Oficina Brasil


Ford Territory impressiona pelo espaço interno e sugere simplicidade nas manutenções

Novo SUV desenvolvido em parceria com a JMC agrada pelo conforto e pela facilidade na realização dos reparos de motor, freios e suspensões

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Por Sueli Osório


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Mostrado pela primeira vez ao público brasileiro durante o Salão do Automóvel de 2018, o Territory criou uma grande expectativa naquele momento. O novo utilitário esportivo médio foi desenvolvido em parceria com a fabricante chinesa Jiangling Motors Corporation (JMC).

Era a arma que a Ford precisava para concorrer com o Jeep Compass, que já havia liderado a venda de SUVs no Brasil em 2017 e repetiria a vitória naquele 2018: fechou o ano com mais de 60 mil carros emplacados e uma vantagem superior a 11 mil unidades para o segundo colocado, o Hyundai Creta, um carro menor e com preço mais baixo.

A Ford precisava ampliar seu leque de opções dentro das concessionárias porque o EcoSport já não reinava mais sozinho entre os SUVs nacionais desde o começo da década: apesar do lançamento da segunda geração em 2012, o EcoSport perdeu naquele ano a liderança do segmento para o Renault Duster. Recuperou a ponta em 2013 e 2014, mas de 2015 em diante nunca mais voltou ao topo da lista. E a concorrência não para de crescer.

O Territory é produzido em Xiaolan, de onde saem outros Ford como Everest, Transit e Transit Tourneo. A fabricante americana pretendia produzir o novo SUV também na Argentina, mas este plano estaria engavetado por causa da queda nas vendas provocada tanto pela pandemia do novo Coronavírus como pela crise econômica que o país vizinho já enfrentava antes da Covid-19.

O FENÔMENO SUV

A chegada do Territory também é explicada pelo fenômeno SUV, que vem mudando o cenário da indústria de automóveis nas duas últimas décadas. Os utilitários esportivos começaram avançando sobre as minivans como Chevrolet Zafira, Citroën Picasso e Renault Scénic. Também fizeram sumir pouco a pouco as station wagons (peruas) como Toyota Fielder, Volkswagen Parati, Volkswagen Spacefox e também a Fiat Palio Weekend.

Eles roubaram compradores até de hatches maiores como Citroën C4, Ford Focus, Peugeot 308 e Volkswagen Golf. Levantamentos feitos aqui no Brasil mostram que em 2003, ano de lançamento do primeiro EcoSport, os SUVs representavam apenas 3% das vendas de veículos. Dez anos depois, com a ajuda do modelo Ford, a fatia dos SUVs crescia para quase 8%. Dados parciais de 2020 indicavam que a participação dos utilitários esportivos já tinha alcançado 25%, ou seja, um quarto do mercado nacional. 

Os levantamentos desta reportagem com o Territory tiveram a participação de três oficinas. A Automania (Av. Itamarati, 151, Vila Curuçá, Santo André, CEP 09290-730) é comandada pelos irmãos Douglas e Denis Ferreira da Silva e o sócio Michel Vieira Patrício. “Estou com a oficina há sete anos. Antes disso eu trabalhava basicamente com pneus e suspensão. Comprei aqui e busquei parcerias com grandes locadoras e empresas. Fazemos serviços de mecânica, suspensão e funilaria. O empreendimento está crescendo”, garante Douglas. A equipe tem atualmente 18 funcionários.

Douglas é o responsável pela parte administrativa e operacional e mantém em seu quadro mecânicos especializados. “Meu pai teve loja de carros e este é um trabalho que a gente de gosta de fazer. Aprendi a dirigir com sete anos”, diz.

Seu irmão Denis, mecânico por formação, recorda o período difícil pelo qual todos eles passaram com o início da quarentena provocada pela Covid-19. “O que aprendemos com a pandemia foi nos unirmos mais. Passamos por poucas e boas.

Tínhamos acabado de abrir outra loja em janeiro e foi preciso fechar. Tivemos de nos readaptar aqui, buscar novas parcerias”, afirma Denis Ferreira da Silva. 

“Num primeiro momento começamos a trabalhar com horário reduzido e foi preciso demitir, mas não reduzimos o salário de ninguém. A vida vai ser diferente daqui para frente”, reconhece Denis, que aproveitou parte da quarentena para assistir a vários vídeos na internet a fim de buscar mais conhecimento e vencer as dificuldades. 

