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Estudo de caso com a utilização dos transdutores em um motor com baixo desempenho

Neste estudo iremos utilizar alguns transdutores para a resolução de causa e efeito em um veículo, aplicando uma metodologia de análise para identificar a origem do defeito de forma mais assertiva

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Por Jordan Jovino


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Método de Análise - As análises com o osciloscópio e transdutores nos permitem realizar um trabalho minucioso e conclusivo, mas para isso devemos ter um método de análise, pois o trabalho pode ficar superdimensionado. Neste estudo de caso será apresentada uma sequência de análises de um veículo Fox 1.6, motor EA111, que não apresentava falha no motor, mas estava com alto consumo de combustível e com desempenho muito baixo. 

Nesta análise será utilizado o transdutor de vácuo também conhecido como TVA, este transdutor é aplicado no coletor de admissão do veículo, analisando a variação de pressão interna do coletor, ou seja, um transdutor de pulsos, também será utilizado um transdutor de pressão, este é aplicado no orifício das velas de ignição.

Passos de análise de sincronismo: 1. Confrontar transdutor de vácuo e pressão. 2. Confrontar transdutor de compressão e CKP. 3. Confrontar os sensores CMP e CKP.

Sincronismo com transdutores de pressão e vácuo - Em um motor com o sincronismo correto, o PMS do transdutor de pressão irá cruzar com o PMS do transdutor de vácuo (Linha zero) sendo um sincronismo feito pela dinâmica do ar. No gráfico vemos que o transdutor de pressão está deslocado para direita em relação à linha zero do TVA, aproximadamente 1 ms, com esta análise já evidenciamos um motor fora de ponto, mas ainda não sabemos a causa. 

Sincronismo com o transdutor de pressão e sinal de rotação CKP - Nesta etapa temos o sensor de rotação CKP (sinal em vermelho) em relação ao transdutor de pressão (sinal azul), pode se analisar que o dente número 14 do CKP confronta com PMS do transdutor de pressão, portanto isto nos mostra que a roda fônica está correta em relação ao PMS do motor. Ou seja, temos a garantia de que a roda fônica não girou, e assim descartamos a possibilidade de a roda fônica ter girado ou quebrado a chaveta. Com esta análise temos a certeza de que a parte debaixo do motor está correta. 

Como na análise anterior o sincronismo do transdutor de pressão está correto em relação ao CKP, logo iremos para uma análise de sincronismo virtual, sendo CKP em relação ao CMP. Nesta etapa temos os sinais do sensor de rotação e do sensor de fase. Sabemos que o ponto eletrônico (virtual) deste modelo de veículo é no dente número 14, porém o cruzamento do dente do sensor de fase está cruzando com o dente número 12 do sensor de rotação, vide o gráfico. Como já sabemos que o sensor de rotação está correto em relação ao PMS do transdutor de pressão, logo podemos definir que aquilo que está fora é o sensor de fase que representa o comando de válvulas na parte superior do motor. 

Verificando o sincronismo mecânico - Desmontando o suporte de proteção da correia dentada, pode se confirmar a análise feita com os transdutores e sincronismo virtual, porém agora estamos analisando mecanicamente e confirmando o sincronismo fora de ponto. Ao colocar o chanfro da engrenagem do virabrequim na nervura 2V do bloco do motor, a marcação de sincronismo da engrenagem do comando de válvulas estava fora de ponto em relação ao ponto de referência da capa da correia dentada. 

Análise de verificação após a correção do ponto com transdutores - Com a correção do ponto mecânico utilizando as ferramentas adequadas, iremos mostrar como ficaram as formas de onda de sincronismo, validando assim a eficácia das análises com as ferramentas de diagnóstico com osciloscópio e transdutores. Observe no gráfico que o PMS do transdutor de pressão coincide com a linha zero do transdutor de vácuo.

Análise de verificação após a correção do ponto com sinal virtual - No sincronismo virtual pode se verificar que o cruzamento do sinal do CMP concide com o dente número 14 do CKP. Tendo assim o sincronismo virtual correto do motor, garantindo a eficiência do desempenho do motor e satisfação do condutor. Com o sincronismo virtual sabemos apenas que o motor está fora de sincronismo, mas não sabemos o que está fora, portanto com auxílio dos transdutores conseguimos chegar na causa raiz.

Uma análise sem auxílio de osciloscópio e transdutores poderia levar o reparador a desmontar o câmbio para verificação da flange do CKP, tomando assim seu tempo de trabalho.

 

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