentes no óleo

A presença de aditivos nos óleos lubrificantes garante um melhor desempenho na lubrificação, todos os óleos, mineral, semissintético e sintético possuem aditivos em sua composição.

O óleo automotivo de lubrificação possui um prazo para ser trocado, recomenda-se para óleos de classe SN para motores de combustão a troca com 10 mil KM ou 1 ano, essa troca é recomendada pois os óleos com o tempo sofrem oxidação se tornando menos eficazes. Os aditivos inibidores de oxidação melhoram o tempo de vida útil dos óleos lubrificantes. Os óleos lubrificantes possuem aditivos detergentes que trabalham na limpeza de micropartículas que ficam na superfície do motor. Já os aditivos dispersantes têm como função manter o motor limpo evitando o acúmulo de impurezas e assim essas impurezas serem retidas nos filtros de óleo.

A presença de aditivos detergentes provoca a ação de espumas e para isso se usa um aditivo contra a formação de espumas para que o óleo não perca sua eficiência.  A construção do motor é feita por vários elementos de metais passivos de corrosão e o aditivo presente no óleo é um fator importante contra a presença de corrosões. O aditivo de modificação de viscosidade trabalha na ação de manter um óleo ideal para temperaturas baixas e um óleo ideal para temperaturas elevadas, em temperaturas mais baixas ele evita que o óleo congele e permita uma partida suave, em contrapartida em temperaturas muito elevadas ele evita sua evaporação. 

Classificação do óleo por viscosidade – SAE

A classificação de viscosidade do óleo é definida pela SAE “Sociedade de engenheiros automotivos” e este é o padrão internacional. Os óleos de grau único possuem apenas um número e uma letra, como exemplo 5W, o número 5 é o índice de viscosidade de partida a baixa temperatura e equivale a -30°C, e a letra W é em inglês WINTER que se refere a INVERNO, ou seja, 5W é -30oC em temperatura de inverno.

Já os óleos que são compostos por dois números e uma letra como 5W30, significa que dois graus de temperaturas estão sendo atendidos por esta classificação, -30°C INVERNO +30°C positivo. Os óleos lubrificantes multigrau são mais líquidos em baixa temperatura do que os óleos lubrificantes monograu, de modo que melhoram a eficiência de combustível de um motor de combustão interna.

Classificação do óleo por Desempenho - API

O API “Instituto americano de Petróleo” é o padrão de qualidade de óleo de motor, sua classificação em grande parte se dá para gasolina e diesel, sendo a gasolina referenciada por S “Categoria de serviço “ e o diesel referenciado por C “Categoria comercial”. 

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