Outro estabelecimento participante foi a Auto Style Mecânica Especializada (R. Giacinto Tognato, 92, bairro Baeta Neves, São Bernardo do Campo, CEP 09760-370), que pertence a Eduardo Finardi. “Desde que me entendo por gente, meu pai tinha oficina. Trabalhava com ele e com meu tio e acabei me inteirando do assunto. Em 2002 montei esta aqui, focada em diagnóstico, eletrônica e injeção. Investi nessa área, nos equipamentos”, diz Finardi.

“Este foi sempre meu carro-chefe. Passado o tempo, acabei herdando muitos clientes do meu pai quando ele se aposentou. Passei a atender serviços de mecânica geral, mas o forte mesmo é diagnóstico, programação de módulos. Hoje atendemos e fazemos consultoria em toda a parte de manutenção, até porque o mercado é escasso de bons profissionais e com isso surgiu a brecha para darmos continuidade e seguir um trabalho que vem de família”, acredita Finardi.

A terceira casa se chama Senador Centro Automotivo (R. Onze de Junho, 491, bairro Casa Branca, Santo André, CEP 09015-520). É comandada por Márcio Pidori e a esposa Cássia. “Somos uma empresa familiar, que nasceu em 1972. Meu pai era eletricista em uma concessionária em São Paulo. Resolveu se aventurar em Santo André e lá se vão 48 anos. Tenho 49 e estou aqui desde 1986. Comecei com 14 anos e nunca parei”, diz.

“Fazemos manutenção elétrica, mecânica, câmbio automático. Graças a Deus fizemos muitos amigos e já temos clientes de terceira geração. São netos de pessoas que traziam seus carros aqui nos anos 1970. Tenho muito orgulho dessa história.

Somos em sete funcionários. É uma equipe maravilhosa. É difícil montar um time assim e é um prazer para nós receber esse Ford Territory para avaliação”, diz.

PRIMEIRAS IMPRESSÕES

O Ford Territory destaca-se pelo bom espaço interno e conforto. Com 4,58 metros, ele é maior que o Jeep Compass (4,42 metros) e mais curto que um Volkswagen Tiguan Allspace (4,7 metros). No caso do Territory, tanto a versão de entrada SEL como a topo de linha Titanium desta reportagem têm tração dianteira apenas, enquanto os concorrentes Jeep e Volkswagen citados acima dispõem de tração nas quatro rodas em suas versões mais completas.

A motorização do Territory é uma só. Ele recebe um 1.5 turbo, com injeção direta de gasolina e 150 cavalos. O conforto para todos os cinco ocupantes é um dos destaques do novo Ford. No banco da frente, a distância entre o assento e o teto passa de um metro. E a distância entre os bancos dianteiro e traseiro (medida a partir do quadril dos passageiros) tem quase 90 centímetros.

“O espaço interno é muito bom, traz conforto para quem vai na frente e também para quem anda no banco traseiro, até pelo tamanho do carro. Muitas vezes, em carros assim, quem anda atrás sofre um pouco, mas o Territory é muito confortável nesse ponto”, afirma Eduardo Finardi, da Auto Style.

“É um carro alto, com boa visibilidade e excelente de dirigir”, afirma Jorge Carmo, mecânico-chefe da Automania.O console central elevado reforça o bom aspecto do acabamento e amplia a sensação de conforto para o motorista e o passageiro da frente. O espaço no banco traseiro se deve à distância entre-eixos de 2,7 metros. A largura (mais de 1,93 metro) também favorece esse bem-estar, ainda que haja três pessoas no banco de trás. 

O porta-malas é meio pequeno para o tamanho do carro. Acomoda 348 litros até a altura da janela. Como comparação, o Compass leva 410 litros de bagagem. A Ford informa que a capacidade do Territory sobe para 420 litros, mas com a remoção do tampão porta-pacotes.

É grande o capricho no acabamento do novo carro. A versão SEL tem interior preto. O banco traseiro é bipartido e recebe um descansa-braço central rebatível com porta-copos. O espaço atrás também dispõe de saídas do ar-condicionado automático digital e entrada USB. O teto solar panorâmico aumenta a sensação de espaço e vem de série nas duas versões.

O Territory Titanium tem interior claro e revestimento parcial de couro. Os bancos dianteiros recebem sistema de aquecimento e resfriamento. O do motorista conta também com ajustes elétricos. A Ford usou textura de madeira em materiais de acabamento e porta-objetos de vários formatos.

Por fora, o modelo utiliza elementos de estilo da nova geração de SUVs da montadora de origem americana, como a grade em forma de trapézio, o capô alto, a traseira curta e o bagageiro no teto . A área envidraçada menor e a linha de cintura mais alta na traseira são um recurso de design que faz o carro parecer veloz até quando está parado. A iluminação por LEDs (presente em faróis, luzes diurnas e lanternas traseiras) cria uma identidade própria do Territory.

A parte inferior dos para-choques é de material texturizado preto e resistente a riscos. Essa faixa percorre também as laterais.

A versão Titanium se diferencia por fora da SEL pelo teto pintado de preto, pelas rodas de liga leve de 18 polegadas com pneus 235/50 R18, maçanetas cromadas e retrovisores com luzes de aproximação, câmeras (cujas imagens são processadas para compor a visão em 360 graus) e rebatimento elétrico. Na versão SEL as rodas têm 17 polegadas e calçam pneus 235/55.

A avaliação dos profissionais indica facilidade na manutenção do Territory: “Depois de examinar por baixo e tirar também a capa do motor, a gente viu que tanto suspensões como sistema elétrico, motor de arranque, alternador, compressor do ar-condicionado , correia e sistema de injeção  têm fácil acesso. É um carro que os mecânicos gostarão de trabalhar”, afirma Márcio Pidori, da oficina Senador.

AO VOLANTE

A decisão de trazer o Territory ao Brasil foi bem mais complexa do que colocar um lote de carros no porão de um navio. Era preciso fazer uma série de modificações para o mercado local. O desenvolvimento em parceria com a JMC teve a participação de 150 engenheiros e técnicos do Brasil. Segundo a Ford, foram mais de 100 mil quilômetros de testes de rodagem em diversas regiões do Brasil e outras 10 mil horas de validações em laboratórios e pistas especiais. As modificações incluíram motor, transmissão, buchas de suspensão, amortecedores e pneus. A central multimídia também foi desenvolvida para o Brasil e a América do Sul.

A posição elevada de dirigir, as respostas de motor e câmbio, os comandos fáceis e a grande quantidade de recursos eletrônicos formam um conjunto muito agradável no Territory. “A mecânica é bem eficiente, apesar da cilindrada (exatos 1.490 cm³). Ele segue a tendência atual de motores menores, com turbo. O desempenho é legal e combinou bem com o câmbio CVT. Ficou um carro gostoso para dirigir. Mesmo sendo grande, pesado, ele tem boa arrancada, não é apagado”, garante Eduardo Finardi, da Auto Style.

Michel Patrício, sócio da Automania, também aprovou a tocada do novo SUV Ford. “É um carro macio, com visibilidade muito boa e motor silencioso”, diz. Ele aprovou também um recurso interessante: “Com um toque dá para desligar a tela central para que sua luminosidade não atrapalhe o motorista que estiver dirigindo à noite.” No entanto, ele achou a versão Titanium um pouco dura como consequência das rodas de 18 polegadas.

De acordo com a Ford, o Territory acelera de zero a 100 km/h em 11,8 segundos e atinge 180 km/h de velocidade máxima. São números compatíveis com a proposta de um carro de 1.632 quilos que transporta uma família com até cinco adultos.

Os dados de consumo também estão dentro do normal: 9,2 km/l na cidade, 10 km/l em estrada e 9,6 km/l em uso combinado.

O tanque de gasolina é um tanto pequeno para um carro desse porte. Comporta 52 litros, o que leva a uma autonomia de 520 quilômetros rodando na estrada. Caso a produção argentina do Territory se confirme, é provável que a Ford adote motor flex e um reservatório maior nos carros destinados ao Brasil. 

MOTOR

Já faz mais de uma década que a palavra downsizing começou a transformar para melhor a engenharia de motores. A necessidade de reduzir cada vez mais o consumo e as emissões de poluentes deu início a um movimento em direção a propulsores com capacidade cúbica menor e turbocompressores para compensar essa redução.

Os turbos deixaram de ser associados apenas a potência e desempenho e se tornaram aliados na batalha ambiental. Outro elemento importante foi a injeção direta de combustível, que torna a queima ainda mais eficiente. O motor 1.5 EcoBoost que equipa o Territory é dotado de ciclo Miller (que torna a fase de expansão dos gases mais prolongada que a de compressão).

Esse EcoBoost conta ainda com duplo comando de válvulas variável controlado eletronicamente e acionado por corrente metálica interna em vez de correia dentada externa.

A engenharia brasileira da Ford também trabalhou para calibrar o propulsor do Territory especificamente para a gasolina nacional e ajustá-lo ao estilo de dirigir do consumidor local. Esse desenvolvimento incluiu 2.200 horas de testes e outras 300 horas somente para desmontagem e análise. São 150 cv a 5.300 rpm. O torque máximo de 22,9 kgfm aparece a partir de 1.500 rpm e se mantém neste mesmo valor até 4.000 rpm. Essa faixa de rotações em que o torque máximo se mantém resulta em boas respostas ao acelerador.

TRANSMISSÃO

Em vez de uma caixa automática convencional, a Ford optou por uma transmissão CVT para o Territory. Como se sabe, em câmbios desse tipo, parte das engrenagens é substituída por duas polias variáveis interligadas por uma correia. Segundo a montadora, a transmissão é acoplada por conversor de torque hidráulico e permite que o motor trabalhe sempre na condição ideal.

Essa transmissão é capaz de simular oito marchas, que podem ser trocadas de forma sequencial. A calibração do CVT também foi otimizada pelo time brasileiro de engenharia para o estilo de dirigir dos motoristas do país, com respostas mais rápidas e que favorecem o bom desempenho.

SUSPENSÃO, FREIOS E DIREÇÃO

O Territory tem um projeto eficiente. Utiliza suspensão dianteira McPherson e traseira do tipo multibraços. De acordo com os profissionais consultados, a manutenção parece simples: “Muito bom para a mecânica”, estima Jorge Carmo, mecânico-chefe da Automania.

Michel Patrício, sócio da oficina, concorda: “Os serviços de suspensão são fáceis de fazer tanto em amortecedores, bieletas e bandejas. O serviço não é complicado. Coifas, semieixos, é um carro simples. Retirando o protetor e a roda, o espaço fica bem ‘limpo’ para trabalhar. Por baixo, a revisão que fazemos de freios, filtro de óleo, amortecedores e bandejas é bem ‘tranquila’. E também a troca de velas e limpeza de bicos injetores.”

Eduardo Finardi, da Auto Style, vai além: “As suspensões sugerem um carro robusto, criado para aguentar bem o uso em nossas estradas, mas tendo conforto e segurança.” Márcio César Pidori, da oficina Senador, aprova a facilidade de manutenção e diz também: “É um carro muito confortável, de alto padrão, com suspensões macias.”

O Territory é equipado com freios a disco nas quatro rodas. Os dianteiros são ventilados e têm 292 mm de diâmetro.

Os traseiros são sólidos e um pouco maiores: 301,5 mm. Recebem sistema antitravamento ABS com distribuição eletrônica da força de frenagem. Para a versão Titanium, o alerta de colisão frontal é acompanhado de frenagem automática.

Michel Patrício, da Automania, garante que os freios são eficientes e uma análise com o carro no elevador indica também facilidade de manutenção do sistema.

O novo SUV médio recebe sistema de direção com assistência elétrica. O diâmetro de giro informado é de 11,9 metros. O volante tem peso e tamanho corretos. “Mas faltou o ajuste elétrico na coluna de direção”, recorda Patrício.

ELÉTRICA, ELETRÔNICA E CONECTIVIDADE

Bem equipado desde a versão SEL, o Territory traz de série vários componentes de iluminação por LEDs, como nas luzes diurnas e lanternas traseiras, faróis com temporizador, faróis de neblina dianteiros, retrovisores externos com ajuste elétrico, controles eletrônicos de tração e estabilidade, assistente de partida em rampas, monitoramento de pressão dos pneus, câmera de ré, controlador automático de velocidade, mais chave presencial para abertura do carro e partida do motor.

Sua central multimídia tem seis alto-falantes, tela de 10,1 polegadas sensível ao toque, conectividade sem fio com Apple CarPlay, conectividade por cabo com Android Auto e Apple CarPlay, duas entradas USB frontais (transferência de arquivo + recarga), entrada USB para carregamento no retrovisor, entrada USB traseira para carregamento, comandos de áudio e voz no volante e Bluetooth. “Você leva aqueles cinco minutinhos para pegar o jeito, mas eu achei fácil, com um sistema ‘touch’ simples”, diz Márcio Pidori, referindo-se aos comandos da tela sensível ao toque.

O Territory também recebe desde a versão SEL um modem que permite o acesso remoto a várias informações e funções do veículo, usando o aplicativo FordPass no celular. Com ele é possível dar partida e acionar o ar-condicionado, travar e destravar o veículo, checar o nível do combustível, a quilometragem e pressão dos pneus, receber alertas de acionamento do alarme e de funcionamento do veículo, além de checar a sua localização.

Entre as vantagens disso está a possibilidade de ligar o SUV em um dia muito frio ou quente e ajustar a temperatura interna alguns minutos antes de entrar no carro. Se o Territory apresentar algum defeito, mesmo quando dirigido por outra pessoa da família, um alerta é enviado para o celular principal, informando a gravidade do problema e os passos para resolver.

Para a versão Titanium a Ford reservou recursos como alerta de colisão e frenagem autônoma de emergência (AEB), monitoramento de ponto cego (BLIS), alerta de mudança de faixa, câmera 360 graus  com visualização panorâmica, piloto automático adaptativo (ACC), painel de instrumentos digital configurável com tela de alta definição com 10 polegadas, sistema de estacionamento automático, sensor de estacionamento dianteiro, retrovisores com carregador sem fio para celular, central multimídia com oito alto-falantes e acendimento automático dos faróis, em complemento ao sensor de chuva.

PEÇAS DE REPOSIÇÃO

Como ocorre com todo carro recém-chegado ao País, em um primeiro momento é provável a falta de itens de reposição no mercado paralelo. Em novembro, a Ford prometia colocar peças do carro à venda em sua loja oficial no Mercado Livre. A fabricante também informou que naquele mês seria possível encontrar os itens no aplicativo Auto Busca.

Eduardo Finardi recorda que itens paralelos como pastilhas e filtros não demoram a surgir no mercado. “O problema são peças mais específicas como coxins e bandejas.” Ele informa que o canal que a Ford oferece é bom e ajuda bastante. Denis Silva, da Automania, diz que trabalha com todos os canais eletrônicos para compra e cotação de peças, inclusive o da Ford. 

Márcio Pidori, da oficina Senador, costuma recorrer à concessionária Ford Mix e também à loja especializada Millenium quando precisa de peças originais. Ele diz ainda que, em questão de um ou dois anos, torna-se comum encontrar peças e reparar carros como este trazido agora pela Ford. “Aqui nós conseguimos atender clientes com Ford Edge sem dificuldade”, garante.

Os mecânicos consultados acreditam que não haverá grande dificuldade tanto para encontrar peças para o carro como também fazer a manutenção do Territory. Vale dizer que, dentro do período de garantia (são três anos), a Ford informa o valor total de R$1.382 para as três primeiras revisões (R$559, R$468 e R$355).

INFORMAÇÕES TÉCNICAS

O fato de o Ford Territory ser um produto novo e importado não chegou a intimidar os profissionais consultados: “O que pudemos ver do carro indica simplicidade tanto na diagnose como no espaço para manutenção, ao contrário de alguns modelos nacionais. E hoje podemos recorrer ao Google, ao Youtube”, recorda Denis Silva, da Automania.

“Pelo que vimos aqui, não pareceu um carro complexo e uma oficina bem aparelhada resolverá eventuais problemas”, diz Márcio Pidori, da oficina Senador, que costuma participar de alguns fóruns de mecânica para aprofundar seus conhecimentos.

Eduardo Finardi diz que o suporte técnico a um carro recém-chegado não é tão simples, mas garante que a realização de diagnósticos costuma ser “tranquila” em carros produzidos pela Ford. Ele diz também que as montadoras estão abrindo o acesso a seus esquemas, o que acaba facilitando a realização de serviços, mas ressalta que muita coisa ainda precisa ser feita na rede autorizada.

Vale recordar que a Ford dispõe do site oficial reparadorford.com.br, mas este se restringe a informações técnicas de modelos fora de garantia produzidos entre 2002 e 2016, o que exclui o novo SUV.

RECOMENDAÇÃO

Por tudo o que viram, os mecânicos e donos de oficina aprovam o Territory: “Eu recomendaria o carro a quem me perguntasse. É um conjunto bacana”, diz Eduardo Finardi. Ele reconhece que, em um produto totalmente novo como este, só se sabe a verdade com o passar do tempo, mas aprovou o conjunto do SUV, especialmente pelo bom casamento entre o motor e a transmissão. “O preço é um pouco ‘salgado’, não sei qual é a pretensão da Ford e se ele vai ter aceitação de nosso público”, diz o proprietário da Auto Style.

A recomendação de Denis Ferreira da Silva, da Automania, vem não só do conforto e desempenho, mas também da aparente facilidade de manutenção por causa dos espaços disponíveis embaixo do carro e em volta do motor. As impressões de Jorge Carmo, mecânico-chefe da Automania, confirmam as palavras de Denis.

Márcio Pidori, da Senador, também indicaria o carro a seus clientes: “Gostei do Territory pelo que vi e não deve haver nenhum mistério na manutenção do carro. Nossos colaboradores aqui também aprovaram”, garante. A avaliação da oficina foi boa pela facilidade geral para o mecânico mexer no carro, pela dirigibilidade, conforto e padrão de acabamento. 

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